segunda-feira, abril 21, 2025

No rescaldo do feliz período pascal, uma brincadeira de reencarnação canina e vice-versa

 

Para que todos acomodassem os seus compromissos familiares, o dia de encontro cá em casa foi na sexta-feira da paixão pois o domingo de páscoa estava alocado aos outros lados da família. 

O dia foi muito bom. Não estávamos juntos desde antes da ida para os States e a troca de experiências e de impressões foi bastante interessante. E, de novo, a mais recorrente constatação: todos mais altos. O que esta gente está a crescer é surpreendente. E até a meteorologia se aliviou e, de tarde, até conseguimos estar ao sol. E calhou que a ementa foi toda na base das carnes e, por sinal, sem direito a pagamento ao padre da respectiva multa. 

Acontece que, por voltas e contravoltas das combinações, parte do pessoal afinal também veio cá almoçar e passar a tarde. Como não estava nos nossos planos, fomos comprar sushi e fiz salada e uma tortilha. Ou seja, na sexta comeu-se carne e, na páscoa, peixe. Sem ser de propósito trocámos as voltas à tradição. E, uma vez mais, a meteorologia adoçou-se e trouxe o sol e deu para passearmos e para apanharmos sol. 

E, no fim, mais uma boa surpresa: ao fim do dia, chegaram os demais e agora tenho os quartos todos ocupados. 

Claro está que o nosso ex-cãobeludo, agora cãotosquiado, que, desde que se viu reduzido a metade tem andado infeliz de todo, murcho, encolhido, uma dor de ver, e, até sem apetite, agora, com toda esta movimentação, tem andado numa euforia, super alegre, cheio de apetite, brincalhão e irrequieto. 

No outro dia li que, no capítulo das parvoíces, a nova trend é mostrar ao chatgpt uma fotografia do seu cão e pedir-lhe que imagine como seria o cão se fosse humano. Como me parece a ideia tão parva, tão parva, não resisti a experimentar. Como é sabido, tenho este meu lado bem parvo. Fazer o quê?

Achei curioso: um homem jovem com ar enérgico, brincalhão, com o cabelo desalinhado. Parece-me que, de facto, faz sentido. Sim, sim. Olho para ele e poderia ser a reincarnação do meu cãomaluco.

Mas depois pensei: e eu, se tivesse nascido um cão, como seria? Ou, se os átomos que de mim se libertam um dia se reorganizam e dão origem a um cão, como seria?

Não sei se, nas vossas interacções com o Chat, têm constatado que 'o tipo' é cheio de charme. Mas é. Ou melhor, tem aprendido a ser. Pois, depois de eu lhe ter mostrado uma fotografia minha (mas não disse que era eu), diz-me o seguinte: Posso criar uma imagem imaginando como seria uma versão canina inspirada na estética e nos traços gerais dessa mulher. Para isso, posso usar alguns elementos como: expressão serena e inteligente, olhos expressivos, pelagem que lembra o tom de pele e cabelo. Vou captar a vibe quente, elegante e clássica mas viva, talvez sonhadora ou curiosa.

Fiquei a pensar: este 'tipo' já tem a escola toda. Sabe-a toda. 

Mas o que saiu agradou-me. Sempre gostei de setters. Aliás, na fase em que eu dizia que não queria ter nenhum cão, pensava que, a ter, talvez um setter. Lembro-me de quando era pequena e ia à escola onde a minha mãe dava aulas. À tarde eu ia para um terraço onde estava o 'Senhor Director' que tinha um setter que brincava e atrás do qual eu corria, a brincar. Afinal vim a ter um boxer e agora um Serra de Aires (e não me arrependo porque adorei a minha doce boxer e agora adoro o meu fofo e truculento serra de aires).

Seja como for, crédito ao ChatGPT, esta aqui abaixo seria eu, um dia que encarne como cadela. E o pormenor de uma pena verde? Não é uma delícia? Na minha fotografia não tenho nada no cabelo. O que é que ele viu em mim para pôr a cadela com uma pena no meio do pêlo? Achei o máximo. E pôr-me num ambiente de natureza banhada por uma luz dourada? Uma maravilha.


Portanto, se um dia, num parque banhado por uma luz dourada, virem uma cadela assim, já sabem que sou eu. Não sei se é assim que me imaginavam mas eu olho para esta menina aqui em cima e, sim, revejo-me. Sou eu.

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Desejo-vos uma boa semana a começar já por esta segunda-feira

Be happy

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