Abaixo deste post, já fiz a minha boa acção do dia. Uma Milonga para Lídia, dedicada pelo Leitor P. Rufino. E, caso queiram começar a praticar, a Lovely Lídia dá as coordenadas: Chapitô às quintas à noite.
Um pouco mais abaixo ainda, poderão ouvir um telefonema entre o Nilton e uma Funcionária das Finanças. Esclarecedor.
Mas isso é a seguir. Aqui, agora, a conversa é outra.
Não me vou entusiasmar antes de tempo. Não quero correr o risco de achar que o PS vai voltar aos seus tempos de luta vibrante e de defesa aguerrida de ideais republicanos, que vai avançar de peito feito contra os traidores que tentam destruir o país, com as tropas socialistas comandadas por um homem lúcido, inteligente, rápido no gatilho como é António Costa, para depois, à última hora, ele bater em retirada, saindo pela porta dos fundos como o fez antes.
Não gostei de o ver, como o vi há tempos atrás, a dar passos em falso, acabando nos braços do Totó Zero, pouco faltando para selarem o amor com beijo na boca. Sei que foi o aparelho que lhe barrou o caminho, sei disso. Mas, ainda assim, um lutador não afrouxa e sai de fininho como me parece que aconteceu com ele.
Por isso, agora vou esperar. Não quero deitar foguetes antes de o ver, de facto, seguir em frente. Sei lá se no sábado ou num qualquer outro dia não vai acabar outra vez a levar enternecidos xi-corações do outro.
No entanto, não posso deixar de dizer que acho que, perante a situação pastosa em que o País se encontra do ponto de vista eleitoral, com o povo desligado do actual quadro partidário, e perante a dispersão de votos ao centro e à esquerda, o António Costa é, de entre os nomes que conheço, um dos que melhor poderá afirmar-se - empático, agindo de pé, de cabeça erguida, com ideias claras, com um espírito fino - como um futuro primeiro-ministro mobilizador. E vejo-o não apenas a ser um bom primeiro-ministro, um homem experiente, inteligente e honrado, que governará para os portugueses e não para os mercados, como a ter uma presença forte nas instâncias internacionais, bem ao contrário dos actuais sabujos que se vergam perante qualquer poder, por mais fátuo que seja.
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Para António José Seguro: Il faut savoir
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Daqui, deste meu pequeno e insignificante púlpito, manifesto o meu apoio a António Costa mas, claro, a minha voz vale coisa nenhuma. No entanto, seria bom que os conselheiros do Seguro lhe fizessem chegar o sentimento de desconforto dos tradicionais eleitores do PS. Portugal precisa que à frente do seu governo esteja gente honrada e valente, gente inteligente e lutadora - e, como se vê através dos resultados das eleições, o Seguro não mobiliza, não convence.
O Seguro é o seguro de vida para o Passos Coelho e para o Vice-Portas.
Com o Seguro no PS, basta que os trafulhas da actual coligação acenem com um futuro abaixamento de impostos (mesmo que saibam que não o vão cumprir) para que os 120.000 votos que o PS teve agora a mais se bandeiem para os lados do PSD (refiro apenas o PSD porque o CDS já não existe, vai colocar menos deputados no Parlamento Europeu do que o MPT que lá vai pôr 2).
Portanto, quando o comecei a ver na esfera pública, as minhas expectativas já estavam altas mas, ainda assim, não me desiludiu. Entre um António Costa e um Totó Seguro, não há comparação possível. O Totó é um Hollande - um Hollande sem a pedalada sexual do Hollande (ou então é mais discreto), coisa que, de resto, para este efeito também não faz falta nenhuma - um fracote, um titubeante, um zero, uma concierge permissiva que facilita a vida ao governo e que abre a porta à abstenção e ao populismo.
Numa Europa dominada pela Alemanha (face à ausência de outros líderes) e agora polvilhada de extremas-direitas, extremas-esquerdas, populistas, nazis e um centrão envelhecido, só um líder forte pode elevar a sua voz na defesa de um país pequeno e frágil e, entre o Tozé e o António Costa, acho que ninguém tem dúvidas. E falo assim, porque, no meu optimismo, estou a dar de barato que, nas próximas legislativas, as pessoas sairão da sua abulia e darão um valente chega para lá no sinistro Passos Coelho (coisa que, com o Tozé à frente do PS, como se sabe, não é líquida).
