Daqui por algum tempo, quando a coisa estiver melhor dominada, contar-vos-ei. Mas, para já, posso adiantar que fui bloqueada por desconfiança de que não sou humana. Tive uma certa vontade de os mandar bugiar. Mas como não sou de me ficar, fui à luta. Fiz e fiz e fiz, passei prova atrás de prova, até as mais absurdas e impensáveis, para provar que sou humana. Ainda assim tive que esperar mais que um dia para que analisassem o recurso.
Hoje recebi a comunicação: pediam desculpa e acreditavam que sou humana. Mas, passado um bocado, mostraram que estão de olho. Ainda não tenho liberdade total.
Inteligência artificial a pleno. Os humanos bloqueados por algoritmos que desconfiam de nós.
O admirável mundo novo, ao qual nos vamos habituando, tem muito de perverso. Temos que nos nivelar, temos que nos cingir a regras que desconhecemos -- senão somos banidos.
Mas é o que é.
Hoje fico-me por aqui. Depois de festejos, que estamos em plena época de aquários, depois de ainda irmos passear o dog, noite cerrada, um frio de rachar, depois de ter estado a ver coisas que não consegui ver antes, agora estou aqui com a cabeça a fervilhar de ideias. Mas se as ponho em prática, ainda lá veem os outros moer-me a cabeça a dizerem que têm dúvidas que sou humana.
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