quarta-feira, janeiro 10, 2018

Mas uma ministra já não pode dar a sua opinião, tanto mais que teve o cuidado de dizer que era uma 'opinião jurídica'?!
Que país de vizinhas, caraças!
As televisões cheias de jornalistas e comentadores, tudo na calhandrice. Cambada.


Ouvi de manhã, na rádio, as palavras ponderadas da ministra. Gosto da ministra Francisca Van Dunen. É directa, objectiva, inteligente, equilibrada. Foi cautelosa no que disse, como sempre o é. Mas, conhecendo o galinheiro que é este país, pensei: 'A cambada dos ex-PàFs, à falta de assunto, vai cair em cima disto a pés juntos. Umas vizinhas, umas coscuvilheiras. Não vão perder a oportunidade para exercerem a sua habitual calhandrice'


De facto assim foi: tudo o que é hugalex das ideias aí anda no rebeubéu, como se estivesse para acontecer um dilúvio ou como se, nas mãos da mana Vidal, os processos estivessem a andar a toda a bisga ou como se naquelas bandas só se visse bom senso e respeito pelo segredo de justiça. 

[Sim, sim.  Uma coisa exemplar. Na maior parte das vezes uma pessoa até pasma com o que sai dali. E tem razão o meu terrorista preferido:  Tem piada falar em autonomia, imparcialidade e independência da PGR no país onde o caso Teconoforma passou em branco depois de Bruxelas considerar ter havido fraude. Tem piada falar em autonomia, imparcialidade e independência da PGR no país onde não houve corrompidos nem corruptores no "processo dos submarinos" que deu condenações por corrupção na Alemanha.]

Mas não foram só os huguinhos desta vida a apressar-se a bolsar patacoadas. A habitual seita da maledicência não tardou. Jornalistas, comentadores, oposições unidas e demais descerebrados aí estão em pleno processo de crucificação da ministra e, em simultâneo, de beatificação da dita bela Joana.

E o que tenho a dizer a isto é que não há pachorra. Com esta histeria, uns dão mau nome à política, outros ao jornalismo e outros à ilustre alma lusitana que, por esta amostra, se vê reduzida à mais pelintra tuguice intelectual.
[Por estas e por outras é que se cria um caldo acultural que acolhe bem os populistas]. 
Nestas ocasiões é que o nosso São Marcelo devia intervir e fazer um ponto de ordem à mesa para pôr esta gente que parece que não tem mais que fazer senão andar a fazer casos de tudo o que alguém diz ou faz, a atear crises, falsas polémicas, intriguices. A falta de produtividade de um país também se mede nisto, no tempo que muita gente ocupa a falar sobre coisa nenhuma. Vou mais é fazer zapping para não me enervar com esta cambadilha.

Irra.
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Para a coisa ficar ainda mais trumpizada, só mesmo o Santana Lopes ganhar as eleições. Vi um bocado da entrevista na SIC, com a Clara de Sousa toda dominatrix, e até senti algum incómodo pela actuação do candidato Flopes: só palermices, só narcisices, só vulgaridades, só nescidades. Quando calhou ser primeiro-ministro foi um circo. Entretanto, parece que refinou na parvoíce. Tão mau foi o espectáculo que deu, que, para minha surpresa, dei por mim a achar que aqueles pobres laranjas ficariam melhor servidos com o mangas-de-alpaca do Rio. Coitados. Ao que aquilo chegou... De dar dó.