quinta-feira, outubro 31, 2013

Compreender a dívida pública - os truques com que nos trocam as voltas; o que está por detrás de tudo aquilo por que estamos a passar.


Depois de nos dois posts seguintes ter falado do Guião de Paulo Portas, agora aqui peço uns minutos da vossa atenção, por favor.

Convém perceber-se minimamente o que está por detrás da hecatombe que assola os países a quem a austeridade cega está a matar. 

Estes dois pequenos filmes explicam de forma bastante compreensível o que se passa. 








1 comentário:

Anónimo disse...

Estimada UJM,
O que aqui nos mostra, nestes dois videos, é extraordinário! De uma só penada, em relativamente poucas – mas muito esclarecedoras – palavras, designadamente o segundo destes filmes, fica-se a compreender q.b o porquê da dívida, das dificuldades porque cada Estado passa, dos sacrifícios que nos são exigidos, etc, etc, etc. Tudo isto é escabroso! Inaceitável e vergonhoso. Embora se tenha alguma percepção das causas porque estamos onde estamos, é bom, importante e sobretudo didáctico, UJM ter publicado estes dois videos. Convém que haja um grande número de pessoas que compreendam as razões porque estamos no buraco onde estamos. Nós e outros como nós. É curioso como a Finança conseguiu chegar ao patamar onde chegou. Um sector não produtivo domina hoje a economia mundial. Manipula mercados financeiros, juros, controla empréstimos internacionais, países inteiros, populações dos mesmos, as suas vidas, as suas economias, tudo. E ainda se dá ao gozo de classificar os seus reféns – as agências de Notação, reflexo e produto desta situação a que chegámos, classificam os países mais frágeis desta cadeia infernal, onde nos deixámos enredar. Quando Nixon decidiu, por razões de ordem politica, económica e militar (ao tempo da guerra do Vietname) acabar com o sistema de Bretton-Woods, na medida em que decidiu terminar de uma vez por todas com a convertibilidade do USD com o ouro, o caminho abriu-se para o que a seguir viria. Seguiu-se o que aqui nos diz o segundo video, com a impossibilidade dos Estado se refinanciarem junto dos seus Bancos Centrais. A Banca Comercial (Privada) tinha, assim, o caminho aberto para todas as patifarias que se seguiram e se conhecem. E agora? Bom, proporia o seguinte – academicamente -relativamente ao nosso pequeno “rectângulo”: por exemplo - já que decidir que nos financiássemos directamente junto do nosso BdP iria criar um tremendíssimo berbicacho, político e económico, com consequências pouco simpáticas, já que o “sistema” funcionaria de forma radical contra nós (saída do euro, da UE, sei lá!), que – nos financiássemos junto da CGD, a 1.5%. A mesma CGD que de seguida financiaria as empresas (ou contribuintes colectivos) a 2% e os contribuintes singulares a 2,5% . Por sua vez, a CGD financiar-se-ia a juros inferiores junto do Banco Central (1%?). Com isto, todos os depositantes da banca privada abandonariam os seus depósitos e créditos nessa mesma banca privada e entregar-se-iam nas mãos da CGD, agora “regenerada”. E com mais alguma coragem, o Estado deixava, também, simplesmente de ser responsável pelos resgates da Banca. Deixava de assumir a sua dívida. Acabava-se, assim sem mais, com a influência venal da banca privada e da nossa dependência dela. E passava-se a renogociar a nossa dívida, junto das instância credoras internacionais de forma diferente. Naturalmente, tal atitude teria consequências políticas e económicas. E obrigava a um líder político com "eles no sítio". Mas das duas uma: ou de uma vez por todas se acaba com o poder e influência financeira, da banca privada, das agências de notação, dos credores internacionais, etc, ou nunca mais os Estados recuperam as suas soberanias economico-politicas e até sociais. Enfim, assim a correr, ocorreu-me esta deambulação “financeira”.
“Gracie mile” por este seu excelente Post!
P.Rufino