domingo, abril 24, 2016

O Hamlet e o Romeu e Julieta e essas cenas aí não estão com nada.
(Cá para mim, o Shakespeare nunca frequentou nenhum curso de Escrita Criativa,
nem nunca seria aceite nem sequer pela Chiado Editores)
Vamos lá ver o que foi a vidinha dele para ver se percebemos de onde vem aquela falta de jeito


Esse cara aí, o William, só fazia ceninhas trágico-cómicas sem ingrediente nenhum, coisinha para teatrinho de rua, nem para novela da SIC ou da TVI servia: enredo muito simples, muita prosa poética, muito pinga-amor que já não 'tá nada. O povo -- e é o que lê -- gosta é de farrinha bem produzida ou com palavrão grosso ou com prosa metida a besta, intelectualidade de faz de conta, uma coisa na base do pai-nosso ou dos enigmas do einstein ou de que dá muito trabalho amar ou, então, coisa útil, de dietas saudáveis ou mindfulness ou de self pitch ou maquilhagem, que isso, sim, isso vende. Ora cá draminhas bobos? Esse cara não se enxergava mesmo.

Noutras vezes o cara dava para a a poesia, sonetinhos jururus. Ou solilóquios. Solilóquios, poxa?

O editor bem tentou ajudar, e ajudou, porque sem um cara aí para limpar aquele palavreado não se aproveitava nada. Ora vejam.


Mas, pensando bem, que conversa é essa aí de ser ou não ser? Dá vontade de dar um chega pr'a lá cara no cara, que a gente quer cá saber se ele não sabe se é ou se não é. Não teve ninguém, nenhum vizinho, nenhum primo, que dissesse pr'a ele: Oi cara, quem é que tá aí com vontade para aturar tuas pancas metafísicas? Vai mas é tratar da psique, ó meu.
To be, or not to be: that is the question:

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Já com o Romeu e Julieta foi a mesma coisa. 
Sabemos o quão difícil é apostar num projeto de cultura. Por isso, fizemos esse vídeo engraçadinho, sem pornografia, crises filosóficas ou críticas veladas. Para homenagear as marcas que lutam para adequar a arte que apoiam ao sistema que transforma qualquer obra em um produto fácil e mastigado para as massas. Bravo! 
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Pronto. Já chega de paródia. Estamos a falar de um génio. Que é isso de estar na paródia em época de celebração?

Pois é. As minhas desculpas aos meus Leitores mais sisudos. Não tem jeito nenhum, isto.

Vejamos, pois, uma biografia como deve ser. 

Quem foi William Shakespeare?



Isto, sim, é uma biografia a sério.
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O primeiro vídeo mostra Rowan Atkinson & Hugh Laurie em Shakespeare and Hamlet


O segundo, mostra Hamlet no psiquiatra pelos meus primos Monty Phyton


O terceiro vídeo, cá para mim inspirado no primeiro, mostra outro Editor com o Shakespeare, desta vez avaliando o interesse editorial de Romeu e Julieta - o humor na Porta dos Fundos

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Talvez ainda cá volte. 

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