Parece que não há semana que não aconteça. Um dia destes deixa de ser notícia.
Nem de propósito. Liguei a televisão e todos os destaques estavam no Pontal, como se mais nada de importante existisse à superfície da Terrra.
Os omnipresentes PàFs em festa. Recuerdos para os cabecilhas e muito se riam. O que vi foi um misto de graçolas, sorrisos com um toque alarveirado, trejeitos amaneirados, tiques aleivosos, uma armada em boa, outra armada em coelhinha, tudo na maior festança e alegria como se não tivessem andado estes 4 anos a dar cabo do país, a vender as empresas ao desbarato, a separar famílias, a fazer regredir a natalidade, a atentar o juízo dos velhos. Não há paciência. Retirámo-los logo do nosso campo de visão. Impossível ver gente desta a festejar, a inventar frases sonantes, a fazer risinhos galhofeiros é coisa que já não se consegue suportar.
Mas adiante que não quero perder muito mais tempo com este grupelho de gente impudica.
Este é um mundo cão, um mundo desgraçado onde os responsáveis por imperdoáveis infâmias ou guerras sem quartel ganham a vida, a seguir, a pregar sobre o que lhes der na bolha, como gurus ou gente de bem. Chamem-se Cherne Durão, Tony Blair, chamem-se Sarkozy, chamem-se o que o raio que os parta e mais todos os outros que os apoiam, defendem, aplaudem - é tudo uma seita desavergonhada que por aí anda sorridente quando todos eles deveriam era chorar de cada vez que se sabe de nova tragédia nos mares da morte e de toda a tragédia quotidiana dos campos de refugiados e dos acampamentos de onde tentam evadir-se os que sonham por uma vida melhor.
É permanente e acontece perante a cegueira de parte da comunicação social e perante a nossa indiferença: milhares de desgraçados fogem à guerra e à fome, imaginando que a Europa é um El Dorado que os saberá acolher.
Coitados. Coitados, coitados. Quem lhes acudirá?
E o que podemos nós, anónimos cidadão, fazer para ajudar esta pobre gente?
Cemitério Mediterrâneo. Mais 40 mortos na costa da Líbia
(...) Um helicóptero da Marinha avistou um barco em apuros cerca de 21 milhas ao largo da costa da Líbia, ao sul da ilha italiana de Lampedusa.
O barco, que transportava cerca de 300 imigrantes, estava "sobrecarregado e começou a afundar", disse o jornalista da RAINews.
O navio da Marinha, em seguida, aproximou-se e começou as operações de socorro, tendo descoberto numa segunda fase, que havia 40 corpos no porão.
De acordo com vários testemunhos de sobreviventes de travessias muito perigosas entre a Líbia e a Itália, os contrabandistas usam o espaço do porão para colocar os migrantes que pagam o mínimo pela viagem. ( ... )
Marinha italiana encontrou barco com 40 mortos no porão
(...) Presos nesse espaço confinado, os migrantes correm o risco de morrer asfixiados ou sufocados pelos vapores de combustível, ou ainda afogados se o barco se afundar porque não existe tempo para sair.
O comandante do navio Cigala Fulgosi disse ter encontrado uma "cena terrível, que afectou muito" a sua tripulação: dezenas de cadáveres no porão, mulheres que choravam os seus homens", contou. Não é ainda claro o número de vítimas, porque os corpos estão misturados uns com os outros, e ainda não foram todos recuperados. Não se percebia, quando a Marinha chegou, se havia alguém a controlar o barco.
Este ano, o número de migrantes e refugiados chegados à Europa ronda os 250 mil e supera já o total de 2014, segundo a Organização Internacional das Migrações. E 2300 pessoas morreram já tentando atravessar o Mediterrâneo, quando no ano passado o número total de mortes se ficou por 1779. ( ... )
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Calais migrants: Life in the Jungle
Publicado a 27/07/2015
Away from the chaotic scenes on Calais' motorways and ports, the migrant camp known as the new Jungle is growing fast and showing signs of becoming a permanent fixture.