Mário Soares, Augusto Santos Silva, Isabel Moreira, João Galamba, Carlos César, Manuel Alegre apoiam o avanço de António Costa. E, estou certa, aos poucos, muitos outros se seguirão.
Só espero que o Totó não tente aguentar-se através da Secretaria. E só espero que aqueles que, da província, já começaram a mostrar os dentes, tentando defender o grande-chefe Seguro, com medo de sairem do ranço dos seus pequenos lugares, não arranjem maneira de bloquear a candidatura de António Costa.
O sistema político português - talvez porque os portugueses são boa gente, confiam, delegam, deixam-se ir em cantigas - acabou nas mãos de gente medíocre, sem cabeça, sem alma, de carácter maleável. Está na altura de acordar, de voltar a ter gente de fibra e com cabeça à frente dos destinos do País.
A Europa estrebucha, perplexa. A França está nas mãos de uma direita xenófoba, o Reino Unido nas mãos de populistas eurocépticos, a Dinamarca nas mãos de um partido anti-imigração, a Grécia com um partido nazi em terceiro lugar, a Áustria também com a extrema direita em terceiro lugar. De repente (de repente ou talvez não), a Europa transformou-se numa uma inesperada manta de retalhos, numa manta de forças contrárias, numa soma nula.
A Europa, que era o ideal da igualdade, da liberdade, da fraternidade, do conhecimento, do estado social, da luz, é agora um edifício ingovernável, com lideranças fracas que não dão conta de 28 estados membros desiguais, agregados às três pancadas.
As altas instâncias europeias, face à falta de liderança e carisma, tentam compensar a falta de estratégia com burocracia. Uma teia inerte, sem rosto, abate-se sobre os cidadãos, longe deles. Os povos em estertor, sob a pata feroz da austeridade e os burocratas na maior indiferença, em reuniões e mais reuniões, discutindo medidas absurdas, incapazes de compreender os anseios dos povos.
Face a isto, os tempos devem ser para que se pense com desprendimento, com elevação. Raciocínios pequeninos como lealdades a líderes efémeros, conversa de estatutos ou de não discutir lideranças depois de vitórias eleitorais (mesmo quando são vitórias tangenciais), etc, parece-me de uma mesquinhez descabida.
Por isso, espero bem que alguém explique ao Tozé que ele trabalha para ser primeiro-ministro desde que é pequenino e que se tem esfalfado para isso e que, de cada vez que se vez ao espelho, acha que está quase lá, mas que tem que ter paciência porque isso nunca vai acontecer e, por isso, que faça o favor de se levantar da mesa e abandonar a sala.
E que o faça conservando a dignidade, salvando a face, que o faça como um gesto de grandeza.
Acabei há bocado de ler o livro que tinha em mãos e tinha resolvido transcrever alguns muito apropriados excertos, pareciam-me mesmo vir a calhar e até já tinha escolhido uma música para acompanhar. Mas a verdade é que não estou boa do ombro, estou medicada mas, apesar dos anti-inflamatórios e analgésicos, custa-me escrever. Por isso e porque já é quase 1h30 e porque amanhã o dia é longo - centenas quilómetros de autoestrada (não vou a conduzir, claro, pois até para meter a marcha atrás me vejo aflita), reuniões de horas e horas - vou já recolher-me aos meus aposentos.
Por esse motivo, também não vou responder a comentários ou mails. As minhas desculpas. Mas saibam que os leio e vos agradeço. Aliás, acho que vocês sabem disso.
E que o faça conservando a dignidade, salvando a face, que o faça como um gesto de grandeza.
Il faut savoir
Coûte que coûte,
Garder sa dignité
Et malgré
ce qu'il coûte,
S'en aller sans se retourner
Face au destin
Qui nous désarme
Il faut savoir
Quitter la table
Il faut savoir
Garder la face
Nem mais.
