sexta-feira, setembro 29, 2017

James Rhodes.
A arte. Os artistas. A vida às vezes tão difícil.


Li no DN sobre um pianista de que nunca tinha ouvido falar. Li e fiquei um bocado impressionada.

Fui ouvi-lo e fiquei ainda mais impressionada. Fui à procura de mais notícias sobre o livro que escreveu, calhou ser no The Guardian, e voltei a ficar impressionada. Voltei ao YouTube.

Daquelas pessoas que teve uma vida atormentada. Talvez ainda tenha, não sei. Alguma coisa na vida de James Rhodes fez com que descarrilasse e que, durante grande parte da sua vida, descesse aos infernos. Disse 'alguma coisa' mas não foi coisa pouca. Aos seis anos foi violado por um professor, foi rasgado, teve que ser operado e cosido por dentro e por fora, teve depressões, foi alcoólico, drogado, automutilou-se, tentou suicidar-se. Tudo o que de mau se possa pensar fez parte da sua vida.


A ex-mulher tentou evitar a publicação do livro temendo o efeito daquelas revelações se o filho o lesse. Mas o livro foi autorizado. Diz ele que o livro é uma carta de amor ao filho.

Fico a pensar. Se fosse com os meus filhos eu também tentaria protegê-los. Não quereria que soubessem de todo o sofrimento por que o pai tinha passado. E, no entanto, não sei. Perante situações tão difíceis e tão melindrosas nunca sei o que é melhor. 

E fico a pensar em James Rhodes e na sua vida tão à beira do precipício e na coragem que é precisa para assim se expor. Nem consigo imaginar.

E, apesar disso, que extraordinário pianista. Que maravilha estar aqui a ouvi-lo enquanto escrevo.


J S Bach arr. F Busoni Chaconne in D minor (James Rhodes, piano)



Music and the inner self | James Rhodes | TEDxMadrid



E aqui com Benedict Cumberbatch


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Quanta arte escorre das suas mãos.

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