Já por mais do que uma vez aqui vos informei das palavras usadas nos motores de busca e que, incrivelmente, trazem os pesquisadores até mim.
Uma das últimas foi: "como fazer sexo fora de casa?"
Tal e qual.
Como acho que nunca me debrucei sobre o tema, fiquei, de novo, a pensar porque é que o Google me enviou esta pessoa. Não sei, às tantas acha que isto pode funcionar como um correio sentimental, ou um site de aconselhamento, uma coisa assim. Seja. Como tenho uma costela mista, ou melhor, uma costela que é um misto de boa samaritana e de agente comercial, para que, de uma próxima vez, a pessoa que aqui venha parar não sinta que veio ao engano, vou tentar responder.
Claro que aqui deverei colocar um desambiguador, ou lá como é que isso se chama. Ou seja, o que quereria a pessoa dizer com ‘fora de casa’? Ao ar livre ou noutro sítio que não a própria casa?
Vamos ver se tenho sabedoria para tão complexa questão.
Se não estiver uma aragem, podem, por favor, passar o rato ao de leve sobre a senhora? |
Se for na rua
Bom, se for na rua, em primeiro lugar há que recomendar prudência não vá o acto ser descoberto e os praticantes ainda irem presos por ofensas à moral e aos bons costumes. Portanto, partindo do princípio que tal será acautelado, poderei recomendar os clássicos: o carro (que não é bem ao ar livre mas, enfim, para lá caminha) mas talvez num local mais ermo (a menos que goste de desafiar o destino), ou a praia num sítio mais resguardado, ou o campo, coisas assim. Mas agora é capaz de estar um bocado de frio para isso, não?
Se for a bom recato mas fora da casa propriamente dita
Bom, aí as possibilidades são também muitas desde o hotel de beira de estrada, a casa de amigos. Claro que mesmo estas opções não dispensam alguns cuidados.
Conto-vos o caso da mulher que se encontrava com alguém em casa de um casal amigo que lhes emprestava a chave, num sítio bem distante e fora de mão. Lá chegados, saíam do elevador e, se eram vistos a entrar no apartamento dos amigos, já sentiam que os vizinhos adivinhariam o que ali se iria passar, isto se não pensassem que era uma dupla de assaltantes.
Depois, logo numa das primeiras vezes, uma vez em que foram à hora de almoço, tendo, inclusivamente, levado farnel, ao saírem de lá foram tomar um café lá ao lado. Quando, na parte da tarde, chegou ao emprego, a mulher já tinha uma colega a avisar que tinham ligado para lá de um café no tal sítio no cu de judas a informar que tinham encontrado uma pasta com documentos a partir dos quais tinham identificado o local onde trabalhava. Bonito serviço.
Ou seja, em qualquer situação, cuidadinho e cabecinha fria é o que se recomenda.
*
Não fui muito gráfica, pois não? Fui bem comportadinha - mas tinha que ser, meus Amigos, não se esqueçam que isto é um blogue de família.
Mas, pelo menos, quem aqui entre agora à procura de pistas para tão magna questão, já não poderá dizer que veio de balde. Aquela senhora lá em cima, como se vê, já veio de carteira.
Obrigada e o que eu estimo é o que eu desejo, como dizia o outro.
As despedidas a sério estão no post abaixo, aquele onde se fala de coisas maçadoras, está bem?
*
A canção é Flagrante, é cantada por António Zambujo e tem letra de Maria do Rosário Pedreira)
15 comentários:
Amiga UJM,
O que eu hoje já me ri com a primeira parte do seu post!
Muito bom...site de aconselhamento, correio sentimental!
Achei o máximo o seu sentido de humor.
Quanto à segunda parte, esses sim, os incompetentes que nos governam, deveriam ser encaminhados, pelo google, para aqui!
Tinham tanto a aprender consigo!!!
Desejo-lhe um dia feliz.
Beijinhos.
MCP
Sá a UJM é que se lembraria de um aconselhamento bloguístico sobre este tema tão candente! Espero que possa VIR ser útil a alguns dos leitores ou leitoras . Gostei do desarrincanço!
É essa polivalência de saberes (e tacto!) que muito aprecio em si, cara UJM.
Que bem "descalçou a bota"!
Abraço.
Apenas me atrevo a dizer que, depois de ler sobre os demónios do poste anterior, só mesmo os "sexo dos anjos(ou anjinhos)" me faria sorrir.
:)
Ó Jeitinho na resposta convém também considerar o patamar da casa. É fora de casa e o risco é reduzido ao movimento dos inquilinos do andar...
