segunda-feira, setembro 20, 2021

O dia antes de.
[Penso eu de que]

 


Vou ver se consigo, a seguir, ir responder aos comentários. Passou o fim de semana e, até ao momento, não consegui pôr nem os comentários nem o sono em dia. Entre caminhada, supermercado, ida a um sítio de que hoje não quero falar, vinda para casa, estar com parte da família depois de ter estado com outra parte um bocado antes, jantar, tratar de coisas e outras ainda por tratar, pouco tempo me sobra. Não sei como consigo esta proeza. Há cursos de gestão de tempo e eu, se calhar, deveria frequentá-los. Iriam ensinar-me a gerir prioridades. Se calhar deveria não ir a todas como agora tento ir. Mas vou porque quero e não porque seja obrigada. Portanto, abóbora.

Tenho estado aqui a fazer umas pesquisas para ver se mudo de opinião em relação a um certo tema ou para ver se reoriento os meus interesses noutro sentido. Mas como sou de amores à primeira vista não há racionalizações que me salvem. O meu marido chegou aqui e disse-me para eu validar algumas alternativas. Não me agradaram. 

Entretanto, cá em casa, constatei que o meu menino mais velho já está declaradamente mais alto do que eu. E já está com voz grossa. E senta-se já à homem. Tem vontade de viajar. Falei-lhe no interrail e ficou interessado. Mal possa, far-se-á à vida. Tem um espírito independente e o apelo por ir conhecer mundo. Disse-lhe que tem que merecer confiança e mostrar que é responsável para poder ir sozinho ou com amigos para o estrangeiro. Diz que claro que sim. Acredito que sim e acredito que proramará tudo com minúcia.

O irmão candidatou-se a delegado de turma. Perguntei-lhe qual a sua proposta e porque haveriam os colegas de votar nele. A mãe perguntou-lhe se não ia haver debate e, se houver, se já pensou no que vai dizer. Virou-se para nós e, com ar de quem se vê forçado a dizer coisas óbvias, disse: 'É domingo, ao domingo não se pensa nisso...!'. E acrescentou que logo verá o que dirá. É intuitivo, emotivo e muito boa onda. Toda a gente gosta dele. A escola é nova mas já está como se toda a vida lá tivesse andado.

De manhã, tínhamos recebido fotografia da menina num jogo de equipa. Mal a reconhecia. Estava de costas o que dificultava, mas também está crescida. Cresceram todos nas férias. Agora à noite foi o mano do meio com o pai, que ele tinha batido novo record, 5,5 km em 45 minutos sem parar. Estava todo contente na fotografia. Meu menino querido. De tarde, enviaram uma outra fotografia. Estavam com a bisa a lanchar, a bisa toda contente com o programa de festas. Contou-me que, depois, ainda foram lá para casa pois tinha feito crepes e bolo mármore. Estava toda contente com a alegria e inteligência dos meninos. Diz que o mais novo disse aos pais: 'fiz bem em programar este passeio'. De facto, já há algum tempo que andava a querer lá ir.

Tirando isso, também li a entrevista da Ana Cássia Rebelo que, em boa hora, aqui me sugeriram. Há qualquer coisa de surpreendente nela por, tão aberta e quase candidamente, se expor em toda a sua intimidade, não hesitando em revelar aspectos sensíveis da sua vida, incluindo a nível sexual ou das suas mais privadas vulnerabilidades. Mas ela fala disso como se falasse de banalidades. Deve ser desconcertante lidar de perto com ela. Lembro-me de quando revelava as mais incríveis intimidades, revelando até o nome da pessoa com quem partilhava esses momentos. Imagino que deve ter causado alguns dissabores a alguns dos envolvidos. Mas, na sua franqueza, ela parece ser como aqueles inocentes ou aqueles seres inimputáveis a quem tudo se deverá perdoar.

Diz ela na entrevista que gosta muito de ler e que, para ela, ler é mais relevante do que escrever. Senti alguma nostalgia pois também eu gosto tanto de ler e, no entanto, não ando a conseguir tempo para ler. E essa ausência cava um fosso dentro de mim. Mas, na minha deficiente gestão de prioridades, tenho cortado a leitura para conseguir acorrer ao demais. Ando a ler pouco, pouco, pouco. Tenho que ver se consigo corrigir isso pois sinto muita falta. 

E agora vou ver se consigo ir aos comentários. E, a seguir, a ver se ainda vou passar alguma roupa a ferro. 

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Mas, antes, partilho convosco a actuação de Léa Kyle que sempre me deixa parva a tentar perceber como é aquilo possível. Não sei se é magia, se é ilusão de óptica, se é coisa do outro mundo. Mas é do caraças.

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As fotografias são de Izumi Miyazaki que aqui vem na companhia da Garota Não com o seu Monstro

Nada como um bom surrealismo.

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Desejo-vos uma boa semana a começar já por esta segunda-feira


2 comentários:

Maria Dolores Garrido disse...

Também gosto muito de escrever, mas gosto bem mais de ler e sinto a mesma (quase) angústia da falta de tempo. É vida.
Boas escritas e, se puder e quiser, boas leituras.

Miguel disse...

Ana Cássia Rebelo: Uma "escritora" portuguesa que vai aos jornais gabar-se de não conhecer Camões. Tá bem. Amanhã há-de sair uma entrevista a um "matemático" que se gaba de não saber o que são polinómios.