No post abaixo falo-vos da minha opinião sobre o conjunto vazio, do mais vazio que há, que é o célebre Guião da Reforma de Estado do Paulo Portas dado à luz ao início da noite desta quarta feira, dia 30 de Outubro do ano da graça de 2013. Na melhor das hipóteses (na melhor? qual na melhor: na pior) a cerca de 1 ano e picos de se irem embora, agora é que aparece este artista a dizer o que gostavam de fazer. Uma gestação de cerca de dois anos e meio para dar nisto: uma vacuidade absoluta.
Para ver o documento completo, de seu nome 'Um Estado Melhor', clicar aqui.
Se Paulo Portas é inteligente - coisa de que até já começo a duvidar - porque se deixa andar sistematicamente enredado nas armadilhas que o Coelho lhe estende? Dá para perceber?
A mim o que já me começa a parecer é que, na volta, o mais espertalhaço e maquiavélico é o frio e vingativo ex-Doce.
Tudo isto poderia ser visto como uma novela de mau gosto, feita de traições, cinismos, hipocrisias, ardis, faltas de moral. Mas o drama é que aquilo a que estamos a assistir é mais do que isso: é a nossa carne a ser devorada a sangue frio, é o nosso país a ser esvaziado, vendido, fragilizado. Portugal entregue a um bando de incompetentes, do mais incompetente que há. Mas daqueles incompetentes perigosos: bem falantes, a apelarem sistematicamente aos sentimentos de culpabilização tão arreigados na matriz cultural portuguesa, a serem capazes de dizerem uma coisa e o seu contrário com cara de quem é do mais coerente que há. Uns farsantes.
Aparentemente o que querem, ou dizem que querem, é reconquistar a confiança dos mercados, é recuperar a soberania - coisas do género.
Mas, ignorantes encartadados como são, julgam que é com patacoadas escritas em letra de tamanho garrafal para encher o olho e parecer que o documento tem uma dimensão respeitável, que conseguem enganar alguém.
Uma infantilidade.
Mas, enfim, para que não digam que sou bota-abaixo, enquanto não adormeço, aqui deixo (porque até me dá dó) alguns conselhos a Paulo Portas e a todos quantos queiram mesmo recuperar a confiança dos mercados:
1. Saiam do Governo. Já.
2. Se não souberem onde está a porta de saída, então limitem-se a brincar uns com os outros às estátuas. Quietinhos. Sem fazer nada.
3. Se não forem capazes de estar sossegadinhos, então entretenham-se a fazer legos ou a brincar às cabeleireiras ou aos doutores ou ao papai e mamãe - o que quiserem desde que sejam brincadeiras adequadas à vossa idade mental.
4. E, enquanto isso, percebam uma coisa: o que qualquer investidor precisa para ter confiança é de ser capaz de fazer planos, é de saber quais as regras, impostos, etc, para os próximos anos. O que qualquer investidor teme é pôr o seu dinheiro num país em que mudam as regras a meio do jogo, onde o governo é formado por um inqualificável rebotalho político, em que tomam medidas sem avaliarem as consequências, em que tudo o que fazem é para atentar contra a economia, em que não têm noção nenhuma de coisa nenhuma.
Ora, como já demonstraram à saciedade que a única coisa que sabem fazer é desestabilizar tudo, fazendo porcaria por onde passam, por favor, deixem-se estar quietos. Até que o Cavaco ou a população corra convosco, não toquem em mais nada.
Se os sacrossantos mercados perceberem que, apesar de Portugal estar entregue a gente sem noção nenhuma do que está a fazer, os ministros estão apenas a legislar sobre cães e gatos e o chefe dos ministros não tem cabeça para agir sozinho, talvez resolvam acreditar que, no dia em que vocês, suas abéculas, levem uma corrida em osso, Portugal será capaz de se reerguer e, portanto, talvez ponham cá o dinheiro a juros decentes ou talvez cá voltem a investir.
Por isso, senhor irrevogável vice Portas, conceda-se um favor: não faça mais nada, não volte a aparecer em público a fazer tristes figuras. Reserve-se, antes, para, em privado, convencer os seus colegas a limitarem-se a respirar. Quietinhos, bonitinhos. Se for preciso, até lhes vou aí levar uma chupeta. Todos quietinhos a chucharem na chucha, entretidinhos, caladinhos. Se necessário for, podem ficar deitadinhos no chão, enroscadinhos uns nos outros (isto se tiverem frio, claro). Por mim, está tudo bem.
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E agora vou dormir que isto me dá sono.
