sábado, novembro 30, 2013

Acções dos CTT - parece que a procura dos pequenos investidores já supera em 10 vezes a oferta. Pois eu, para que conste, não me cheguei à frente. Não concordo com a privatização dos CTT pelo que, por muito aliciante que o investimento possa parecer, não serei accionista dos Correios de Portugal. O País a ser vendido a retalho (e de forma descontrolada) e nós a pormo-nos a jeito. Até parece uma cena bondage. Credo.


Um dia, quando dermos por ela, estaremos completamente nas mãos de quem se está marimbando para nós.

A EDP e a REN na mão da República Popular Chinesa, a ANA nas mãos de franceses que desde que lá deitaram a mão já aumentaram duas vezes as taxas do aeroporto, a TSF e outros órgãos de comunicação social nas mãos de angolanos, a PT nas mãos de Angola, Brasil e incertos, os bancos nas mãos nem se sabe de quem, grande parte das empresas industriais nas mãos de brasileiros, alemães ou outros, os CTT também nas mãos de incertos... e por aí fora.


Uns retirarão de Portugal os centros de decisão com o que isso significa em termos de desemprego do mais qualificado que há e em desinvestimento generalizado, outros retirarão as sedes sociais para não pagar cá os seus impostos, outros anularão direitos dos trabalhadores.

Isto é a verdadeira perda de soberania. O que Passos Coelho e Paulo Portas têm estado a fazer a Portugal é isto - danos irreparáveis que se farão sentir por gerações. A eles devem ser atribuídas as responsabilidades por esta situação dramática que está a acontecer debaixo do nosso olhar passivo e submisso.

Uma coisa quase na base do que se vê aqui abaixo: um bando de malfeitores manipulou a opinião pública de forma a acharmos que estávamos doentes, que precisávamos de tratamento de choque. Só que, em vez de médicos honestos, saíu-nos uma gente que gosta de cenas bondage. Tiram-nos o couro, o cabelo e a roupa, deixam-nos de mãos atadas (o irrevogável vice-Portas dixit), põem parte da população de gatas e inflingem sevícias de toda a espécie. 


O drama é que, ao contrário do que acontece no vídeo abaixo, no nosso caso não é para os apanhados: é mesmo a doer.


Cenas sado-masoquistas com uma putativa médica.


*

8 comentários:

jrd disse...

Não resisto. Vou aproveitar para mais um "short and sharp".
Bom fim-de-semana

Olinda Melo disse...


Querida UJM

E nós aqui a ver isto impotentes.
Uma tristeza.

Vejo abaixo que iniciou uma das suas histórias. Bem, iniciou ou é continuação? Voltarei para averiguar.

Bj

Olinda

Um Jeito Manso disse...

jrd,

Essa do short and sharp também ainda tem que vir à cena.

Bom fim de semana!

Um Jeito Manso disse...

Olá Olinda,

O que viu deve ser para aí o terceiro ou quarto episódio, não sei bem. Começou com um post a que chamei 'Leonor e Afonso', salvo erro.

Era para ter escrito ontem, quando me dá para isto estou sempre desejando de me pôr a escrever. Mas estava com tal canseira e soneira em cima de mim que escrevi este das privatizações e fiquei quase a dormir sentada.

A ver se mais logo consigo.

Obrigada. Espero que já esteja completamente recuperada.

Beijinhos!

Anónimo disse...

Mesmo quase a dormir sentada, como diz, você consegue dizer umas belas verdades! É inacreditável o que se está a passar! A venda do nosso património que aqui inumera é chocante! Só mesmo gente totalmente irresponsável é capaz de semelhantes medidas e decisões. E não há um PR que alerte para tudo isso, que tente impedir estes negócios! Talvez esteja distraído, mas não conheço a posição do Zé Seguro sobre estas negociatas. Alguma vez se pronunciou? E que fará quando for governo (para nosso desânimo)? Ontem estava a ouvir o Francisco Louçã, que gosto sempre que posso de escutar ás 6Feiras e fiquei algo perplexo com a dimensão, que desconhecia, dos tentáculos angolanos na nossa comunicação social. Até a TSF! E tantos outros! Não dá para acreditar. Só reforça a minha posição de não comprar jornais ou revistas de informação portuguesas (fico-me pela Wine, Evasões, Casas de Portugal, Casas de Campo espanhola, Habitania, Economist, a “New Left Review”, que se manda vir, assinando – que vivamente recomendo, etc). Um dia ainda atacarão o Expresso. Nesse dia acabará a independência dos nossos “media”. Também não “fui” aos CTT pelas razões que aqui invoca (e igualmente invocou e bem Helena Sacadura Cabral no seu Blogue). O país vendido a retalho, sem dúvda, como refere. Pergunto-me: será possível alterar este estado de coisas um dia? Em minha opinião é, se houvesse coragem política, como outro dia referi o que faria se fosse eu o PM, mas aqui o “je” não existe, não tem Partido, não é ninguém politicamente. Estamos entregues “à bicharada” mais reles e incompetente que nos podia calhar em sorte. Estamos, como diz o povo, lixados! E assim vamos continuar a estar. E com a desinformação e propaganda governamental, tudo continuará impune. Essa da “bondage” , da comparação, está impagável!
Bom fim de semana,
P.Rufino

