Portanto, foi dia cheio, sempre algum a querer fazer alguma coisa, ela na cozinha a querer estar ao comando. Despachada, rápida, impaciente. Eu, que também sou rápida, vejo-me grega para acompanhar aquele ritmo. Está-lhe nos genes querer fazer tudo rapidamente e várias coisas ao mesmo tempo.
Não apenas fez parte do almoço como fez uma limonada e um bolo que estava francamente bom. Pesquisa a receita, vai vendo os ingredientes necessários, vai buscá-los ou pede-os, ao mesmo tempo vai partindo ovos, batendo os ingredientes, comentando o que vai fazer a seguir. Um ritmo que vai lá, vai. Ao jantar, voltou a fazer a parte principal enquanto o mais novo se ocupava do acompanhamento. Uma animação, uma agitação, uma alegria.
E, de tarde, estivemos no jardim e dançámos e jogámos à estátua e rimo-nos, e, entre eles, também estiveram entretidos. Dia bom.
Pensávamos que ia estar de trovoada e chuva mas não, para a tarde até abriu. Nada dos calores dos outros dias mas razoável.
Quando se iam embora, os meninos puseram as respectivas mochilas às costas, pegaram nas malas (como vão ficar uns dias fora da sua casa, de manhã trouxeram logo a bagagem e as coisas da escola para o resto da semana), e foram para o jardim, para o pé do portão, à nossa espera. O dog estava ao pé deles, a dar ao rabo. Pensava que também ia. Tive que refrear o seu entusiasmo e disse-lhe: 'O cão (de facto, disse o nome dele, não disse 'cão') não vai. Fica cá a tomar conta da casa, está bem?'. Pois, de imediato, o rabinho parou de abanar e, com ar infeliz, foi para o lado, sentado, meio deitado, a olhar para outra direcção. E, até sairmos, ali ficou, a olhar na direcção oposta. Conheço-o: estava decepcionado, triste. A sua capacidade de compreensão, as suas emoções e raciocínios surpreendem-me a toda a hora.
Fomos, pois, levar os meninos a casa dos outros avós.
Quando regressámos a casa, ainda fomos tratar o problema da perna do cãobeludinho e ainda fomos dar uma voltinha boa.
Portanto, não sei como foram os festejos oficiais, desconheço o que o Marcelo disse, desconheço quem esteve ou deixou de estar.
Só agora, através do instagram, tive conhecimento que a Lídia Jorge fez um discurso inteligente e poderoso. Fico contente. Tenho que tentar encontrar o discurso inteiro.
Não costumo ligar a mínima aos discursos do dia 10 mas dá ideia que este discurso teve substância, acrescentou, ficará na memória de quem o ouviu.
Tirando isso, nada mais me ocorre pois o conhecimento do que está a passar-se por aí (ruas de Los Angeles, comportamentos trogloditas contra adeptos ou contra actores de teatro ou outros sucedidos por terras de aquém e além mar) é diminuto.
Por isso, não opino. Vou descansar.
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Dias felizes para todos
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