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Mas, antes de ir dormir, permitam que aqui vos deixe um presente para ver se compenso a aridez dos temas com que vos tenho andado a maçar.
Vejam, por favor, Amira Willighagen, uma menina holandesa de 9 anos a interpretar 'O mio babbino caro' a famosa ária de Giacomo Puccini. Isto passou-se numa sessão de Holland's Got Talent e é digno de ser visto.
Espantoso!
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A mulher fotografada lá mais acima é, escusava de dizer, Brigitte Bardot, a célebre BB.
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Relembro: se quiserem conhecer mais em pormenor a minha opinião sobre o conjunto vazio que é a palha com que Paulo Portas pretende enganar o freguês, é, por favor, descer até ao post seguinte. O Nítido Nulo (obrigada jar!) na sua mais triste evidência.
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E, por hoje, nada mais. Resta-me, portanto, desejar-vos, meus Caros Leitores, uma bela quinta-feira.
E, por hoje, nada mais. Resta-me, portanto, desejar-vos, meus Caros Leitores, uma bela quinta-feira.
2 comentários:
Bom dia. Apreciei e muito os seus textos. Permita-me uma observação. Considerar o panfleto de PP um 'conjunto vazio' é uma quase apreciação positiva. É que um conjunto de conjuntos vazios até pode ser apresentado como tendo X elementos. Foi o que PP tentou fazer. Sugiro uma qualificação literária que, julgo, apreciará: um NÍTIDO NULO.
Cumprimentos.
jar
Olá UJM!
Este seu novo “look” está espectacular! Embora tenha “saudades” do anterior, mais sensual e atrevido, este está “adequado ao momento”. Uma vizinha nossa cuja casa e jardim tem espaço quanto baste, desdenhava com humor, desta patacoada da Cristas, pois tem gatos e cães que dava e sobrava para serem abatidos pelo esquadrão da dita “porquinha”. Quanto ao guião do Portas já me pronunciei no Post anterior. Não vale um caracol furado e é uma prova do pensa aquela criatura de poucos miolos, politicamente. E de que lado está e sempre esteve o Paulinho das feiras. Não é do povo que vai ás feiras, mas do outro que não as frequenta. Este País, começa a caminhar, perigosamente, para um Estado “sub-reptíciamente totalitário”. Um bom exemplo disto, entre outras medidas que têm vindo a ser aprovadas, é o novo projecto de “mapa judiciário”, que pode vir a deixar de fora cerca de 500 magistrados, entre juizes e procuradores, entre outras propostas. A ser aprovado e ao deixar de fora vários magistrados – e que fazer com eles ? – fica uma mensagem “implícita”: de que o Estado (leia-se Poder Político), em qualquer momento pode acabar com a vida profissional daqueles magistrados...”por razões várias”. Não sendo a ocasião para se falar disto aqui, invoco o caso apenas a título de exemplo de como este governo tem tudo menos sentido democrático. Desconsidera socialmente, economicamente, politicamente e até judicialamente a sociedade, os contribuintes, os eleitores, cidadão, empresários, trabalhadores, etc. E caso da venda dos CTT repugna-me igualmente, sobretudo depois de se saber que teve lucros superiores a 45 milhões de euros. O governo, insensível a tudo e todos, olha para o País e vê - apenas – números contabilísticos. Os correios, as escolas, os hospitais, etc, passam a estar afastados das pessoas com vista á sua “melhor” rentabilização e menor gasto. E, uma vez privatizados, a pensar na “saúde dos accionistas” que os detiverem. Aos poucos vai-se contruindo um mundo, ou país, afastado das necessidades das populações e das pessoas, um mundo sob a batuta das grandes empresas, da banca, das seguradoras, enfim de gente a quem pouca importa o interesse popular e geral. O mundo de Portas, Passos, Albuquerque, Moedas, FMI, Agências de Notação. E onde até accionistas de empresas de interesse público como a EDP privatizada, como a RP da China, ditam o que deve ser a política do gverno para o sector. Ee esta a reforma do Estado de Portas/Passos com o sacrossanto apoio de Belém. E o futuro não me parece ser de augurar. Muitos dos nossos jovens, como referiu num anterior Post, estão alheios a isto, desatentos, sem interesse pelo que se passa. Como convém a este governo e aos seus “apoiantes” financeiros. A terminar, gostei da Amira Willighagen! Ocorreu-me a este propósito que Mozart, aos 14 anos, depois de ter ouvido apenas 2 vezes o “Miserere” de G.Allegri, conseguiu “copia-lo”, ou reproduzi-lo, na íntegra! Tenha um resto de bom e solarengo dia de trabalho!
P.Rufino
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