terça-feira, novembro 20, 2012

O que tenho eu a dizer sobre a rabecada que o Relvas deu no Alberto da Ponte por este ter ousado defender dois canais de televisão? E o que digo por os hospitais da CGD, os HPP, irem parar às mãos dos brasileiros? E o que digo sobre o palavreado vazio do Gaspar acerca da sexta avaliação da troika? E sobre a conversa oca de Passos Coelho (que é igual à conversa oca do Paulo Portas)? Olhem, não digo nada. Apenas me pergunto: Catarina Portas e Marion Cotillard são gémeas separadas à nascença? (e, para quem não saiba a quem me refiro, aqui deixo a última quer como capa da Harper's Bazaar Dezembro 2012, quer como Lady Rouge quer, ainda como Lady Blue Shanghai, sempre pela Dior, e sempre pela lente de grandes fotógrafos; finalmente, como Piaf). E, para terminar 'a propos': Edit Piaff, a genuína, 'Non, je ne regrette rien'. Eu também não.


Não me apetece falar do Gaspar. Nem do Passos Coelho. Política de muito má qualidade. Muita incompetência. Muita, para além da conta. Verborreia oca. Não sabem do que falam, nem um nem outro. Cada um no seu estilo mas ambos perigosamente maus.

Não sei o que está Paulo Portas a fazer neste governo. A destruir o CDS? Só se for. Cada vez mais politiqueiro e inconsistente, inconsequente. Só conversa fiada. 

E o Relvas? Mau demais. O que andará ele agora a tramar? Ou limita-se a fazer aquilo em que é especialista: contactos? Aparece na televisão a dizer umas coisas e eu ouço aquela voz e vejo aquela cara e fico logo mal disposta. E já anda a dar rabecadas a Alberto da Ponte depois deste ter dito que só faz sentido um serviço público de televisão com dois canais. Havia de ter graça se este batesse com a porta. 

E hoje lá foram mais os HPP: os hospitais da CGD vão parar à mão mão de brasileiros. Tudo a desandar a grande velocidade.

E a troika a rever de novo em baixa as previsões de crescimento. 

Tudo tão desagradável.

Por isso, se me permitem, vou mudar de registo e passar para assuntos mais sofisticados; a saber: Catarina Portas e Marion Cotillard teriam sido separadas à nascença? Só pode!


Catarina Portas
Marion Cotillard




















Marion Cotillard
Catarina Portas



Parecidíssímas. Embora tenham nascido em anos diferentes e, creio, em países diferentes, são, certamente, gémeas univitelinas. Não quero lançar suspeições mas, olhando para elas, assoma-me ao espírito uma dúvida que não ouso aqui explicitar (mas, enfim, já que insistem, começa assim: Será que o Senhor Arquitecto Nuno Portas...?)


Entretanto, já agora, para quem não conheça muito bem a talentosa mana gémea da bela e não menos talentosa Catarina Portas, algumas evidências da graça de Marion, que, por estes dias, está a dar que falar no mundo da elegância e da sofisticação.


Mês de Dezembro de 2012, fotógrafo Ben Hassett - Marion Cotillard é capa da Harper's Bazaar UK-  e deslumbra





Annie Leibovitz fotografa Marion Cotillard para Lady Rouge, Dior.





David Lynch realiza, Steven Klein fotografa. Marion Cotillard em Lady Dior Blue Shanghai, ainda Galliano 
não se tinha portado mal.




Aqui Marion Cotillard é Edith Piaf, sob direcção de Olivier Dahan


*****

E, finalmente, porque nisto as palavras são como as cerejas, a imortal, eterna, frágil, imensa Edith Piaf
Non, je ne regrette rien


*

Claro que ainda vos vou convidar a continuarem na minha companhia por mais uns minutinhos. Hoje, no meu outro blogue, o Ginjal e Lisboa, recordo locais onde não voltarei, levada pelas palavras de Luís Filipe Castro Mendes, Poeta e Embaixador. A música esta semana vai estar a cargo de Henry Purcell e vão ver e ouvir e o que escolhi para a estreia..., uma maravilha.

**

E nada mais que isto já vai mais que longo, não é? 
Mas não me vou embora sem antes vos desejar um belo dia. 
Contra a estupidez, incompetência e incultura: marchar, marchar. 
E viva a beleza, a boa disposição, a arte. 
E saúde e sorte para todos!


6 comentários:

Maria disse...

Amiga:
Tirando a parte que dedica à política, que já me dá náuseas, adorei tudo o resto.
A bela Catarina é realmente igual à Marion Cotillard.
Gostei do resto todo, sobretudo de Non, "Je ne regrette rien, parce que moi, "Je ne regrette rien" aussi, malgré tout.
Acho que não vale a pena. Se pudéssemos voltar atrás, faríamos tudo igual.
Abraço grande
Mary

Um Jeito Manso disse...