The Guardian spent three weeks following the lives of a few of its 3,000 residents, rare in-depth access that reveals a growing human cost of the crisis, and the challenges facing refugees and migrants trying to reach Britain.
Calais migrants crisis: Inside 'The Jungle' migrant camp
Publicado a 31/07/2015
The BBC's Paul Adams spends two nights with some of the migrants trying to gain access to the rail track that run through the Channel Tunnel.
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Gente como nós. Mais corajosa do que nós.
Tão merecedores de respeito como nós. Tão merecedores como nós de uma vida normal,
Tão merecedores de respeito como nós. Tão merecedores como nós de uma vida normal,
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Tinha em mente mostrar-vos fotografias das minhas andanças deste sábado ou dos meus menininhos aqui em casa, a brincarem no meio dos livros, ela a dizer-me 'Tá, vamos brincar às bibliotecas?' e eu, admirada, sem saber o que é brincar às bibliotecas mas que sim, e ela, já encarnando a personagem, dizendo-me tal e qual isto: 'Fui eu que construí esta biblioteca toda, sozinha.' E eu: 'Ah, foste?' e ela sorrindo, como se com orgulho, 'Fui...' E depois: 'Quer escolher um livro para si?' e eu encantada, encantada com esta menininha linda, delicada, inteligente, a dizer-lhe: 'Pode ser, tem aí algum livro sobre florestas?' e ela a escolher pela capa 'Acho que este deve ser...'; ou o terrível maninho que pôs música para dançar e desatou a atirar-se para o chão e a rebolar-se, nem sei se seria uma coisa de tipo rap ou hip-hop, sei é que ria e rodopiava deitado no chão e fazia, em alta rotação, toda a espécie de piruetas.
Mas não posso, pareceria insensibilidade minha misturar imagens de paz e tranquilidade com imagens como as que acima se viram, de quem arrisca a vida na esperança de uma vida melhor. Os meus menininhos dormem agora aqui em minha casa, sossegados, numa caminha boa. Têm sorte. Algures outros menininhos tão merecedores de paz e carinho quanto os meus têm fome, frio, medo, dores e nunca viram um livro.
Por isso, hoje fico-me por aqui.
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Desejo-vos, meus Caros Leitores, um belo dia de domingo.
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3 comentários:
Ver responsáveis da Igreja Católica a defender o DIREITO À SOBREVIVÊNCIA de Identidades Autóctones seria uma coisa de admirar!
Quando se fala em Direitos... É FAVOR NÃO ESQUECER... o (legítimo) Direito à Sobrevivência de Identidades Autóctones!
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Ora, quando se diz «Todos diferentes, todos iguais... isto é, TODAS as Identidades Autóctones devem possuir o Direito de ter o SEU espaço no planeta» [nota: inclusive as de 'baixo rendimento demográfico' (reprodutivo)... inclusive as economicamente pouco rentáveis...], nazis made-in-USA - desde há séculos com a bênção de responsáveis da Igreja Católica - proclamam logo «a sobrevivência de Identidades Autóctones provoca danos à economia...»
[nota: os made-in-USA provocaram holocaustos massivos em Identidades Autóctones]
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Nazismo não é o ser 'alto e louro', bla bla bla,... mas sim... a busca de pretextos com o objectivo de negar o Direito à Sobrevivência de outros!
Existem 'globalization-lovers' (que fiquem na sua... desde que respeitem os Direitos dos outros... e vice-versa),... e... existem 'globalization-lovers' nazis (estes buscam pretextos para negar o Direito à Sobrevivência das Identidades Autóctones).
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P.S.
http://separatismo--50--50.blogspot.com/.
Um dos horrores de hoje.
Outros há.
Vi esta semana um vídeo do New York Times sobre a situação em Angola e arrepia o que se vê.
Nas europas, porque a Europa não existe, irão pagar caro isto.
Vindas de sul e leste, as invasões do século XXI, equivalentes ás invasões bárbaras do século V em Roma.
Com os exércitos europeus sem papéis a condizer com a natureza militar, para que servem as forças armadas da UEO e ou NATO?
Vale, a corte de Bruxelas nas discussões sobre o sexo dos anjos.
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