terça-feira, março 12, 2019

Os caçadores de mel



Quando, há mil anos, descobrimos o nosso heaven, numa das extremidades do terreno, entre o mato, descobrimos algumas colmeias. Disseram-nos que eram de um senhor da aldeia. Como pouco íamos para aquele lado, nunca o vimos nem nos demos conta de alguém as ter de lá levado. Há por ali muito alecrim e rosmaninho e essas flores coloridas e perfumadas são um chamariz para as abelhas. Fiquei com pena quando descobri que as casinhas tinham desaparecido.

Gosto muito de mel. Excepto ao fim de semana em que preguiço na confecção do pequeno-almoço, todos os dias tempero a minha salada matinal com mel. Também gosto muito de comer queijo com um pingo de mel. No outro dia, comemos um belo queijinho de azeitão e com um fiozinho de mel ficou ainda melhor. Sou gulosa. Não ponho açúcar no café, muito menos no chá. Nem sequer na limonada. Mas um tempero subtil com mel é outra coisa.

Pelo Natal gosto de ir a uma feirinha de produtos artesanais comprar favos de mel. Adoro. Uma vez trouxe também para os meus filhos e não acharam graça nenhuma. O meu marido também não lhes toca. Eu lambo-me com eles.


Gosto em especial do mel de urze mas raramente o encontro. Tem o sabor mais afirmado do que os outros, que são são todos mais ou menos parecidos.

E nada disto que estou a dizer tem relevância porque o que eu gosto ou deixo de gostar não tem qualquer interesse para ninguém. Já o filme que aqui vos mostro faz a diferença. Pode mostrar apenas a actividade de umas quantas pessoas que também não influem na vida de mais ninguém. E, no entanto, toca-me. A forma como honram a tradição e os mais velhos, a forma como honram as próprias abelhas, a forma como se superam, como se arriscam, a forma como, no fundo, honram o seu próprio destino -- tudo isso me comove.

The Death-Defying Climb for Honey


Twice a year, about 80 miles outside Kathmandu, Nepal, villagers from Bhujung embark on a centuries-old quest. Enduring bee stings and hanging from handmade rope ladders, Madan Singh Gurung and his fellow honey hunters defy death to gather precious liquid gold. It’s a tradition that links past and present—one Madan feels has been his destiny since birth.

4 comentários:

Anónimo disse...

ola bom dia quando estive no minho comprei mel de urze so encontrei por la .

Anónimo disse...

O mel de urze (ou torga ou queiró) é fácil de encontrar, pelo menos no Jumbo.
Eu costumava comprar Mel de Queiró e Rosmaninho, com um tom clarinho.
Ultimamente experimentei um de tom mais escuro, Mel de Queiró e Castanheiro e achei uma delícia.
Ambos da Serra da Malcata.
Também havia um com nozes que era uma tentação, desaparecia num ápice, parece que se evaporava...
Melanie

Um Jeito Manso disse...

Olá, Anónimo/a,

Eu antes comprava no Pingo Doce mas deixou de haver. Vou tentar no Celeiro. Ou quando voltar ao Minho, terra de mil encantos a que sempre regresso de gosto.

Obrigada!

Um Jeito Manso disse...

Olá Mel-a-Nie,

No Jumbo? Boa. Vou procurar lá (sempre deve ser mais em conta do que no celeiro...) E mel com nozes? Ui. Já ia em cima de uma tirinha de queijo da Serra.

Gracias, Mel.