quinta-feira, novembro 06, 2025

Dias bons a caminho. Acredito nisso.

 

Ontem à noite estava aqui interessadíssima a acompanhar a evolução dos resultados nos Estados Unidos, na feliz expectativa de que os americanos mostrassem que não estão anestesiados e que os democratas não estão de tal forma a navegar na maionese que ainda seriam capazes de mandar o Trump dar uma grande volta. As notícias vinham nesse sentido e, portanto, quando me deitei, fui tranquila e preparada para um belo sono.

As previsões do tempo apontavam para bernarda da grossa mas eram duas da manhã e não ouvia nem vento nem chuva.

Contudo, passado pouco tempo comecei a ouvir raspar na porta do corredor que dá para a zona do quarto. Deixamo-la fechada para que o cão não vá para a nossa cama. É grande e temperamental demais, às tantas tínhamos que lhe pedir licença para termos espaço para nós. Mas ele nunca tenta ir para lá. Quando regressamos do passeio nocturno, retira-se para os seus aposentos e lá fica até de manhã. Excepto quando está com algum problema. E, pelos vistos, era o caso ontem à noite. 

Comecei a ouvir que já gemia, que fazia barulhos estranhos. Pé ante pé, fui espreitar. O tapete da entrada e o do corredor já tinham mudado de sítio, estavam amarfanhados no extremo oposto. Estava inquieto. Não percebi porquê, disse-lhe que estava tudo bem, que fosse dormir.

Contudo, passado algum tempo, o que ele tinha intuído, concretizou-se. O meu marido pesquisou e confirmou que os cães se apercebem da trovoada bem antes de ela ser perceptível para os humanos. E assim foi. Uma ventania, relâmpagos, trovoada, uma chuvada diluviana. Uma tempestade das sérias. E o pobre cão numa aflição.

O meu marido, altruísta, decidiu que, a bem do descanso de todos, se sacrificaria. Vestiu-se e resolveu vir dormir para o sofá. Disse ao pobre e trémulo cão que fosse com ele para a sala. E eu poderia ficar no quentinho da cama a ver se dormia.

Na rua, o barulho acentuava-se. E, estranhamente, o cão não seguiu o meu marido. Manteve-se na choradeira ao pé da porta da zona do quarto, a arranhar a porta, a fazer barulhos, a andar com os tapetes num alvoroço. Isto enquanto a casa quase vinha abaixo com tanto vento, tanta chuva, tanta trovoada.

Fui ter com o cão. Tentou vir para o pé de mim. Chamei o meu marido. Disse-lhe que o melhor era trocarmos. Vesti qualquer coisa e fui ter à sala para me deitar eu no sofá. A alegria do cão foi incrível. Dava ao rabo, andava em minha volta, todo encostado a mim. Tremia como varas verdes, coitado. O meu marido foi para o quarto e eu estendi-me no sofá. No chão, encostado ao sofá, fui fazendo festinhas ao pobre cãobeludo, tentando acalmá-lo. 

De repente, um clarão imenso e, ao mesmo tempo, um estrondo, um ribombar intenso, e, ao mesmo tempo, um outro barulho e, logo a seguir, o aviso sonoro da central de segurança. Experimentei e vi que não havia luz. Fui ver o disjuntor. Estava para baixo. Fiz força mas não consegui. Tive medo de forçar, até porque poderia não ser aquilo. O cão todo encostado a mim, o vento, a chuva, a trovoada sem darem tréguas. Fui chamar o meu marido. No meio daquela tempestade, às escuras, só pensava que, se fosse preciso alguma coisa, às escuras seria pior. Isto sem pensar no frigorífico que poderia começar a descongelar. Chegou lá, pôs aquilo para cima. Refiro-me ao disjuntor, claro. Voltou a luz. E eu voltei para o sofá e o cão, atormentado, todo encostado a mim.

Eram já sete de manhã, o temporal abrandou. O cão acalmou-se, adormeceu. Pé ante pé, voltei para o quarto. Quando estava a adormecer, novo clarão, novo ribombar. E, de novo, o cão a raspar na porta, a chorar, a fazer barulhos de medo e chamamento.

Voltei a vestir-me e a ir para o sofá. E o meu amigo comigo.

Por volta das 9 horas, já tudo tranquilo, o meu marido a pé, fui finalmente para a cama. Dormi entre as 9 e as 11.

A glicínia grande, que estava linda, imensa, caiu toda, despregou-se do telhado, o gradeamento do muro em que estava presa também caiu. Uma tristeza. Não temos força para a levantar. O meu marido diz que terá que a cortar. E eu não vejo alternativa.

Do outro lado, tombou uma buganvília e caiu sobre uma grande suculenta de que se partiu também um bocado.

Tirando isso, está tudo bem. 

Os resultados nos Estados Unidos foram óptimos e estou contente. E o tempo levantou. Portanto, acredito que os tempos de bonança estão a caminho.

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Um grande, grande discurso, grande, grande

“Trump, Turn the Volume Up!” — Zohran Mamdani’s Fiery Victory Speech Rocks NYC

Zohran Mamdani delivers a powerful and historic victory speech after defeating Andrew Cuomo to become New York City’s next mayor. Declaring, “We have toppled a political dynasty,” Mamdani vows to “make New York the light” and calls out President Trump directly — “turn the volume up.” 


Põe-te a pau Andrezito. 
Talvez novos ventos estejam a caminho

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Dias felizes

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