Marcelo, esquecendo que é mestre em dissolver a Assembleia sem nenhuma necessidade disso -- apenas porque tinha essa 'fisgada' já que andava mortinho por tirar o PS do Governo --, agora anda por aí 'ó tio, ó tio' com medo de acabar o mandato a dissolvê-la outra vez, desta vez sem querer.
Então, andando, como sempre, pela rua a distribuir beijinhos e a fazer selfies e, pelo meio, apanhando-se com microfone à frente da boca, manda bocas: diz ao Governo que tem que perceber que o interesse do País está acima do programa do Governo e diz ao PS que tem que compreender que não é Governo e que, se o 1º e o 2º partido não se entendem, vai ficar o poder de decisão para o 3º partido. E se o 3º partido quiser não decidir, sobra para ele. Dá vontade de lhe perguntar: 'Ah é... e só agora contaram pr'a você, foi...?'. Não pensou nisso quando criou este caldinho? Agora que esta gentinha desqualificada da AD por aí anda aos papéis e agora que o Chega chegou aos 50 deputados é que anda aflito...? Não pensou antes nas previsíveis consequências dos seus actos?
Não tenho pachorra.
Corro o risco de me repetir e de repescar o que o meu marido aqui disse mas acho que é bom que se tenha presente o que a comunicação social parece quase branquear.
Entretanto, as televisões continuam a mostrar uma porção de Urgências fechadas. Passam os meses e nem Montenegro nem a sua Madame Arruaceira da Saúde conseguem resolver o que, na campanha eleitoral, garantiam que eram favas contadas, em 60 dias resolviam tudo. Já decorreu meio ano, já correram com meio mundo... e o que se vê é que não resolvem coisa alguma. Nada. Uma zaragata pegada com a ministra a arranjar confusão com todos e as mulheres a parirem nas ambulâncias que é uma vergonha.
Quanto à Habitação, com a medida estúpida de isentar de IMT as casas para os jovens (jovens até aos 35 anos, leia-se, sejam eles podres de ricos e sejam as casas do melhor que há) o que aconteceu é que o preço das casas disparou. Ah pois é, bebé, aumento de cerca de 8%. Ter gente sem cabeça a governar só dá nisto, tiros nos pés atrás de tiros nos pés.
Da Educação, o fofo do Ministro, com aquele seu sorriso fofinho e gosto por falar para o público, por aí anda em digressão. Milhares e milhares de alunos sem professores, cerca de 150.000 alunos neste momento, e ele por aí anda, na boa, todo stand up, todo contente.
E da Administração Pública e da Justiça nem se fala, uma desgraça sem tamanho. Da primeira, então, até dá vergonha (vergonha alheia) a gente falar. Uma pouca sorte.
Aquela do Trabalho e da Segurança Social, a mana da Margarida Rebelo Pinto, depois de destratar a Ana Jorge e despedi-la por não ter entregue um plano de reestruturação para a Santa Casa, escolheu um que diz que quando resolver as coisas logo diz qual é o plano. Gozão. E, com este, a ministreca engole e cala. Surreal.
Quanto aos outros nem se sabe o que andam a fazer. Excepção para o Nunelo de Olivença que dá ideia que não tem os alqueires bem medidos e que mais valia que não abrisse a boca.
É uma parvoíce andar sempre a votar...? Pois, se calhar é. Mas enquanto não houver uma solução estável e capaz e enquanto tivermos um PR que é um brincalhão, qual a alternativa?
Face a este lindo panorama, quem é que tem medo de ir a eleições?
Eu, se fosse ao PS, não tinha. Para a frente é que é caminho.
Seja como for, não me apetece falar mais nisto. Já falei hoje até dizer chega (é só passar ao post a seguir a este).
Vou antes ver pintura. Gosto desta pintora. São delas as pinturas que escolhi para atenuar a secura do texto.
Step into Flora Yukhnovich's studio
Flora Yukhnovich and François Boucher: The Language of the Rococo
The Wallace Collection, 5 June–3 November 2024
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Desejo-vos um bom dia de domingo
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