terça-feira, novembro 19, 2013

Prof. Valadares Tavares, na TVI 24, no Olhos nos Olhos com Judite de Sousa e Medina Carreira, revela que, segundo estatísticas oficias do Ministério das Finanças, em aquisição de Bens e Serviços em 2012 se gastou mais de dois mil milhões de euros do que em 2011 (essencialmente em Institutos Públicos) - isto enquanto se reduziu a verba gasta com Custos com Pessoal. Porque é que nunca ninguém antes denunciou este escândalo?, pergunto. . . // . . . E, a ver se serve de exemplo, aqui deixo um filme com um macaco e dois tigres.


Com actividades extra-curriculares a meio do dia (como refiro num comentário mais abaixo, no post em que falo do roubo que sofremos in heaven - roubo de pequena monta mas que assusta na mesma), cheguei mais tarde ao trabalho, depois tive que trabalhar até cerca das 8 da noite e, portanto, quando estávamos a jantar, já deveriam ser umas 10 ou mais, nem sei, tivemos como companhia alguém que, por si só, é motivo de indigestão. Claro está que o meu marido decretou logo 'este gajo é que não!' mas eu, como toda a gente já deve ter percebido, não sou propriamente uma esposa submissa. Também não tenho pachorra para a as palavras sempre azedas e derrotistas de Medina Carreira mas estava lá o Prof. Valadares Tavares e eu quis ver o que tinha ele a dizer da gestão da máquina de Estado por parte do inteligente Passos Coelho.

Pois ainda bem que fiz finca-pé.

Palavra de honra que não sei que raio andam os totós do PS a fazer que parece que não há uma alminha que se dê ao trabalho de olhar para números e tirar conclusões. 

Nesta fotografia, Judite de Sousa, com ar sonhador,
 queixa-se de, por vezes,
lhe faltar inteligência emocional.
Hoje, tal como eu, fez um esforço para se controlar
e não ficar em transe ao ouvir
os desmandos que este desGoverno tem andado a fazer
Até Judite de Sousa estava passada 'Mas porque é que nunca ninguém disse isto?', perguntava ela tão espantada como eu.

O Prof. Valadares Tavares mostrou gráficos comparativos de 2012 face a 2011 e eu só me apetecia ligar um megafone à minha televisão e pôr-me a emitir aquilo em decibéis no limite do admissível para toda a cidade acordar e ouvir.


Mostrava ele em números que, a seguir aos ordenados, a segunda despesa maior dos gastos públicos é com a aquisição de bens e serviços. A isso os ignorantes do PSD na campanha eleitoral chamavam as gorduras de estado. Ora nem todos os bens e serviços são gastos desnecessários. Não. Aí caem as despesas de limpeza, de segurança, as rendas e a manutenção de edifícios e de equipamento, o licenciamento de software, a compra de livros, as despesas com viaturas, com deslocações, em assessorias, em comunicação, em pareceres, etc. Tudo isso, na dose certa, faz falta - e mal estaríamos se não houvesse gastos nessas naturezas de despesa.


O drama não está aí. O drama está em que, ao contrário do que aconteceu na rubrica de despesas com Pessoal, que diminuiu, aqui aumentou. Aumentou!!!!! Aumentou mais de dois mil milhões de euros!!!!

Ou seja, numa altura em que tantos esforços se pedem às pessoas, em que arrebanham dinheiro de toda a maneira possível e imaginária (cortando ordenados e pensões de reforma, aumentando impostos de forma escandalosa, reduzindo os subsídios de desemprego, de abono de família, etc), aqui não apenas não foram capazes de fazer poupanças como, pelo contrário, as aumentaram de uma forma inacreditável. 

Quando se analisa onde se deu este aumento, vê-se que, essencialmente, isso aconteceu nos Institutos e coisas do género (que, do que me pareceu perceber, têm gestão autónoma e em relação aos quais o controlo é incipiente). 

Porra! Passo-me com isto. Não era para gerir capazmente a máquina de Estado que aqueles imbecis iam fazer a Reforma de Estado? 

É que não fizeram nada, senhores, nada. 

Estou a escrever isto e só me apetece abrir a janela e chamar estúpidos, mil vezes estúpidos a estes palermas que nos desgovernam, mas chamar tão alto que fossem capazes de me ouvir a quilómetros de distância. Não apenas não foram capazes de reestruturar a administração pública, eliminando todos aqueles Institutos que diziam que estavam a mais (ou, no mínimo, geri-los), como, em 2012, os deixaram gastar mais 2.000.000 de euros que em 2011 (e isto já com os valores colocados numa base de 2012 para serem comparáveis).


Raios os partam, caraças!

Prof. Valadares Tavares
(aqui numa fotografia com ar de anos 30 - mas é só ar
porque o senhor ainda não tem idade para ser meu avô)
Dizia o Prof. Valadares Tavares que seria tão simples conseguir-se poupanças da ordem dos 10% nas compras já que há plataformas electrónicas (do tempo do Sócrates!) para fazer compras a valores negociados. E, digo-vos eu (read my lips) que, conseguir reduções de 10% ao comprar em catálogo negociado centralmente por forma a ter descontos de quantidade, é de caras.