Olá Mary,

Sempre tão sábia, sempre tão sensível. É verdade, faríamos o mesmo ou outros disparates. Sabemos lá nós, a cada momento, o que é melhor? Vamos fazendo o que nos parece melhor e a vida vai avançando e corrigindo alguns pequenos desvios da vida. Desde que vamos agindo de acordo com a nossa consciência, vamos indo bem.

Quanto a estas 'gémeas': não são tão iguais? Que engraçado.

Um abraço, Mary, e um dia muito feliz!

Pôr do Sol disse...

Jeitinho,

Começo a convencer-me que vieram para ficar, nada nem ninguem os deita abaixo, perderam a vergonha e a consciencia. Falam com a arrogancia dos premeditados.

Sinto-me cançada e imputente, só vejo tomarem-se medidas absurdas e inconsequentes. Esta de ser uma empresa de Relvas a tomar conta dos arquivos do Estado, tem propositos pidescos.

Estou preocupada, confesso.

Catarina Portas é uma mulher muito interessante e discreta. Achei muito curiosa a semelhança e não me espantaria nada que o charmoso arq. NP, apreciador de teatro, tivesse viajado por terras de França...

Vamos disfarçando, pois a realidade começa a parecer pesadelo.

Que a fisioterapia seja reparadora, para a continuação de uns bons passeios.

Um beijinho.

Um Jeito Manso disse...

Olá Pôr do Sol,

sentimo-nos rodeados de gente hipócrita, inconsequente. Veja o FMI. A Directora-Geral, Christine Lagarde alerta para os riscos da austeridade excessiva em Portugal, apela ao crescimento e ao abrandamento fiscal. Mas afinal o que vemos cá? O representante do FMI na troika a dizer que é preciso pagar menos aos funcionários públicos, fazê-los trabalhar mais horas e que tem que se continuar com esta austeridade por mais uma série de anos. E o que faz o governo? Aplaude. Diz que se eles querem cortar 20, então o governo corta 50. Uma insensibilidade e uma estupidez sem tamanho. Vão pôr-nos a pão e água. Um desespero.

Quanto às duas beldades, tão iguais, será que o pai da bela Catarina já viu a gémea da sua filha?

E, de resto, cá vou fazendo a minha fisioterapia, coisa que gosto bastante de fazer. São duas horas muito boas. Uma parte é em piscina, água bem quentinha, uma maravilha. Depois é repouso e aplicarem-me ultra-sons e ondas-curtas, ali deitada na boa. A seguir é ginásio e aí já aperta um bocado, por vezes tenho que me esforçar até doer mesmo. Mas é por uma boa causa e saio de lá a sentir uma mobilidade bem maior.

E já dou os meus passeios (ainda não a 1005 mas já lá perto).

Presumo que consigo também esteja tudo na maior.

Um beijinho, Sol Nascente!

Anónimo disse...

Duas mulheres (Catarina e Marion) bonitas e brilhantes. Realmente, que semelhanças entre elas duas!
Quanto à Edith Piaf, gostei bastante de a ouvir. Recordo-me de a escutar por causa de meus pais, nós (eu e meus irmãos) ainda garotos, quando ainda viviamos no Porto, onde nasci.
E depois, já em Lisboa, finais dos anos 60, visto ser uma daquelas canções que meus pais gostavam de ouvir de quando em quando. E ficou-me, para sempre, aquela voz única de Piaf, que igualmente eu apreciava. Aqui há uns anos comprei um CD dela, onde, naturalmente, se incluía esta sua canção e ainda outro dia, por razões diversas estive a ouvir, juntamente com uns amigos, cá em casa, a recordar certas musicas mais antigas. Curioso!
P.Rufino

Um Jeito Manso disse...

Olá P. Rufino,

Não lamentemos o que vivemos. Bom ou mau: é a nossa vida. Non, je ne regrette rien.

Gosto imenso desta canção, gosto imenso desta canção cantada pela imensa Piaf. As palavras rolam na boca dela. A forma como o 'r' rola na boca dela. Fica a rolar dentro de nós, não é?

As pessoas quando são grandes como ela (e ela, fisicamente, era tão frágil) tornam-se imortais, intemporais. Vivem connosco.

Por isso, fico contente por saber que ela, há dias, esteve consigo e que agora, veio ter comigo, para cantar para todos nós, aqui. Assim é a vida. Curiosa, mesmo.

Saudações cordiais, P. Rufino.