Caixa escondida na parte de baixo da janela |
Já me aconteceu esconder uma coisa, nunca mais me lembrar de tal e, quando a quero reaver vai lá, vai... Agora, se calha querer esconder algum tesourinho antes de sair para férias mais prolongadas, já chamo o meu marido para sermos dois a fixar o reduto usado. O pior é que ele não liga patavina a essas minhas preocupações e, portanto, na hora de descobrir o esconderijo, começa a lembrar-se de vezes anteriores o que ainda me baralha mais, deixando-me quase à beira do pânico -- um tesouro tão relevante e agora desaparecido no meio deste labirinto interminável que é esta nossa gruta doméstica...? Não... Não digo bem isto, claro, mas aos meus lamentos ele responde invariavelmente: se deitasses fora metade do que não precisas já não tinhas metade dos problemas que tens. Como sei que ele tem razão, não lhe dou troco e continuo a busca. Já pensei escrever num post-it e pendurá-lo na porta do frigorífico mas isso parece-me a contradição dos termos.
O meu pai era super-imaginativo e arranjava esconderijos mirabolantes. O pior é que eram também inacessíveis. A minha mãe desesperava. Uma vez arranjou um tal buraco secreto para esconder as coisas de ouro que, se ela queria usar alguma peça, era impossível. Ela zangava-se com ele e ele zangava-se pela falta de compreensão dela pois, para ele, nem pensar em voltar a tirar as coisas de lá.
Fundo de uma cadeira |
Mas eu não é só com coisas de valor. É com tudo. Não sou boa a esconder nada. Parece que logo que escondo alguma coisa, é como se a coisa se varresse da superfície da terra. Esqueço-me. E o pior é que não é só esquecer-me do esconderijo: é mesmo esquecer-me das coisas. Passam anos e, por vezes, do nada, ocorre-me uma coisa que parece sair das trevas da memória: 'Eu tinha umas moedas antigas... Mas onde estarão...? Onde...?' E nada. Nem um leve sinal de nada. Esquecimento absoluto. Sei que um dia, sabe-se lá quando, haverão de voltar a ver a luz do dia mas, até lá, vou apenas supor que não sonhei, que, em tempos que já lá vão, as tive e que, talvez com medo dos ladrões, lhes dei total descaminho.
Prateleiras que são caixas |
E vem isto a propósito do que acabei de ver: parece que muito boa gente anda a divulgar fotografias em que mostra onde encafua as coisas de valor. Lá está: se é secreto... Mas nestes tempos de exibicionismo exacerbado até se publicita o que supostamente seria absolutamente sigiloso. A única justificação que encontro é que, quem o faz, esteja a dar como certo que os ladrões não andam pelas nets.
Seja como for, para o caso de haver Leitores meus que já estejam fartos de guardar a fortuna no colchão e não lhes ocorra alternativa à prova de roubo, aqui deixo alguns exemplos.
Atrás das tomadas |
Drive de um computador |
Falso boneco |
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E agora fico-me por aqui pois estou já tão completamente a dormir que francamente nem sei bem a quantas vou. A verdade também é que tomei uma ceterizina a ver se a constipação que me apareceu não vai a mais e presumo que isso não apenas me tirou a vontade de espirrar e de me assoar, como me impede de me manter acordada.
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E, se me permitem, não deixem de descer até ao post seguinte: há um presente de um Leitor que me deixou encantada.
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E, se me permitem, não deixem de descer até ao post seguinte: há um presente de um Leitor que me deixou encantada.
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