Uma vez que se está a falar de um montante da ordem dos 15.000.000€ em Bens e Serviços, se tivéssemos uma poupança de 10%, teríamos menos mil e quinhentos milhões de euros em vez de mais de dois mil e tal milhões: ou seja, estaria a gastar-se quase menos quatro mil milhões de euros do que hoje. Ou seja, não seria preciso mexer nas reformas, nem nos ordenados da função pública, nem esbulhar a população inteira através de impostos.


Cambada de incompetentes! 

E cambada de incompetentes os anjinhos do PS que não são capazes de denunciar este escândalo! E cambada de anjinhos marretas também os Sindicatos da Função Pública que ainda não perceberam que é a denunciar escândalos destes que conseguirão desmontar as patranhas deste Governo e não a repetirem mil vezes os mesmos slogans. Caraças, que nervos que isto me dá.

Ai...!

///\\\

Para me animar, estive a ver umas coisas que não lembrariam ao careca (e isto não é piada para ninguém em particular) e que, se me permitem, aqui partilho convosco.

Dois tigres dão cabo de um macaco num ápice...?

É o dás.

Macaco que é macaco pode com todos os tigres, todos os tubarões deste mundo. Com determinação, engenho, agilidade e sentido de humor a ver se não se dá uma corrida em osso a uns pretensos valentaços que por aí andam. A ver se eles não metem o rabo entre as pernas e batem em retirada...

Bora lá...?

Pode ser que sirva de inspiração

(A qualidade do filme não é fantástica mas não faz mal)


*

Muito gostaria ainda de vos convidar a virem dar um passeio comigo no meu Ginjal e Lisboa. Hoje continuo com Jorge Palma, desta vez acompanhado pelo João Gil. E o poeta é o Pde. José Tolentino Mendonça que me leva pela noite como se me levasse para casa.

*

Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma bela terça feira.

6 comentários:

Anónimo disse...

obrigado. ler aqui, sempre um gosto.

não é para publicar, mas deverá dar atenção a «caem»

http://www.priberam.pt/dlpo/Conjugar/cair.

AS

Anónimo disse...

a propósito de Medina Carreira - http://derterrorist.blogs.sapo.pt/2478576.html



ainda dão tempo de antena a estes gajos

Um Jeito Manso disse...

Caro(a) AS,

Ao contrário do que me pediu, publico o seu comentário pois penso que pode ser útil para alguns 'distraídos'.

Por acaso o meu caso não foi ignorância mas mais as pressas do costume e, também, as 'raivinhas' que alguns assuntos me dão. Estava a escrever toda irritada e, como sempre, a toda a velocidade.

Eu tinha escrito que 'cai' ali, naquela natureza de despesa, isto, aquilo e o outro. Depois fiquei a pensar que como era tanta a coisa que lá caía deveria pôr o verbo no plural e, vai daí, apressadamente e sem pensar, voltei atrás e acrescentei-lhe o 'em' cai+em. Disparate, claro.

De qualquer maneira, fiquei com esta na cabeça, de achar que qualquer coisa ali não teria ficado bem e, agora de manhãzinha, vim logo aqui para ver como me soaria melhor. E afinal o disparate maior nem terá sido o plural em si mas mesmo a ortografia.

Mas, já agora, e sem querer abusar da sua paciência: o verbo é mesmo no plural, certo...?

E muito lhe agradeço a atenção. Prezo demais a língua portuguesa para pensar que estou para aqui a dar pontapés nela...

Sempre que detectarem disparates podem crer que agradeço sinceramente que mos apontem.

Bom dia AS.

Anónimo disse...

"... só me apetecia ligar um megafone à minha televisão...". Pois, também a mim. Eu, que até sou um indivíduo normalmente calmo, dei por mim a odiar esta gente incompetente que nos governa, incompetente e aldrabona. Os partidos da oposição, a começar pelo PS, que fazem? E os jornais?
E se os gastos em aquisição de bens e serviços em 2012 tivessem tido uma redução percentual igual à redução dos gastos com salários?

Anónimo disse...

Porque a presumo lida por muita gente, fiz a chamada de atenção para o lapso de escrita. Sem mais pretensões. Embora na net se encontre, frequentemente, a grafia com o "i" que, mais não é do que a reprodução da nossa oralidade.É um fenómeno fonético - epêntese - que 'facilita o discurso'. O mesmo acontece com, por exemplo,controem/constroiem; saem/saiem.
Na língua, tal como no quotidiano, tendemos para «a lei do menor esforço» e interlocando - na oral - esse «i»... esforçamo-nos muito menos. Quem sabe, daqui a uns anos, as regras da escrita não o acolham? Até lá, cumpramos a lei! ;)

Boa noite,

AS

Um Jeito Manso disse...

AS,

Se soubesse como gosto de aprender coisas... E agora, com o que escreveu, já aprendi não apenas com a explicação que deu como aprendi uma palavra nova (epêntese). Se isto fosse uma revista, convidava-o(a) já para escrever aqui regularmente sobre a língua portuguesa. Acho que é do máximo interesse e é coisa sobre a qual não há por aí nada (que eu saiba) onde se aprenda assim da forma como explicou.

Sempre que queira, ou sempre que considere oportuno e lhe apeteça, por favor, deixe-nos aqui ficar mais uns ensinamentos. Da minha parte serão sempre muito bem vindos e estou em crer que, da parte dos meus Leitores, também.

Muito obrigada!