Entretenho-me com qualquer parvoíce. Mas tem que ser parvoíce a sério. Coisa de gente que se acha e que escreve convencida que está a escrever coisa importante não me interessa. Tem que ser mesmo parvoíce despretensiosa, tontice desempoeirada. De preferência, deve ser coisa que não lembre ao diabo.
Hoje, por exemplo.
Não sabendo de nada do que se passou durante o dia senão aquilo do financiamento partidário, tema que, já de si, me dá um bocado de brotoeja, e tentando saber a quantas andou o mundo, logo me desinteressei das coisas importantes, nomeadamente das reacções da Madame da Coxa Grossa e Alma de Santinha ou a reacção dos dois marretas Rio & Flopes.
Pelo contrário, deixei que a minha atenção se prendesse com mais um daqueles testes que amo de coração. Pode ser a maior maluqueira que, mal a vejo, já eu estou aí. Hoje o teste era para descobrir qual a cor de cabelo indicada para o meu tom de pele e maneira de ser. Achei o máximo. Pertinente. Indispensável.
Não sabendo de nada do que se passou durante o dia senão aquilo do financiamento partidário, tema que, já de si, me dá um bocado de brotoeja, e tentando saber a quantas andou o mundo, logo me desinteressei das coisas importantes, nomeadamente das reacções da Madame da Coxa Grossa e Alma de Santinha ou a reacção dos dois marretas Rio & Flopes.
Pelo contrário, deixei que a minha atenção se prendesse com mais um daqueles testes que amo de coração. Pode ser a maior maluqueira que, mal a vejo, já eu estou aí. Hoje o teste era para descobrir qual a cor de cabelo indicada para o meu tom de pele e maneira de ser. Achei o máximo. Pertinente. Indispensável.
Sempre vivi bem com a minha cor de cabelo. Até já inspirou alguns poemas, coisa que, parecendo que não, acrescenta uns pontos ao cv.
Mas quem sabe se a minha cor certa não seria antes uma coisa outra, quiçá na base da asa de corvo? Nunca se sabe. E eu, que sou open minded, se soubesse de uma tal coisa, logo me dirigiria a um cabeleireiro para me pôr mais parecida com a verdadeira eu. É que, pensando bem, o cabelo deve espelhar a nossa alma.
Mas quem sabe se a minha cor certa não seria antes uma coisa outra, quiçá na base da asa de corvo? Nunca se sabe. E eu, que sou open minded, se soubesse de uma tal coisa, logo me dirigiria a um cabeleireiro para me pôr mais parecida com a verdadeira eu. É que, pensando bem, o cabelo deve espelhar a nossa alma.
Portanto, obedientemente, fui respondendo a todas as perguntas. E se as perguntas eram curiosas... Íntimas, até. Por exemplo:
- como gosto de me vestir para sair à noite,
- qual a minha preocupação quando tenho amigos cá em casa para jantar,
- como é que sou no trabalho,
- qual o tipo de roupa que atrai o meu olhar quando entro uma loja,
- como reajo quando sei que uma amiga se divorciou,
- etc, etc,e tc.
E eu, respondendo sinceramente e a pensar: deixa lá ver o que sai daqui. Querem ver que vou ter uma surpresa...? Olha se isto me diz que bem, bem, ficava era de cabelinho branco, toda avózinha. O tanas é que ia levar o teste a sério...
Pois bem. Eis o resultado de forma resumida:
Sonhadora, criativa e enigmática você tem, secretamente, um temperamento fogoso. O ruivo claro ou o louro veneziano, essa cor hipnótica, é a cor feita para si.Pronto. Ficamos, então, assim.
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Para quem não saiba bem a raça de que estamos a falar, assim são as ruivas de tipo louro veneziano:
1 - A intuição que dispensa a aprendizagem
2 - As brincadeiras a que não se consegue resistir
3 - A audácia
(A confissão de Veronica Franco)
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Já agora, para acabar com um momento musical:
Loreena McKennitt, a ruiva, canta a canção de Penelope
Já agora, para acabar com um momento musical:
Loreena McKennitt, a ruiva, canta a canção de Penelope
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Implante capilar no texto
A despropósito, permitam que acrescente que, no que respeita a cabelos, o do Rui Rio está bem em cinzento mas o que já não está com nada é aquele corte. Careca que é careca e que tem pinta, rapa o cabelo. Pode ficar com um milímetro e não mais que isso. Assim, com aquele cabelão nas laterais, Rui Rio parece que saíu do século XIX -- e, para o cenário de contabilista d'antanho ficar ainda mais a preceito, só lhe faltam mesmo as mangas de alpaca. Ó homenzinho mais maçador e poeirento... Eu, se fosse a ele, para ver se conseguia produzir algum impacto visual junto dos potenciais eleitores, rapava completamente era a cabeça e deixava crescer a barba. Não há que ter medo, não vai parecer um terrorista, não parecerá terrorista nem que apareça de cinto de explosivos à cintura e granada na mão. Com aquele ar de guarda-livros, por mais que faça, por mais que tente radicalizar-se ou, vá, modernizar-se, o mais que vai parecer é que talvez já viva no século XX.
Já o outro artista, o galã Santana Lopes, deve manter a trunfa que tão bem o caracteriza: melena nem curta nem comprida, nem cizenta nem amarela, nem bem lavada nem bem ungida, nem moderna nem antiga, nem feia nem bonita, nem útil nem inútil -- apenas adequada para inspirar bocas. Um dia que a corte, a pinte ou a deixe sem brilhantina perderá toda a graça. A ele apenas recomendaria que diversifique: uns dias com um rabinho de cavalo, outros com bandolete, outros com um puxinho em cima. E sempre acompanhado daquela boca em biquinho e a pose de candidato a senador para a gente não estranhar. Um Marcelo em ponto piqueno e blasé, com a grande diferença de precisar de muitas horas de sono.
[Que duo mais marreta, senhores, este do Flopes & Rio. Previsíveis, mais do mesmo, comida mastigada. O PPD/PSD (é que nem conseguem optar por um nome para o pobre partido) está a caminhar a passos largos para a irrelevância e não é nenhum destes dois que vai conseguir travar a trajectória descendente].
Será que o nosso fofo Hugalex não quererá dar o salto e aparecer à última hora a ver se abocanha o lugar até agora ocupado pelo seu dono e guru, o já quase saudoso Láparo dos Passos ? Eu a ele tinha umas recomendações capilares (e não só) completamente ganhadoras, coisa mesmo na base do win-win: cortes de cabelo à Cristiano Ronaldo -- rapado dos lados, com o risco aos zigue-zagues, cristinha arrebitada ao centro -- treino musculatório para reforçar os peitorais, uma namorada talentosa como a Merche, a Irina ou a Georgina, filhos feitos alhures -- coisas nessa base que dão popularidade e geram bué de likes no Face ou no Insta. A falta de inteligência até passava despercebida. Aposto que deixava os outros dois xé-xés a um canto. Força, Hugalex, a malta está contigo!
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E agora vou pregar para outra freguesia.
Inté.
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