ERA UMA VEZ disse...

Querida Jeitinho

...e há outras coisas que estamos a pagar e eu não entendo...
Junto ao restaurante onde de vez em quando como o melhor peixe da cidade (e baratinho), está um rapaz de trinta e tal anos, mal educado, provocador,que insiste na moeda apesar de existirem parquímetros. Por vezes está tão drogado que até temos medo de o atropelar.

É evidente que a sociedade tem de fazer alguma coisa por ele, sem esperar retorno.Que remédio!

Hoje fiquei a saber que o Estado dá-lhe cama e mesa, aliás leva-lhe diariamente a refeição ao sítio que referi, fornece-lhe tudo o que veste e calça, consultas gratuitas e um subsídio mensal.
O dinheiro que recebe, ou seja, subsídio e as moedas da arrumação dos carros, destina-se exclusivamente a comprar a droga que o vai minando.

Claro que não deixo de sentir alguma compaixão...mas quando vejo o governo retirar o apoio em subsídios a escolas especiais e a pais a quem calhou na rifa um filho deficiente, quantas vezes tendo que deixar empregos para cuidar deles, pergunto-me:

Será que mesmo nos últimos degraus, não estarão também a acontecer grandes injustiças?

Quero crer que a minha reforma, que durante 40 anos julguei que era legítima e sagrada...e se vai parecendo com uma franja, tal como a de tantos de nós, paga os primeiros e os últimos degraus.

Já não consigo ouvir aquela bonita frase "os sacrifícios pedidos aos portugueses".
EXIGIDOS não? Ou querem ver que o verbo desapareceu no acordo ortográfico...

Tenho tanta pena...

Um Jeito Manso disse...

Olá P. Rufino,

Que nem de propósito li no Expresso que a política da PT agora em Portugal vai ser a da contenção de custos e de investimentos e que, portanto, deverão reduzir centenas de empregados. Em contrapartida, claro, a aposta vai ser no Brasil.

Tudo isto se está a passar em ritmo acelerado e debaixo do nosso nariz.

E já nem falo na compra de moradias e andares de luxo por parte de angolanos, chineses, etc. Recebem o visa gold e estão à vontade para se instalar onde quiserem. Até poderia não ser mau isto, atrair capital estrangeiro, só que o que está a vir não é capital para criar novas actividades, criar emprego, criar riqueza, mas sim para virem tomar conta do que era português, comprar pechinchas.

Penso que é difícil, neste momento, avaliar a dimensão dos atentados que estão a ser cometidos contra o País - tantos e tão extensos eles são.

Bom domingo!

Um Jeito Manso disse...

Olá Erinha,

A situação que relata é horrível e perante isso uma pessoa nem sabe bem o que dizer. Por um lado, acho que é humano assegurar a sobrevivência de seres que não conseguem sobreviver por si.

Ainda no outro dia, os senhores que vieram aqui ligar a central de alarmes a uma empresa de segurança diziam que os roubos estavam a aumentar desde que estavam a retirar o subsídio de inserção.

Tudo isto é muito complexo e o ideal mesmo seria que o País se estivesse a desenvolver para que houvesse mais trabalho e mais riqueza para que não tivessem que retirar nada a ninguém. Claro que haverá sempre os mais fracos dos fracos, aqueles de quem a sociedade deverá tomar conta.

Só que isso não deveria implicar suprimir abonos de família, cortar pensões, deixar de pagar subsídios de desemprego ou reduzir os subsídios de baixa.

Enfim, não deveríamos deixar que transformassem o nosso país num mundo cão.

Beijinhos Erinha!