segunda-feira, outubro 13, 2025

Em Lisboa, Alexandra Leitão foi um tiro no pé do PS (um tiro disparado por Pedro Nuno Santos)
E os ganhadores e perdedores destas eleições

 

Na altura, em Janeiro, referi-o: Alexandra Leitão foi uma péssima escolha para presidente da Câmara de Lisboa

Pior ainda quando Alexandra Leitão, com o apoio do PS da altura, resolveu ressuscitar parte da Geringonça, atracando-se à tóxica Mariana Mortágua. Com isso, não foi um tiro, foram dois tiros. É certo que a vitória do insignificante e pantomineiro Carlos Moedas não foi expressiva por aí além mas, ainda assim, facilmente qualquer outra pessoa -- que não Alexandra Leitão (com a Mortágua à ilharga) --, o bateria.

Aliás, basta ter ouvido a nulidade do discurso de derrota da palavrosa Alexandra Leitão para perceber a vacuidade e a inconsistência daquela pessoa. Uma nulidade que envergonha. Por comparação, atente-se no brilhante, embora humilde, comovente até, discurso de Pizarro, um grande democrata.

Tenho a certeza de que fosse José Luís Carneiro a ter feito a escolha e outro teria sido o resultado de Lisboa. 

Claro que, como o meu marido abaixo referiu, a cegueira política e a estupidez encartada do PCP foi uma preciosa ajuda para o Moedas. Não é de espantar: mais depressa o PCP dá a mão a gentinha desqualificada do que se une a alternativas de esquerda. Corresponde a 100% à definição de idiota: uma pessoa que faz coisas estúpidas que não beneficiam ninguém nem o próprio.

Mas agora foco-me no PS. O PS tem gente muito boa. Duarte Cordeiro ou Mariana Vieira da Silva, por exemplo, tirariam a Câmara de Lisboa de letra. E reconquistar a Câmara de Lisboa era importantíssimo pois Carlos Moedas, para além de um caguinchas e um oportunista, é uma lástima como presidente da maior autarquia do país.

O que me anima é pensar que o Pedro Nuno Santos já não fará mais disparates em nome do PS. Felizmente agora temos um pragmático, um determinado, um assertivo, um lutador, um trabalhador incansável, uma pessoa decente, um líder muito capaz. Sempre defendi que com José Luís Carneiro outro galo cantaria no PS, e a sua actuação enquanto líder tem vindo a comprová-lo. O PS voltou a erguer a cabeça e acredito que o País só tem a ganhar com pessoas sérias e competentes como ele.

Quanto a outras autarquias tenho ainda a dizer que algumas vitórias que não apreciei foram mais demérito de alternativas de fraquíssima qualidade do que mérito dos fracos autarcas que ganharam. Há ainda um caminho de maturidade democrática por alcançar, desde logo na conquista de prestígio ao exercer cargos autárquicos. Não faz sentido que em algumas listas, um partido grande como o PS, que tem gente altamente qualificada, avance com gente pouco convincente, fraquíssima. 

Finalmente o Porto. Teria ficado contente se Manuel Pizarro tivesse ganho. Gosto dele. É um verdadeiro democrata, humanista, republicano de gema. E simpaticíssimo. Mas acredito que o Pedro Duarte vai ser um bom presidente de Câmara. Pelo seu discurso de vitória e pela forma como se referiu a Manuel Pizarro confirmou ser um tipo decente. E tenho-o em conta de um tipo capaz, enérgico. Por isso, acredito que o Porto vai ficar bem. Foi uma boa escolha de Montenegro. E desejo-lhe boa sorte.

De resto, claro que o PSD ganhou inequivocamente. E não há dúvida que Montenegro, apesar das suas trapalhices spinunvívicas e das grandes debilidades em algumas áreas relevantes da governação, tem conseguido sobrevoar os escolhos e seguir adiante. É resiliente e dúctil e isso são qualidades físicas que conferem resistência e durabilidade a qualquer material. Disso não tenhamos dúvidas. Portanto, chapeau.

Quanto aos derrotados destas eleições são, de forma muito clara: 

  • a CDU, que, de derrota em derrota, caminha cega e resolutamente para a absoluta irrelevância, 
  • o BE, que me parece que já não existe, 
  • o simpático Livre que, autarquicamente, se dilui e desaparece,
  • a IL, que autarquicamente é invisível,
  • e o Chega, o partido que alavanca a fanfarronice do Ventura e que, sem a lábia dele, vale menos do que um .... (ai a palavra que me ia saindo...)

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