Quando a Lovely Lídia está em Portugal, leva tudo à frente. Ela escreve para os ministros, para Belém, para os directores dos canais televisivos e de jornais, para bloggers que considera influentes, para amigos e conhecidos. Ela questiona, invectiva, sugere, protesta. Nada do que se passa lhe escapa.
E, no meio, ainda arranja tempo para provocar as hostes. Antes, andava a desafiar um Leitor que aqui conheceu para um tango malandro num caveau parisiense. Mas alguma coisa a fez pensar que, vendo bem as coisas, tal Leitor não deveria aguentar um tango apache do princípio ao fim.
Vai daí, enviou-me dois vídeos com danças que, segundo ela, serão mais apropriados à forma física do dito Leitor.
Eu disso não sei. O que sei é que, tal como acho o tango-apache um apontamento interessante, também agora acho estes vídeos uma graça.
E, por isso, aqui estão.
E, por isso, aqui estão.
O bal-musette é um estilo de música francesa que se tornou popular em Paris por volta de 1880.
Em 1945 era o género de dança mais conhecido em França. Declinou a partir dos loucos anos 60 e agora está a reviver. Percebe-se porquê.
De entre as variantes do bal-musette o mais praticado era a valsa-musette, em especial a toupie, em que o casal dançava muito agarrado.
Ora, então, vamos lá.
Bengalinha de lado, dentadura na boquinha, agarradinhos um ao outro (até para ver se não caem) e bora lá à Danse Musette Passion - La valse de la forêt
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Agora é a Musette - Le Bal des chasseurs, uma delícia que me faz ter vontade de ir a correr para o sopé de uma montanha a ver, se debaixo de uma azinheira, me aparece alguém a proporcionar-se um belo pezinho de dança. A interpretação que poderão ver está a cargo de Etienne Denormandie
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Merci, Lidia. Jamais me lembraria de uma cena destas. Fiquei fã (da musette e do apache).
A ver se arranjamos par para uma matinée dançante com musiquinhas destas.
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1 comentário:
Anualmente, por aquele altura, com o Verão já bem iniciado, durante as quentes noites de Julho, ocorriam as festas da aldeia. Ocasionalmente, ele passava por lá uns dias. Sucedia, por vezes, coincidir com a organização das ditas festas. Um ambiente em tudo diferente do da cidade. Mais rústico, mais popular, com uma carga sensual mais natural. E ele ali ía, saudavelmente observar. Naquela noite cálida, quando ele ali estava, divertido, uma moçoila simpática e bonita, de belos cabelos negros, num vestido simples mas elegante, com uns olhos vivos e expressivos e um sorriso maroto, convida-o, inesperadamente, para dançar, num: “venha daí, que parece bom sujeito e se calhar até tem jeito para a dança! Venha comigo!” E uma vez na pista, a rapariga, tomando a iniciativa, coloca um dos braços dele à volta da sua cintura e segurando-lhe a outra mão na sua, lança-se num rodopio, embora de ritmo controlado e ali dançam, juntos, até cansar, até um deles se cansar. É ela que impõe o ritmo e marca o passo, ele segue-a, deixa-se ir com ela, até que ela lhe diz, numa voz meiga, ao ouvido: “estou a ficar cansada, agora é a sua vez. Conduza-me você!” E rindo-se, um riso bonito e sincero, abandonou-se nos seus braços. E ele não a desiludiu. No final, mantendo ao de leve o seu braço á volta da cintura dela, convida-a para se sentarem, se ela assim o deseja e beberem algo fresco. Aceita, a bonita moçoila. E ali ficam a conversar por um tempo. Até que ela o volta a desafiar: “só mais uma dança, já descansei. Vamos?” E ele lá foi, sem hesitar. No final, para sua surpresa, ela deu-lhe um beijo na face, com um “obrigado pela dança!”, segurou-lhe-lhe a mão e com a boca sensual junto ao ouvido dele disse: “se por cá ficar ainda mais um tempinho, pergunte pela Beatriz, a filha do João Silveira. E vou mostrar-lhe os campos e as vinhas!” E disparou, numa corrida, parando mais adiante, para lhe acenar, sorrindo.
(P.Rufino)
* Este Post está delicioso! O que eu já me ri. Nisto de danças, ou se tem jeito ou não se tem. E quando se tem, tanto faz se fôr num baile de aldeia com uma moçoila, ou uma dança guerreira com a filha do chefe apache, ou mesmo, com um tango, junto ao Sena.
P.Rufino
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