De vez em quando recebo comentários desnorteados, ajustes de contas, ofensas, baboseiras, dislates, infantilidades, bacoquices. Geralmente é gente que, aparecendo como Anónima ou com nomes mutantes, deixa um rasto atrás de si que é como se aparecesse de saia levantada e rabo de fora, coisa que é igual a aparecer com o nome escrito na testa. Geralmente vão direitinhos para o lixo (refiro-me aos comentários, não aos anónimos) pois não ia deixar material mal cheiroso à vista nem ia aqui pespegá-lo para ter que me dirigir ao Anónimo pelo nome, expondo os seus maus íntimos, deficiente carácter ou sintomas de cagança mal acarinhada.
Mas por vezes aparece um ou outro comentário que tem graça. E ainda com mais graça quando também deixam rasto, trazendo presos a si a etiqueta que os identificam. Alguém que gosta de pintura realista e clássica e que, vá lá saber-se porquê (embora eu saiba, saiba muito bem...), volta e meia resolve mostrar os seus maus fígados. Embora tenha descoberto que a pintura se chama 'Poplars', não conseguiu estabelecer a liaison entre poplar e choupo e, em estado que as más línguas apodariam de perturbação, resolve ver ali ciprestes. E não gostou. E, em vez de ficar na sua, resolve aparecer aqui a chatear. Melhor: a ver se chateia. Mas não, não chateia coisa nenhuma. Tem graça.
Esse quadro do M.Allan (Poplars?) é simplesmente horrendo. Uns "ciprestes" alaranjados. Onde está a beleza de semelhante coisa? Há gostos para tudo, até para abortices.
Claro que antevejo que se eu aqui puser os sunflowers do Van Gogh o terei à perna, dizendo-me que as rosas que escolhi são horrendas, uma autêntica abortice, ou, se puser as demoiselles d'avignon, me aparecerá a dizer que tenho um mau gosto de dar desgosto, que aquelas meninas-bailarinas cor de rosa estão muito mal pintadas, autênticos abortos. Na volta também me vai dizer que a pintura lá de cima (The dream) é um pesadelo, uma coisa mal parida, um aborto sem tirar nem pôr, que até lhe parece que aquela espécie de mulher tem um pirilau empoleirado na testa, cruzes canhoto, onde é que já se viu tal coisa?
Ora bem. Fazer o quê perante isto? Difícil...
Reflecti, reflecti e achei que, para me redimir, nada como virar-me para a história, para as lendas, para os clássicos. Enfim, para o que realmente importa.
The William Tell Act
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E de nada, ora essa. Por quem sois.
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E um belo sábado!
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