Gostava de ter resposta. Só para saber.
E, volto a dizer, como eu, o meu marido e os meus filhos temos mais do que 35 anos, seremos nós a financiar a borla fiscal em IRS, IMT e Imposto de Selo (e sabe-se lá o que por aí virá mais...) que este desGoverno destrambelhado quer dar a quem tem menos de 35 anos.
É que podia ser anedota mas já se percebeu que o Joaquim, o Luís, o Hugo e outros ADs que por aí andam não devem muito à inteligência. Por isso, são bem capazes de estar a pensar fazer a gracinha de que um jogador que ganhe uns 100.000€/mês só vá pagar 15% de IRS enquanto uma qualquer outra pessoa que ganhe 5.800€ mas tenha 36 anos vá pagar 48%...
Ou um treinador a ganhar 200.000€/mês, mas que tenha até 35 anos, não apenas só vai pagar 15% de IRS como só pagará IMT sobre o valor de uma casita de 2 milhões, subtraída de 650.000€...
Faz sentido, não faz?
E, respondendo a um Leitor que, pelos vistos tem algumas dificuldades de compreensão, explico. Sobre os impostos, eu acho duas coisas:
-> quem os paga, paga demais
-> há muita gente que não paga impostos e devia pagar, e há muita gente que paga apenas sobre uma parte e escamoteia a outra parte e, logicamente, devia pagar sobre a totalidade
-> ou seja, se todos pagassem o que deviam, quem os paga pagaria muito menos
Por exemplo:
- Vou a muitas lojas, nomeadamente restaurantes, que só passam factura se lhes pedirmos.
- Há várias actividades (liberais, por exemplo) em que os profissionais só passam recibo se lhes for pedido
- Há vários profissionais que, para fugirem aos impostos, criam empresas onde caem todos os custos (combustível da viatura, portagens, estacionamentos, restaurantes, estadias em hotéis, o custo de aquisição da própria viatura, electricidade, telemóvel, etc) e que lhes suportam ordenados baixos sobre os quais quase não pagam impostos
- Por exemplo, que eu saiba há muitos, muitos mesmo, professores que dão explicações. Quantos pagam impostos sobre essa actividade? Talvez seja melhor refrasear: há alguns explicadores que paguem impostos sobre a verba que levam nas explicações?
- Há trabalhadores que querem receber dinheiro por fora para não pagarem impostos sobre ele, recebendo-o como subsídio de deslocação, kms em viatura própria, etc. Ou seja, pagam impostos apenas sobre uma parte do seu rendimento
Ou seja, há mil subterfúgios que permitem a meio mundo fugir ao fisco. A Autoridade Tributária não sabe disto? O Governo não sabe disto?
Segundo a AT, há uma percentagem mínima de pessoas que tem um valor anual de rendimentos superior a 80.000€. São os tansos. Os totós. Os que pagam impostos sobre tudo o que recebem.
Contudo há milhares de casas que custam para cima de várias centenas de milhares de euros, já para não dizer mesmo 1 milhão de euros ou mais, há milhares de pessoas que têm brutos carrões. A Autoridade Tributária não estranha isso? De onde vem todo esse dinheiro?
Portanto, o que é que eu acho?
1 - A Autoridade Tributária deve montar processos de pesquisa eficazes para detectar fuga ao fisco e montar mecanismos para a impedir
2 - Simultaneamente deve baixar o IRS a toda a gente, em todos os escalões *
3 - o Governo não deve dar borlas fiscais em função da idade. Este 1 milhão que este governo de totós diz que tem para dar a quem tem menos de 35 anos deve ser 'dado' a toda a gente e não apenas a quem tem menos que 35 anos
* Quando acho que se tem que baixar os impostos a toda a gente, incluindo a quem hoje paga 48%, é porque impostos desta ordem são esbulho, roubo, e, claro, incentivam a fuga ao fisco.
E volto a dar um exemplo de um outro efeito de impostos abusivamente altos: tenho vários amigos médicos que poderiam continuar a trabalhar (e gostariam de fazê-lo) mas ou deixaram completamente de fazê-lo ou trabalham apenas uns 2 dias por semana pois dizem que os impostos levam-lhes o dinheiro todo e não lhes compensa o esforço. Ora com a falta de médicos, isto não é um absurdo? E quem diz os médicos diz outras profissões em que poderiam continuar a descontar para a Segurança Social mas, logicamente, não estão para isso.
Portanto:
- não à fuga ao fisco,
- não às borlas fiscais,
- não aos descontos para meninos ou para classes profissionais específicas...
- ... e não ao esbulho fiscal.
1 comentário:
Obviamente que exagerava e brincava. Tem razão em muito do que diz, mas esquece que há outras maneiras de fugir - até legalmente - das garras do fisco: a constituição de sociedades em off-shores, a não tributação de mais valias da bolsa, até a nossa querida zona franca da Madeira. O Estado ferra o dente no que pode, quer dizer, no que está à vista e não consegue fugir: nos rendimentos do trabalho por conta de outrem e no imobiliário, por exemplo.
O resto é conversa de fiscalista: concorrência fiscal, atração de investimento, etc etc.
Muitas vezes pergunto-me se com uma taxa única, mas sem escapes, o sistema fiscal não seria nais equitativo do que o actual, que dizem ser progressivo e é de facto regressivo. Mas também não tenho dúvidas: os defensores da flat rate iriam insistir na manutenção das tais excepções- para aumentar a competitividade, claro.
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