Na sequência de tudo de mau o que tem acontecido com o SNS desde que esta ministra está no cargo, e depois das sucessivas tragédias que aconteceram desde sexta-feira devido à inoperância do sistema de saúde -- cujos responsáveis são, obviamente, o primeiro ministro e a ministra da saúde --, ouvi hoje a ministra, cujo fácies parece denunciar uma deriva para outra espécie que não a humana, apontar o dedo ao problema da deficiente informação que lhe foi transmitida esquecendo-se, ou tentando fazer esquecer-nos, que o verdadeiro problema está longe de ser esse: é, sim, o caos em que se encontra o SNS devido às políticas que prosseguiu e que resultaram nas tragédias que conhecemos.
A ministra- substituiu as administrações e as chefias intermédias apenas por questões partidárias esquecendo-se do fundamental, que é a competência,
 - criou uma baralhada insolúvel no INEM,
 - aumentou muito os custos do SNS embora a qualidade do serviço tenha diminuído imenso,
 - tornou a direção executiva do SNS um apêndice sem quaisquer objetivos,
 - para garantir o aumento de proveitos aos médicos alavancou os serviços de tarefeiros e simultaneamente aumentou valor do pagamento horário (é ou não verdade que hoje há médicos que já não trabalham à sexta-feira e à quinta feira à tarde porque fazendo um fim de semana como tarefeiros recebem mais do que se fizessem horário completo?),
 - enfim, conseguiu virar de pantanas o serviço público de saúde do País.
 
Das duas uma: ou padece de défice cognitivo ou pensa que somos burros. Existe uma terceira hipótese que é ser uma cínica egocêntrica que não tem conhecimentos nem capacidade para ser ministra e que não tem o mínimo de humanidade (como bem o demonstrou na intervenção que fez na AR culpabilizando a pobreza e a falta de conhecimentos das pessoas pelas tragédias cuja responsabilidade é dela e que nunca assumiu).
Esta forma de estar na vida pública mete-me nojo.
Mas Ana Paula Martins não está sozinha. Quando ouvimos o "Lentão" Amaro falar de "reengenharia" a propósito da imigração ou o Montenegro defender a putativa lei da nacionalidade e a lei da imigração como se fossem determinantes para a segurança nacional, devemos estar alerta e equacionar quais são os verdadeiros valores destes tipos e quais são os seus verdadeiros interesses e objetivos.
Cavalgar a agenda do Chega revela mais que um mero tacticismo, revela também que, para o PSD de Montenegro, os mais elementares valores humanistas não passam de uma moeda de troca sem qualquer valor facial.
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