Ouvi de manhã, na rádio, as palavras ponderadas da ministra. Gosto da ministra Francisca Van Dunen. É directa, objectiva, inteligente, equilibrada. Foi cautelosa no que disse, como sempre o é. Mas, conhecendo o galinheiro que é este país, pensei: 'A cambada dos ex-PàFs, à falta de assunto, vai cair em cima disto a pés juntos. Umas vizinhas, umas coscuvilheiras. Não vão perder a oportunidade para exercerem a sua habitual calhandrice'
De facto assim foi: tudo o que é hugalex das ideias aí anda no rebeubéu, como se estivesse para acontecer um dilúvio ou como se, nas mãos da mana Vidal, os processos estivessem a andar a toda a bisga ou como se naquelas bandas só se visse bom senso e respeito pelo segredo de justiça.
[Sim, sim. Uma coisa exemplar. Na maior parte das vezes uma pessoa até pasma com o que sai dali. E tem razão o meu terrorista preferido: Tem piada falar em autonomia, imparcialidade e independência da PGR no país onde o caso Teconoforma passou em branco depois de Bruxelas considerar ter havido fraude. Tem piada falar em autonomia, imparcialidade e independência da PGR no país onde não houve corrompidos nem corruptores no "processo dos submarinos" que deu condenações por corrupção na Alemanha.]
Mas não foram só os huguinhos desta vida a apressar-se a bolsar patacoadas. A habitual seita da maledicência não tardou. Jornalistas, comentadores, oposições unidas e demais descerebrados aí estão em pleno processo de crucificação da ministra e, em simultâneo, de beatificação da dita bela Joana.
E o que tenho a dizer a isto é que não há pachorra. Com esta histeria, uns dão mau nome à política, outros ao jornalismo e outros à ilustre alma lusitana que, por esta amostra, se vê reduzida à mais pelintra tuguice intelectual.
[Por estas e por outras é que se cria um caldo acultural que acolhe bem os populistas].
Nestas ocasiões é que o nosso São Marcelo devia intervir e fazer um ponto de ordem à mesa para pôr esta gente que parece que não tem mais que fazer senão andar a fazer casos de tudo o que alguém diz ou faz, a atear crises, falsas polémicas, intriguices. A falta de produtividade de um país também se mede nisto, no tempo que muita gente ocupa a falar sobre coisa nenhuma. Vou mais é fazer zapping para não me enervar com esta cambadilha.
Irra.