quarta-feira, junho 11, 2025

Para mim, um 10 de Junho sem discursos -- mas, do que já vi, um grande discurso de Lídia Jorge

 

Tal como tinha dito, o meu dia começou bem cedo. Pouco passava das oito e já a casa se enchia das vozes que nos enchem de alegria -- a nós e ao cãomaisfofo que salta, rodopia, em volta deles, surpreendido e feliz. Os pais foram para fora, embarcavam bem cedo, e, neste dia feriado, ficaram cá. Nos outros dias ficam nos outros avós que vivem mais perto das escolas. 

Portanto, foi dia cheio, sempre algum a querer fazer alguma coisa, ela na cozinha a querer estar ao comando. Despachada, rápida, impaciente. Eu, que também sou rápida, vejo-me grega para acompanhar aquele ritmo. Está-lhe nos genes querer fazer tudo rapidamente e várias coisas ao mesmo tempo. 

Não apenas fez parte do almoço como fez uma limonada e um bolo que estava francamente bom. Pesquisa a receita, vai vendo os ingredientes necessários, vai buscá-los ou pede-os, ao mesmo tempo vai partindo ovos, batendo os ingredientes, comentando o que vai fazer a seguir. Um ritmo que vai lá, vai. Ao jantar, voltou a fazer a parte principal enquanto o mais novo se ocupava do acompanhamento. Uma animação, uma agitação, uma alegria.

E, de tarde, estivemos no jardim e dançámos e jogámos à estátua e rimo-nos, e, entre eles, também estiveram entretidos. Dia bom. 

Pensávamos que ia estar de trovoada e chuva mas não, para a tarde até abriu. Nada dos calores dos outros dias mas razoável.

O cãoamigo agora está com as pilhas todas carregadas, super interventivo. Mal me vê agarrada a algum deles, na beijoquice, aparece logo a interpôr-se entre nós. Mas, embora venha a rosnar baixinho, vem a dar ao rabo, encosta-se também a mim. Eu digo: 'Então, quer ver que já não posso dar beijinhos...?' e ele dá ao rabo, todo encostado. Só falta rir. O dia todo nisto.

Quando se iam embora, os meninos puseram as respectivas mochilas às costas, pegaram nas malas (como vão ficar uns dias fora da sua casa, de manhã trouxeram logo a bagagem e as coisas da escola para o resto da semana), e foram para o jardim, para o pé do portão, à nossa espera. O dog estava ao pé deles, a dar ao rabo. Pensava que também ia. Tive que refrear o seu entusiasmo e disse-lhe: 'O cão (de facto, disse o nome dele, não disse 'cão') não vai. Fica cá a tomar conta da casa, está bem?'. Pois, de imediato, o rabinho parou de abanar e, com ar infeliz, foi para o lado, sentado, meio deitado, a olhar para outra direcção. E, até sairmos, ali ficou, a olhar na direcção oposta. Conheço-o: estava decepcionado, triste. A sua capacidade de compreensão, as suas emoções e raciocínios surpreendem-me a toda a hora.

Fomos, pois, levar os meninos a casa dos outros avós. 

Quando regressámos a casa, ainda fomos tratar o problema da perna do cãobeludinho e ainda fomos dar uma voltinha boa.

Ou seja: não vi televisão o dia todo. Para dizer a verdade, nem me lembrei de tal coisa tal como nem me lembrei que era dia de cenas.

Portanto, não sei como foram os festejos oficiais, desconheço o que o Marcelo disse, desconheço quem esteve ou deixou de estar. 

Só agora, através do instagram, tive conhecimento que a Lídia Jorge fez um discurso inteligente e poderoso. Fico contente. Tenho que tentar encontrar o discurso inteiro. 

Não costumo ligar a mínima aos discursos do dia 10 mas dá ideia que este discurso teve substância, acrescentou, ficará na memória de quem o ouviu.

Tirando isso, nada mais me ocorre pois o conhecimento do que está a passar-se por aí (ruas de Los Angeles, comportamentos trogloditas contra adeptos ou contra actores de teatro ou outros sucedidos por terras de aquém e além mar) é diminuto. 

Por isso, não opino. Vou descansar.

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Como é bom de ver as imagens mostram imagens geradas pelo Sora (IA) a partir do que lhe pedi.
Não é bem o que eu queria mas não tenho capacidade para aqui ficar até 'ele' acertar.

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Dias felizes para todos

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