segunda-feira, novembro 20, 2023

Sem pilhas

 

Por razões cá minha tenho andado a ter muito trabalho, trabalho físico, cansativo. 

Acresce que tenho continuado a atravessar momentos de stress continuado com a mesma situação de sempre. Quando pensei que tínhamos encontrado uma solução que seria benéfica para ambas, solução esta de sua inteira escolha e com a qual concordei, eis que afinal parece que não. 

Dá ideia que entrou numa espiral de medos que a consome a ela e a quem está à sua volta, nomeadamente a mim. Toda a gente me diz que tenho que pôr o coração ao largo até porque agora há pessoal especializado para olhar por ela. Mas não é fácil. Para além da preocupação intrínseca, há, parece que já inscrito no meu adn, esta ansiedade que resulta de não a ver bem e de não perceber se a situação é real, física, ou se é mais uma das infinitas somatizações. Por mil vezes que se conclua que é somatização, as manifestações são sempre tão exuberantes que nunca sei se é caso para relativizar ou para panicar.

A conjunção das duas situações (em especial a que me tem obrigado a significativo esforço físico) hoje traduziu-se em dores num joelho e, novidade, num calcanhar. Nem consegui fazer qualquer caminhada. Tentei poupar-me este domingo pois a semana não vai ser fácil. Felizmente, no sábado estivemos todos juntos. São sempre momentos de ternura e alegria. Oxigénio nestes dias tão cinzentos, tão escuros.

Talvez por tudo isto e pela tristeza de ter sabido, há pouco, que morreu a Sara Tavares, estou sem pilhas para opinar ou divagar.

Portanto, não vou dizer mais nada.

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2 comentários:

Por do Sol disse...

Tão jovem,tão doce. Como tudo isto é injusto!

Anónimo disse...

Há dias assim. Ler poesia faz bem.