Há vidas fadadas a serem divulgadas, escrutinadas, ficcionadas. Prestam-se à especulação, a teorias da conspiração, a análises psicológicas, a ódios e a paixões. Inspiram cumplicidades, medos - sentimentos contraditórios. Se alguém pegasse em personagens assim, dir-se-ia que os traços comportamentais são excessivos, tão extremados que incredíveis.
E, no entanto, são reais.
Ghislaine Maxwell é a chave da equação: está viva, sabe de tudo. Mas está presa e não é claro que fale ou, se falar, que fale a verdade. Toda a sua vida é, em si, um filme. Uma tragédia. Tenho muita dificuldade em compreender as motivações de uma pessoa assim mas isso não é de estranhar pois a minha vida tem sido banal enquanto a dela tem sido, desde pequena até agora, uma montanha russa. Ou uma roleta russa.
Jeffrey Epstein morreu, supostamente por suicídio mas dizem que assassinado, mas, antes de chegar a esse triste final teve uma vida também inexplicável. Não se sabe se era de facto um financeiro, se apenas um organizador de sexo com modelos ou candidatas a isso, de preferência menores, se também um destemido e descarado chantageador. Parece que nunca se percebeu de onde lhe vinha tamanha fortuna. Sabe-se, isso sim, que do seu círculo de amigos faziam parte homens ricos, influentes, ditos poderosos.
Trump foi o melhor amigo de Epstein durante vários anos e há fotografias que os mostram juntos, incluindo com Melania. Também se sabe que Trump gostava de modelos, de preferência novinhas. Predador, descarado, estúpido, anormalmente porco. E, por incrível que possa ser, conseguiu ser, pela segunda vez, presidente dos Estados Unidos.
O céu parece estar a cair-lhe em cima. Os segredos podem, aos poucos, começar a ser desvendados.
É normal que as vítimas não queiram falar: por vergonha, por vontade de esquecer, por medo. Mas os jornalistas andam em volta, surgem vídeos, entrevistas antigas, indícios, testemunhos. O puzzle começa a ser composto, o cerco a Trump começa a apertar.
Claro que surgirão muitos documentários, muitas séries. E tudo será espantoso. Não poderá haver um fim feliz.
Mas as vítimas, as verdadeiras vítimas, serão sempre as mulheres que, quando jovens, foram abusadas, usadas.
7 comentários:
Os empregados do papá da Ghislaine também não ficaram lá muito bem. O velhote limpou-lhes o fundo de pensões; antes de cair à água.
Dela o que li é que não lhe faltava arrogância e altivez.
Esta história só reganhou atualidade porque o nome de Trump aparece por ali. O assunto estava arrumado, a figura que dava a cara, suicidou-se, a mulher está presa. Não mais se falou do assunto.
Contudo, ficamos sem saber o mais importante, como é que um individuo sem leira nem beira se tornou, num ápice, podre de rico, dono de uma ilha e de muitos ativos financeiros e mobiliários.
Como é que o dinheiro chegou até ele? Quem? Como?
Hoje li que em Espanha foi desmantelada uma rede de prostituição, mais de 160 mulheres, oriundas da américa latina, foram libertadas. Anteontem li que se iniciou a exumação de 796 crianças enterradas numa vala comum, bebés e crianças que estavam a cargo de uma entidade administrada pela igreja. O que é que estes casos têm a ver com o caso em apreço?
Talvez, por serem eventos macabros, todos venham a dar excelentes séries baseadas em factos reais, com alguma ficção à mistura, que terão larga assistência e darão largos proventos a potenciais frequentadores de ilhas esplendorosas.
J. Carvalho
Parece que Epstein era judoca, e quando li isso vi logo ali uma teoria (ou pratica) da transpiração, tipo a mossada que passa a fazer ficheiros dos tubaros, para mais tarde recordar-lhes < Ou comes a sopa, ou vais a um casting >. Parece que o Epstein com remorsos foi suicidado na prisão, pois lá não há varandas. A Ghislain que se ponha a pau.
PS. Lá na terra trumpiana os suicidários não têm o hábito de saltar da varanda, ou penduram-se pelo gargalo ou dão um tiro na tola, e eventualmente na da familia toda, cão incluido, que é para o suicidio parecer de um tipo com a rosca moida. Veja-se o caso de Philip Marshal, que suicidou tudo o que mexia lá em casa, com remorsos de ter escrito um livro sobre o 11 do Set, The big bamboose.
É como eu disse: todos os personagens parece serem algo disfuncionais e destinados a um fim trágico. De multimilionaríssimo e todo poderoso, o papá passou a ser olhado de lado pela sucessão de insucessos e desvarios, acabando de forma estranha.
Ela era a menina mimada, rica e com tudo ao dispor, e acabou 'tesa'. Mas não perdeu tempo, arranjando maneira de voltar a frequentar os todo poderosos (mesmo que, para isso, vendendo a alma ao diabo). Contudo, muitos dizem que, da dupla Epstein e Ghislaine, ela era o verdadeiro diabo. Uma pessoa difícil de entender.
Há quem suspeite que aqueles vídeos comprometedores serviam para ele chantagear os intervenientes. Chantagear pela medida grossa. Mas, ainda assim, é difícil perceber como deu para ilhas privadas, várias casas luxuosas, aviões privados- Muito bizarro tudo aquilo.
E tem razão, J. Carvalho, há 'histórias' que são de loucos, macabras, com personagens narcisistas, prepotentes, sem qualquer empatia pelos mais frágeis. E com vítimas, muitas vítimas, geralmente mulheres vulneráveis. Sem dúvida vamos ter histórias que terão largas audiências e que darão a ganhar bom dinheiro.
Mundo diabólico este, não acha?
É isso, na Rússia ou aparecem envenenados ou, sabe-se lá como, saltam das varandas. A coisa é mais linear, mais óbvia. Nos Estados Unidos, gente dada a filmes, a coisa é envolta num maior mistério. Nunca se sabe bem quem fez o quê e com que motivações. Sabe-se que há muita gente interessada em que fulano ou fulana não fale. Mas daí a conseguir-se apontar o dedo a alguém em concreto vai uma certa distância. Vários mistérios têm subsistido ao longo dos tempos: não é mau para a ficção pois dá para encenar diversas hipóteses. Vamos ver, no presente caso, como é que Trump vai sair desta. E vamos ver como vai ser o fim da Ghislaine, se vai ter hipótese de envelhecer ou se vai acabar antes disso, adensando ainda mais o mistério.
o putin manda assassiná-los com o trampa suicidam-se. não será tudo trama do putin para subjugá-lo, calhando.
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