domingo, junho 01, 2025

Rui Rio foi à jugular do Marques Mendes (e à de Marcelo e, de certa forma, à do Montenegro).
Rui Rocha descurtiu e vai dar banho ao cão.
Eu, pela parte que me toca, prefiro defender as buganvílias e maravilhar-me com as efusivas rosinhas

 


Eu já tinha tapetes de Arraiolos antes de me dar a veneta de os fazer. Portanto, como desatei a produzi-los, fiquei com muitos. A minha mãe também os tinha com fartura. Ora, quando tive que tirar as coisas de casa dela, não era coisa de que me desfizesse. Trouxe-os. Portanto, agora até na cozinha tenho um tapete, ou melhor, uma carpete de Arraiolos pois cobre quase todo o chão. Por acaso até é confortável especialmente no inverno quando ando descalça e a pedra do chão está fria. 

Este sábado, dia de calor, foi dia dele ir à barrela. É uma coisa que gosto de fazer em dias em que secam bem: no terraço junto à cozinha, com agulheta no máximo, omo, vassoura forte, descalça, lavo-os e esfrego-os que é um mimo. 

No entanto, o tempo virou um bocado e não ajudou: pouco depois, o céu como que se encobriu e a temperatura baixou um pouco. Por isso, à noite ainda não estava bem seco. Espero que amanhã seque de vez pois tapetes de lã que não secam logo correm o risco de ficar a cheirar a mofo.

Também andei de mangueira a regar vasos de um lado e do outro da casa. Gosto de regar. Gosto de tudo o que mexa com águas.

Como sempre, pasmo com o que tudo cresce. 

As sardinheiras estão robustas, frondosas, cheias de flores. Umas suculentas crescem sem parar. A roseira que está junto a um dos portões tem crescido de uma forma inacreditável. Já vai no muro e já trepou para uma árvore que está perto. Agora já há rosinhas penduradas na cerejeira japonesa. E as buganvílias estão uma maravilha. O meu marido anda doido para avançar com o corta-sebes elétrico. Como não o deixo, faz chantagem, diz que o meu filho vai protestar, vai dizer que também tem que andar todo dobrado para não andar a levar com as flores na cabeça. Creio que é um falso problema, basta que se desviem. Uma delas, então, mais que todas, estão uma loucura, um cortinado de flores. 

O meu marido diz que qualquer dia não se consegue estar na mesa que lá está debaixo, que precisa mesmo de ser cortada. Explico que é um caramanchão, que é mesmo assim. Mas vejo, pela maneira como olha para ele, que qualquer não vai resistir. A única coisa que deve estar a travá-lo é que sabe que, se fizer isso, estará a pisar uma linha vermelha, linha essa fortemente minada.

Hoje, quando vínhamos da caminhada da tarde, reparámos que uma delas, do outro lado, já passou para o lado dos vizinhos e já está a enfeitar o telheiro deles. Também uma das glicínias, uma loucura de glicínia, uma avalanche de glicínia, já vai no muro que separa do vizinho e já enfeita o lado de lá. Claro que poderão cortá-la, se o quiserem, claro. Mas, pelos vistos, gostam.

Mas esta fartura de fertilidade tem um senão. Temos dois vasos, bem bonitos, que têm aloé veras. Mas os aloés estão estão grandes, reproduziram-se de tal maneira que as raízes já não cabem nos vasos, já estão a subir, e os aloés estão a querer definhar. Já falei com o meu marido que vamos ter que tomar uma resolução. Para tentar não destruir os vasos, não vejo outra maneira senão deitá-los de lado e puxar pelos aloés, tentando que se desprendam. E depois teremos que encontrar uns locais, fazer uns buracos grandes e plantar as plantas directamente na terra. O meu marido diz que não está a ver que seja tão simples assim e não lhe vejo qualquer vontade de se atirar à tarefa. Mas temos que tentar pois, se não fizermos nada, os aloés acabarão por ficar ressequidos. Neste momento são uma espécie de ilustração do Princípio de Peter. Cresceram, cresceram até atingirem o ponto em que se constata que, a partir daí, será para pior.

Com tanta flor e com as árvores também todas cobertas de folhagem, a passarada está sempre em festa, uma alegria de chilreios que é uma delícia. E há um perfume bom no ar. Estive lá fora a ler e a sentir-me feliz até já não haver luz. 

Entretanto, estou preocupada pois a rega não arrancou. Temos a rega programada para funcionar de noite e eu gosto de estar aqui a escrever e a ouvir os esguichos da água e a sentir o cheiro molhado da terra e das flores. E hoje não está a funcionar e não faço ideia porquê. Chatice. A minha vontade era ir lá fora ver o que se passa mas o meu marido já dorme e eu tenho um certo receio de andar lá fora sozinha a desoras. Além disso, o dog a esta hora dorme descansadamente e não quero sobressaltar toda a gente a abrir portas e a acender luzes.