Este tema, onde se fala de sexo, fez-me recordar uma episódio que se nos deparou, a mim e minha Mulher, aqui há uns anos, antes de comprarmos esta casa onde actualmente vivemos.
Andávamos por estas bandas de Cascais, com uma agência imobiliária a mostrar-nos casas.
Numa ocasião, foi-nos mostrada uma moradia. À porta, a receber-nos, estava uma mulher, nos seus 40 e muitos. Mas, vestida, digamos, como se fosse filha mais nova dela própria.
E lá foi, de sala em sala, mostrando-nos a dita residência. A certa altura, deparou-se-nos o quarto principal. Que ela, com a agente imobiliária a fazer eco, designou de “master room”, ou “suite”. Aquilo era uma coisa do “só visto”. Uma cama larga e redonda dava um toque “diferente” ao dito quarto, o que logo me levou a questionar (já a levar a coisa para a patuscada), onde seria a cabeceira e o lugar para descansar os meus pobres pés, depois de um longo dia de afazeres. A resposta, acompanhada de um sorriso semi-maroto: “o senhor deita-se onde quiser. Cada noite pode ser diferente e um desafio. Sendo redonda, a opção será sua”. Toma!
Mas não acabava aqui a decoração daquela divisão da casa. O quarto tinha o teto todo espelhado. Ou seja, se me pussse a olhar para ontem, ali deitado, em vez do ontem via-me a mim, ora que grande chatice, à hora do deitar já estou farto de mim! E, como se não bastasse, ainda havia uns espelhos menores, laterais, nas paredes. Feito parvo, perguntei para que serviam semelhantes espelhos (com minha Mulher a fulminar-me e a querer deixar “aquela casa de massagens”). A resposta: “para se desfrutar o prazer quando aqui se está”. Saíu-me um “Ahhh” profundo, de quem, atarantado, acaba por – finalmente – perceber tanta “sofisticação”. Já um pouco dengosa, despediu-se de nós, sem antes deixar cair um cartão de visita nas minhas mãos. Cá fora, a agente imobiliária, muito excitada, perguntava-nos: “então, gostaram?”. Já não fui eu a responder, mas minha Mulher: “Mas ouça, acha que isto é casa de que se goste, com as devidas excepções, naturalmente?” Tudo bem, mas o que me ficou na minha surpreendida cabeça foi pôr-me a imaginar o que aqueles espelhos, se falassem, poderiam contar, sob todos os ângulos.
E até, quem sabe, se a dita proprietária não teria, ocasionamente, a gentileza de oferecer aquele seu extraordinário quarto a gente amiga, sempre que estivesse ausente, para o tal sexo fora de casa!
Isto, há por aí cada “avis rara”!
P.Rufino
Olá MCP,
Sabe o que é? Ando com falta de paciência para me andar a maçar com tanta incompetência a que assisto. esta agora de estes fazedores de opinião andarem a aconselhar o ministro das finanças a não apresentarem 'previsões' tira-me do sério. Mas se não traçam objectivos e não calculam o que daí deriva, como é que definiam as medidas a que nos sujeitam?
De facto andamos a navegar à vista, sem rumo, nem bússula, mas, bolas!, recomendar que o ministro das finanças e o primeiro ministro estejam quietos e dizer isto como se estivessem a dizer a coisa mais normal...
Por isso, acabo de escrever estas coisas e só me apetece aligeirar, distrair-me. E aquela pergunta ontem que lá me apareceu veio mesmo a calhar...
Obrigada e um beijinho, MCP!
Olá Joaquim Castilho,
Não proporcionei grandes ensinamentos, mas, enfim, foi de boa vontade.
Depois ainda me lembrei que podereia haver ainda um terceiro sentido. 'Fora de casa' também poderia ser significado de 'facadinha no matrimónio', não é?
Tenho, um dia destes, que voltar ao assunto pois posso ter deixado dicas para resolver a dúvida do Leitor.
Farto-me de rir, eu.
Obrigada, Joaquim Castilho!
Olá GL,
Ontem, com a vontade que eu estava de me desfazer da má disposição com que fiquei depois de ter escrito o outro texto, estava mesmo era capaz de me portar muito mal. Mas tenho que me conter. Os meus filhos lêem o blogue e não quero atrapalhá-los...
Por isso, ontem não foi prova de coisa nenhuma, GL, foi mesmo um diversão da minha parte, embora uma diversão muito contida.
Mas, enfim, se ensinei alguma coisa a alguém (coisa de que duvido), tanto melhor.
Depois de escrever sobre este governo, para não desatar a usar do mais puro vernáculo, dá-me sempre vontade de escrever sobre coisas ligeiras e bem dispostas. E, ao ler, aquela questão pensei mesmo: 'ora cá está aquilo de que eu precisava!' (refiro-me à oportunidade para responder e não àquilo que o leitor escreveu...).
