sábado, maio 03, 2014

"Um homem de 39 anos morreu no Centro Hospitalar das Caldas da Rainha depois de ter sido transportado para a unidade numa ambulância dos bombeiros, por a viatura médica de emergência e reanimação (VMER) estar parada por falta de médico." . Mais uma vítima mortal. Coisa pouca. Um pormenor. O que interessa é que se está a fazer a vontade aos mercados e à troika. Diz a Albuquerque que se fez mais nestes 3 anos que em 40 de democracia. Pois claro. Drama, drama é Portugal ter um governo como este.


Transcrevo do Público:

A vítima, adianta o Diário de Notícias, estava com hemorragias e a entrar em paragem cardiorrespiratória quando a mulher, enfermeira no mesmo centro hospitalar, contactou o 112. Porém, na segunda-feira, à hora a que foi feita a chamada, o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) acabou por enviar uma ambulância dos bombeiros porque a VMER estava parada por não haver médico. Foi a própria enfermeira a iniciar as manobras de reanimação do marido.

O Centro Hospitalar das Caldas da Rainha confirmou, através de um comunicado, que “lamentavelmente, na manhã do dia 28 de Abril, a VMER das Caldas da Rainha esteve inoperacional por um período de cerca de duas horas, entre as 8h e as 10h, por falta de médico. O socorro e o transporte foram geridos pelo CODU [Centro de Orientação de Doentes Urgentes]. O utente chegou ao hospital transportado pelos bombeiros. O óbito foi confirmado já na urgência”.


Tinha 39 anos e não houve um médico que o assistisse quando estava em agonia.


Ainda em Abril tinha sido notícia que:

A Administração Regional de Saúde (ARS) do Alentejo justificou nesta segunda-feira a inoperacionalidade da viatura de emergência de Évora, no domingo à noite, quando ocorreu um acidente com dois mortos, com "motivos de doença de um profissional escalado".

Desta vez as vítimas tinham 46 e 52 anos.

Dizer o quê?

Que nada já me espanta quando temos um Governo que vive alheado da população, para quem as consequências das suas medidas são coisa de somenos, que procura agradar a entidades externas mesmo que isso aconteça à custa das condições de vida e da própria vida dos seus concidadãos, que fez do embuste, do descaramento e dos atentados à inteligência dos eleitores um modo de vida.

Ainda agora mais um exemplo que enoja qualquer um: anunciam aumentos de impostos e depois, com a maior desfaçatez de que há memória, uma coisa que chega a ser boçal, dizem que não estão a aumentar impostos. Já nem é serem mentirosos: é serem descarados, primários, uma coisa anormal.

Gente sem vergonha. Sente sem piedade. Gente má, muito má.

Alguém nos livre desta peçonha.


Na 12ª avaliação da troika, Maria Luís Albuquerque e Paulo Portas


O que dizem, a forma como dizem, a forma como mentem puerilmente,
como fazem de nós parvos, como se marimbam para a vida das pessoas é chocante,
muito, muito chocante.
Não se suporta tamanha falta de respeito.


(fotografia Lusa/Mário Cruz)


5 comentários:

Anónimo disse...

Li, ouvi e chocou-me. Mais ainda me choca a insensibilidade de quem é politicamente responsável não ter uma palavra a dizer sobre este e outros similares incidentes. Já chegámos, quer-me parecer, ao país da insensibilidade total. As pessoas não contam para o governo. Somos apenas um nº de contribuinte. Nada mais. De um lado, o trio de trastes anuncia cortes travestidos de medidas de recurso fiscal e entretanto morre um cidadão e outros antes dele, nas circunstâncias que descreve e que foram noticiadas.
P.Rufino

Miguel disse...

Ler uma notícia destas no dia em que uma porta-voz do governo veio à televisão dizer que devíamos estar todos felizes com a avaliação positiva da Troika, é realmente repugnante.

Bob Marley disse...

já estou na fase que pode piorar - https://www.youtube.com/watch?v=dZyUWLW7kEI

Bob Marley disse...

lembra-se daquele tipo que fazia free solo, ora veja onde aprendeu-))) - https://www.youtube.com/watch?v=xAB9-VGIkzM

Bob Marley disse...

ainda há esperança - https://www.youtube.com/watch?v=CYveDEem5VA