Tirando isso, vi que houve mais um dano colateral do terramoto eleitoral: também o Rui Rocha saltou fora. Se vier a Mariana Leitão será bom pois há poucas mulheres na política. Claro que não deixará de ser curioso que, sendo tão poucas, logo sejam as duas Marianas. Mas acho que é mais genuína e mais atilada que a Mortágua. Pelo menos, parece-me. 

E, sem que nada o fizesse esperar, o Rui Rio foi à jugular do Marques Mendes, o que não deixa de ter piada. Imagino o Marcelo, o Marques Mendes e o Montenegro todos de cabeça à roda. Quanto ao inSeguro e ao desVitorino o melhor que têm a fazer é manterem-se na toca. Entretanto, fiquei a saber que um conhecido nosso está a pensar candidatar-se, parece que já anda a recolher assinaturas. Só visto.

E, pronto, é isto. Vou descansar que já vão sendo horas.

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As imagens foram feitas com recurso à minha inteligência natural

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Desejo-vos um belo dia de domingo

8 comentários:

Anónimo disse...

Três comentários avulsos:
- Por aí consegue arranjar quem faça aplicação de produtos fitofarmacêuticos no jardim? Por aqui é um mistério. Vou à net e só vejo cursos de formação profissional. Toda a gente parece ser formador. Profissionais é que não vejo um.

- A Mariana da Sonangol?

- O Almirante: o MP ainda não se pronunciou. Não me admirava que um dia destes fizessem uma rusga à casa dele com 30 polícias, 5 procuradores e 50 jornalistas por suspeita de acumulação de bonés militares ou de coxas de frango congeladas. Claro, o processo seguirá em segredo de justiça e à justiça o que é da justiça.

Um Jeito Manso disse...

Respostas:
1 - Por aqui os jardineiros para todo o serviço sou eu e o meu marido, em especial ele que tem força para a maquinaria que não é tão leve quanto isso.
2 - Não se pode estabelecer nenhuma conotação ideológica entre os accionistas de uma empresa e os seus colaboradores. Por essas e por outras é que sempre fiz questão de, por aqui, me manter anónima. Era o que faltava que viessem dizer-me alguma coisa por eu ter trabalhado aqui ou ali.
3 - Quanto ao MP já não me admiro de nada. Têm-se revelado verdadeiros agentes políticos, cortando as pernas, os braços, atirado ao coração e à cabeça de inúmeros políticos.

aamgvieira disse...

"As imagens foram feitas com recurso à minha inteligência natural"

Nos tempos que correm das várias "IA" e da geração #reborn# ,seja-se natural......

Anónimo disse...

Continuo intrigado. Ponto 1:mas não existe maquinaria auto-propulsante? Admito que, em certas situações, trabalho braçal é necessário e imperativo. Ponto2:Aceitaria emprego em território nazi de... Macht frei? CLARO QUE NÃO é aqui respondo por JM,com todo o respeito. Ponto 3: O MP, de fértil imaginação, não desprezará certamente pernas de frangos(as). O portugalex assemelha-se já a um manicómio, mas consermemos o raciocínio, em tempos de crise. A definição de vizinhança de um ponto, lá das Análises Infinitesimais, era uma ajuda para quebrar teias de aranha. Nem por isso, haveria delação. Ambos entricheirados.

Ccastanho disse...

UJM, viu na CNN a entrevista de Sócrates há instantes?! O gajo continua um político de mão cheia.

Um Jeito Manso disse...

1. Não percebo a dúvida. Aparar a sebe, desbastar buganvílias? Umas vezes à mão, com podão, outras vezes com corta-sebes elétrico. Não sei o que mais dizer do que isto pois não entendo minimamente o que quer saber.
2. A Mariana Leitão trabalhou para a Sonangol? Fui pesquisar e parece que controlava a atribuição de bolsas ou coisa do género. Que mal tem? Não vejo mal nisso. Posso estar a desconhecer alguma coisa mas, do que li, parece-me inócuo. A Sonangol é uma grande empresa, deve ter imensos empregados e acredito que todos ou quase todos pessoas normais. Do que conheço, por acaso até acho que Mariana Leitão é inteligente, perspicaz.
3 . Quanto ao MP já me pronunciei vezes sem conta sobre o tema.

Um Jeito Manso disse...

É isso, de vez em quando que as imagens sejam o que os meus olhos e o meu coração veem.

Um Jeito Manso disse...

Não, não sabia sequer que ia acontecer. Vou ver, ou ainda agora à noite ou amanhã. Obrigada pela dica!