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A canção é Il Faut Savoir na voz de Charles Aznavour
Desconheço a proveniência original de todas as imagens excepto a que, como é bom de ver, provém do blogue We have Kaos in the Garden
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Acabei há bocado de ler o livro que tinha em mãos e tinha resolvido transcrever alguns muito apropriados excertos, pareciam-me mesmo vir a calhar e até já tinha escolhido uma música para acompanhar. Mas a verdade é que não estou boa do ombro, estou medicada mas, apesar dos anti-inflamatórios e analgésicos, custa-me escrever. Por isso e porque já é quase 1h30 e porque amanhã o dia é longo - centenas quilómetros de autoestrada (não vou a conduzir, claro, pois até para meter a marcha atrás me vejo aflita), reuniões de horas e horas - vou já recolher-me aos meus aposentos.
Por esse motivo, também não vou responder a comentários ou mails. As minhas desculpas. Mas saibam que os leio e vos agradeço. Aliás, acho que vocês sabem disso.
Desejo-vos, meus Caros Leitores, um belo dia.
9 comentários:
palavras para quê - http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=665471&tm=8&layout=121&visual=49
depois dizem que sou do contra, a euforia de ronaldo no golo de sergio ramos , comparada á euforia do seu golo de penalty que não aqueceu nem arrefeceu, é o que chamo comemoração de marketing - http://videos.sapo.pt/Nr4gZwmq8ZBCzew6fUyk
o seguro tem uma coisa que dou valor , quem é assim na vida política também é na vida pessoal, avança quando ninguém quer estar ou ficar.quem tem coragem para passar uma travessia do deserto, pode ter cara de tótó mas as acções falam mais alto.costas há muitos neste país
e depois com um povo manso e mal informado (por opção - por enquanto) não há nada a fazer
Tem toda a razão, estimada UJM !
Aguardemos, pois . . .
Com Votos de boas melhoras,
Melhores Cumprimentos
Vitor
ENTRETANTO A VIDA CONTINUA - http://dre.pt/pdfgratis/2014/05/10200.pdf
Costa parece-me definitivo na contestação a Seguro. Mas a ver vamos, como diz o cego. Curiosas foram as palavas de João Soares, ao considerar "pífia" a anterior tentativa seguida de recuo por parte de Costa. Um apoiante de Seguro. Interessante é, a acreditar na nossa imprensa, o pai Mário teria telefonado a Costa a "instiga-lo" a avançar. E, entretanto, vamos ver o que nos tem para dizer o TC. E depois disso como reagirá o governo, sabendo que daqui a 1 ano tem eleições que quase certo irá perder, uma vez mais. Estou como o outro, sentado num sofá fumar um charuto e a seguir o drama, bebericando um Cognac.
P.Rufino
Acabo de ouvir o breve debate entre Ana Gomes (apoiante de Seguro - pudera, manteve-lhe o lugar de eurodeputada!) e João Galamba (apoiante de Costa), na Sic, tendo como moderadora a Ana Lourenço. Gomes saíu-se mal do dito, excessiva, to say the least, sem deixar falar Galamba e este esteve sereno, assertivo, objectivo. Seguro tem, "seguramente", de arranjar outras "espingardas" para o defender. Com Ana Gomes a coisa não vai lá. É demasiado histriónica, "sobrefaladora", não tem uma imagem serena e arranjou muitos anti-corpos, mesmo dentro do seu partido, o PS. Já João Galamba é um tipo mais claro na forma como expõe, é mais firme no que defende, assente num raciocínio bem articulado. A paciência dele perante a Gomes! Fico satisfeito de Costa conseguir este apoio, o de João Galamba. E ficou claro, hoje, que a liderança de Seguro será disputada. Ainda bem! Aguardemos pois pelos resultados e esperemos que as bases escolham Costa, caso contrário teremos em 2015 uma versão soft de Passos Coelho. Uma merda!
P.Rufino
pede moderação nos comentários, traduzindo, não cuspam onde podem vir a comer - http://www.publico.pt/politica/noticia/centristas-defendem-coligacao-com-psd-nas-legislativas-1637806
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