Um beijinho, GL, e não me leve muito a sério...!
Olá jrd,
Por anjinhos refere-se a mim, certo?
É que, pensando bem, a minha costela mista traz acompanhamento, ou seja, um par de asinhas. Querem ver que sou um anjo da guarda? Querem ver que para o Leitor que não sabe como fazer sexo fora de casa, eu, com os meus sábios conselhos, sou um verdadeiro anjo da guarda? Seria lindo.
:))
Um abraço, jrd!
Olá Helena,
O que me fartei de rir. Dei uma gargalhada e depois tive que ler em voz alta. O que nos rimos.
Apetecia-me responder: '... e eu não sei...?' mas, porque este é um blogue de família, vou limitar-me a dizer que tem toda a razão.
Escapou-me essa alternativa. Agora no inverno é capaz de ser uma boa opção, não se apanha chuva, não é preciso pagar, e, bem escolhidas as horas, não deve haver grande risco de se ser apanhado de calças na mão (há bocado, no carro, vinha a ouvir o António Zambujo a cantar uma canção com letra de Rosário Pedreira que acabava assim, por isso - e só por isso! - me ocorreu).
Acho que vou até colocar esta música no corpo do post, vem mesmo a calhar.
Obrigada, Helena. Obrigada, sobretudo pelo seu fantástico bom humor!
Olá P. Rufino,
Como sempre, um texto gostoso de ler, que se lê de gosto até ao fim, como se estivéssemos a ver 'o filme'. As suas palavras a descrever a decoração e o uso que lhe daria depois de um dia em que o corpo só pedia descanso são divertidíssimas.
Era, portanto, uma casa licenciosa ou, vá lá, para gente dada a licenciosidades. Algumas das suas cocottes (suas, salvo seja) não desdenhariam uma pernoita num cenário tão aparatoso.
Faço ideia a vossa cara. Farto-me de rir ao imaginar a cena!
Há mesmo gostos para tudo...!
Um bom dia (ou boa noite, consoante a hora a que ler isto) e boas gargalhadas, P. Rufino!
Caro Rufino
O que me ri. É que antes parece que havia uma casa redonda, lá para os lados do Algarve, de que se gabava a arquitectura.
Agora há camas redondas e espelhos no teto. É a globalização do bordel, para animar as famílias...
Gráfica ou não, foi muito eloquente. Trabalhei em várias empresas, e sei do que fala.
Mas, a ideia chinesa é capaz de ter algum sentido. Ao contrário do assédio dum superior,coisa intolerável de suportar para quem não está minimamente interessado(a), ter um namorico, um flirt, um olhar, um piropo, ou até um caso, pode ser benéfico para a empresa. Pelo menos, a esperança do namoro quotidiano, de ver todos os dias o motivo do nosso interesse, faz-nos ir trabalhar com mais vontade. Escolhemos a roupa de modo cuidado, o penteado, o perfume. E não só as mulheres, os homens também o fazem. Até trabalhamos melhor, porque queremos que reparem em nós, que falem de nós, pelo menos à pessoa que nos interessa. Claro que tudo depende de quem é o motivo do nosso interesse. Se me apaixonasse pelo fiel do armazém, tendo eu um lugar de chefia, esta ordem de valores é pouco aplicável ou credível. But, "love is in the air", motiva muito, mesmo que inconsequente. A maior parte das vezes, nem passa disso. Uma maneira de tornar o trabalho menos chato.
Um abraço, minha cara UJM
TBM
Olá TBM,
É isso tal e qual. É um rejuvenescimento, um encantamento, uma motivação suplementar.
Grande parte das vezes começa e acaba ali, sem dramas.
Quanto a isso dos homens também se abonecarem também acho que é isso mesmo.
Uma vez entrou no meu gabinete um holandês com quem eu ia ter uma reunião e eu nem o reconheci. Estava com o cabelo ligeiramente mais comprido e com barba. Desatou-se a rir e disse-me que, daquela vez, não tinha vindo com a mulher mas com uma namorada e explicou que quando eu visse um homem com mais de 50 anos aparecer, de súbito, com barba, isso significaria, pela certa, que andava com namorada nova.
Nas minhas equipas tenho assistido vezes sem conta a namoricos. Até acho graça de ver. às vezes acho que se arriscam demais e isso pode causar problemas. Mas enlevamentos carinhosos, que trazem as pessoas felizes e contentes, isso, de facto, só aumenta a produtividade nas empresas.
Um beijinho, TBM!
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