Isto da internet tem coisas quase mágicas. Traz até nós pessoas incríveis que, de outra forma, nunca conheceríamos.
Desconhecia o CINE POVERO e, quando o vi, nem percebi logo que se tratava de uma pessoa que, por vezes ao longo de meses, escolhe fotografias e filmes (muitas vezes de sua autoria), escolhe músicas, escolhe sons, e os monta com carinho e entrega para que o resultado seja o que depois podemos ver.
E nós, tantas vezes apressados e desatentos, depois, vamos ao youtube e nem nos damos conta que o que vemos num ou dois minutos é o fruto do trabalho carinhoso de alguém que gosta das palavras tanto quanto nós, gosta de música tanto quanto nós - mas que vai muito para além de nós nesse seu amor. Entrega meses dos seus tempos livros à composição de momentos muito belos e depois fá-los voar, sem dono, por aí, para quem os queira desfrutar.
Hoje mostro-vos mais um vídeo realizado pelo Cine Povero: Canto Nono de Tonino Guerra dito por Fernando Alves. Um luxo (as imagens, a música, a voz, as palavras - a forma como tudo está tão perfeitamente cerzido).
Transcrevo parte do texto que o Cine Povero escreveu no Youtube:
Tonino Guerra (1920-2012).
"Canto Nono" in «Il Miele» (1981).
O livro foi publicado originalmente em dialeto romagnolo («E' Mél») acompanhado de uma versão em italiano.
Em Portugal, «O Mel» foi traduzido do romagnolo por Mário Rui de Oliveira e publicado pela Assírio e Alvim, em 2004.
Dito por Fernando Alves, aos microfones da TSF, no Dia Mundial da Poesia em 2012.
Música: Jordi Savall / Le Concert des Nations / Hespèrion XXI, "Statio 2: 2 Lachrimæ Invocantis" in «Lachrimæ Caravaggio» (excerto), 2007.
Filmado no Palácio da Raínha, situado na Vala Real da Azambuja, e nas "ruínas românticas" em Monserrate.
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1 comentário:
Olá UJM,
Obrigada por ter partilhado este vídeo de Cine Povero, filmado no Palácio da Raínha, na Vala Real da Ajambuja. Lembro-me de vir aqui há muitos anos, e de haver muitas palmeiras de um lado e do outro da estrada que nos levava até ao Palácio, mesmo junto à Vala e havia também muitas roseiras ao longo da estrada. Era um sítio paradisíaco, hoje está tudo degradado e o Palácio desventrado! São os sinais dos tempos!
Um beijinho e uma boa semana
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