No post abaixo falo das gotas de veneno que o Governo vai ministrando aos portugueses, cicuta em forma de ameaças, mais cortes, menos reforma, mais despedimentos. Hoje mais decisões vieram a lume, desta vez, como fazendo parte do relatório do FMI mas no qual o FMI diz que não o FMI que impôs mas o Governo que quis. Face a este veneno que anda a pôr a sociedade doente de medo, interrogo-me o que dirá Cavaco Silva? Ou só fala lá fora?
Mas isso é no post a seguir. Aqui, falo do Crato, dessa viperina criatura.
Volto a dizer: quando há greve numa empresa, a equipa de gestão aceita-a democraticamente, mesmo que os prejuízos sejam enormes, mesmo que os transtornos sejam preocupantes. E, tendo recebido o pré-aviso de greve, encarrega-se de tentar minorar os danos, ajustando o que pode ser ajustado. A equipa de gestão junta-se, os seus membros organizam-se, praguejam, em surdina invectivam os trabalhadores, mas, de facto, compreendem as suas razões, respeitam-nos, e bola para a frente, amigos como dantes.
Nesta greve - e se os professores e funcionários públicos em geral têm razões de sobra para fazer greve...! - o que fez o Crato?
Sonso, sempre sonso, tentou baralhar, tentou esquivar-se, convencido que lhes ia dar a volta. Depois, quando perceber que não estava a lidar com moscas mortas, partiu para o braço de ferro.
E cada vez o braço de ferra é mais violento.
Provavelmente os professores até estavam disponíveis para negociar, sempre os ouvi dizer isto. Mas perante a atitude ameaçadora do Crato, perante toda a forma como isto está a ser levado pelo Governo, o que estão a pedir é uma resposta à altura.
Vamos ver se os professores se aguentam e se mantêm unidos. O ensino tem que ser dignificado e os professores têm que ser respeitados.
Não podem sujeitar-se a uma humilhação e a serem tratados como se fossem amedrontadas baratas descartáveis que o Crato pisa com a ponta do sapato.
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As imagens provêm, uma vez mais do blogue We Have Kaos in the Garden.
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Relembro que, se quiserem seguir para bingo e saber das pérfidas notícias publicadas pela comunicação social neste 13 de junho, dia em que o nosso Santo Antoninho não teve força para travar a perversidade deste desGoverno malvado, é no post já aqui abaixo.
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Em princípio ainda cá volto com uma reportagem fotográfica sobre a maravilhosa tarde que hoje passei. Logo conto. Ainda tenho que ir escolher as fotografias e, a seguir, ainda quero ir jardinar ali ao meu Ginjal. Depois é que venho cá.
2 comentários:
Estudo no 12º ano, tenho 18 anos. Sou uma entre os 75 mil que têm o seu futuro a ser discutido na praça pública.
Dizem que sou refém! Dizem que me estão a prejudicar a vida! Todos falam do meu futuro, preocupam-se com ele, dizem que interessa, que mo estão a prejudicar…
Ando há 12 anos na escola, na escola pública.
Durante estes 12 anos aprendi. Aprendi a ler e a escrever, aprendi as banalidades e necessidades que alguém que não conheci considerou que me seriam úteis no futuro. Já naquela altura se preocupavam com o meu futuro. Essas directivas eram-me passadas por pessoas, pessoas que escolheram como profissão o ensino, que gostavam do que faziam.
As pessoas que me ensinaram isso foram também aquelas que me ensinaram a importância do que está para além desses domínios e me alertaram para a outra dimensão que uma escola “a sério” deve ter: a dimensão cívica.
Eu não fui ensinada por mágicos ou feiticeiros, fui ensinada por professores! Esses professores ensinaram-me a mim e a milhares de outros alunos a sermos também nós pessoas, seres pensantes e activos, não apenas bonecos recitadores!
Talvez resida ai a minha incapacidade para perceber aqueles que se dizem tão preocupados com o meu futuro. Talvez resida no facto de não perceber como é que alguém pode pôr em causa a legitimidade da resistência de outrem à destruição do futuro e presente de um país inteiro!
Onde mora a preocupação com o futuro dos meus filhos? Dos meus netos? Quem a tem?
Onde morava essa preocupação quando cortaram os horários lectivos para metade e mantiveram os programas?
Onde morava essa preocupação quando criaram os mega-agrupamentos?
Onde morava essa preocupação quando cortaram a acção social ou o passe escolar?
Onde mora essa preocupação quando parte dos alunos que vão a exame não podem sequer pensar em usá-lo para prosseguir estudos pois não têm posses para isso?
Não somos reféns nessa altura?
E a preocupação com o futuro dos meus professores? Onde morava essa preocupação quando milhares de professores foram conduzidos ao desemprego e o número de alunos por turma foi aumentado?
Todas as atrocidades que têm sido cometidas contra nós, alunos, e contra a qualidade do ensino que nos é leccionado não pode ser esquecida nunca mas especialmente em momentos como este!
Os professores não fazem greve apenas por eles, fazem greve também por nós, alunos, e por uma escola pública que hoje pouco mais conserva do que o nome. Fazem greve pela garantia de um futuro!
De facto, Crato tem razão quando diz que somos reféns, engana-se é na escolha do sequestrador!
E em relação aos reféns: não são só os alunos; são os alunos, os professores, os encarregados de educação, os pais, os avós, os desempregados, os precários, os emigrantes forçados... Os reféns são todos aqueles que, em Portugal, hipotecam presentes e futuros para satisfazer a "porra" de uma entidade que parece não saber que nós não somos números mas sim pessoas!
Se há momentos para ser solidária, este é um deles! Estou convosco*
Inês Gonçalves
https://www.facebook.com/ines.goncalves.146612
O Crato é um nojo. Um mentecapto. Um patife. Como é toda esta gente que nos desgoverna.
Uma palavra de muito apreço para a Inês Gonçalves. Jovens como a Inês elevam-me o moral (ao contrário de outros que há cerca de uma semana critiquei).
São jovens como a Inês que mostram a este governo que não se deixam manipular e conseguem descortinar a hipocrisia subjacente a quem dirige actualmente os destinos do País, os mesmos que pretendem estar preocupados com a greve dos professores e o futuro dos alunos - mas que não lhes dão garantias de futuro, os lançam no desemprego, defendem salários de miséria para esses mesmos jovens, etc, etc.
Bravo Inês, que belo comentário o seu!
P.Rufino
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