terça-feira, novembro 13, 2012

O défice anunciado ontem (ontem!) pelo inteligente Passos Coelho, revisto em alta há um mês e acordado com a troika, também já não vai ser atingido. O Gaspar não acerta uma! Passos Coelho nem consegue acompanhar a sucessão de derrapagens! O Banco de Portugal revê as estimativas todas para pior. Carlos Costa já nem consegue disfarçar o que se está a passar. Uma desgraça permanente. Mais défice, mais recessão, mais desemprego, mais dívida. É preciso esperar mais para perceber? Quem é que é tão lento e tão limitado que ainda não percebeu o disparate que é a política que está a ser seguida? Bolas para tanta estupidez!


Já nem sei que dizer mais. Ouço na televisão todos, toda a gente, mesmo os que antes se deixaram enganar (como Rui Moreira), a dizerem, passados, que não dá para acreditar no que se está a passar. Passos Coelho, face aos resultados que hoje foram conhecidos, em Bruxelas continuou a dizer que a austeridade é o único caminho. 

Dizem os sindicatos, dizem as entidades patronais (numa convergência de opiniões nunca antes vista), diz o FMI, diz toda a gente com dois dedos de cabeça (já não se pede muito mais), diz toda a gente que esta porcaria de medidas está a aumentar a dívida, a destruir a economia, a arrasar os sistemas de protecção social, a comprometer talvez irreversivelmente o fundo de pensões, a afugentar os portugueses e até os imigrantes, a aumentar o desemprego e a pobreza, a causar a diminuição da natalidade, a destruir e a vender a retalho o país - e o Primeiro Ministro ainda não percebeu. Ainda não percebeu! Ainda não percebeu! Ainda nem sequer viu que aquele Gaspar não acerta uma. Ainda nem isso ele viu! Dá para acreditar numa coisa destas?!

Olhem, já nem sei o que dizer...




10 comentários:

jrd disse...

Não precisa de dizer mais nada. O gesto diz tudo!

Abraço

Anónimo disse...

Exactamente. O gesto é tudo, nem mais, como diz uma Leitora.
Sobre o déficit e o estado de coma profundo em que nos encontramos, ocorreu-me o que ouvi, em duas ocasiões diferentes, recentemente, nuns jantares com amigos: num caso que a CGD teria colocado no BPN dinheiro da Segurança Social (o dinheiro), daí a decisão que se seguiu e se conhece (será possível?), outro, sempre a CGD, que terá colocado dinheiro (dos depositantes e etc) em “offshores” (será possível?).
E assim vai este “barco”, com uma tripulação incompetente como a que sabemos, Passos, Gaspar, Relvas, Moedas, Portas, etc, de encontro a uma “Rogue or Freak Wave” que nos dará cabo do canastro! Nos afundará, sem salvação possível.
Olhando para as imagens retiradas do You Tube, aquilo, as tais ondas gigantes (Rogue/Freak) no alto mar, que chegam, por vezes, a atingir uns 35 m, mete medo! Pois é o que sinto, quando olho para o estado de saúde da nossa periclitante economia! Assistida por “médicos” do calibre da equipa Passos-Gaspar.
P.Rufino

Um Jeito Manso disse...

Olá jrd,

É que já não há pachorra para tanta estupidez, não acha? Os factos evidenciam, todos os dias, a burrice da política deste Governo e, aqueles sujeitos não percebem. Fico passada. É demais. Já nem consigo, mesmo, gastar mais o meu latim. Alguém lhes faça um desenho, por favor.

Um abraço, jrd!

Um Jeito Manso disse...

P. Rufino,

Uma rectificação: o leitor jrd é leitor, não leitora (o que não é relevante no contexto da sua frase mas, ainda assim, sinto-me no dever de o esclarecer).

O que refere da CGD corresponde ao que soa por aí. Some a tudo isso mais uns quantos desmandos como o de financiar à larga o Berardo par acomprar acções do BCO, aceitando como garantias as próprias acções. Como o Berardo está falido e as acções valem menos do que uma casca de caracol, imagine o prejuízo. São as chamadas imparidades, como agora se designa. O fruto da rebaldaria, diria eu.

De resto, já me fez rir. A sua indignação tem graça, é muito veemente, dá gosto ler.

Quanto aos médicos que refere, cruzes, credo, que nunca, em situação alguma, um doente tenha aqueles dois à cabeceira. É de fugir a sete pés, credo!

Tété disse...

Querida Tá, além da sua contínua análise do país, franca e certeira, adorei a imagem que simboliza o que queremos todos dizer aos nossos governantes.
Mas deixe que lhe diga que é tão elegante e fina, que até a senhora a fazer o gesto tem um ar garboso de monarca inglesa.
Abraço grande

Um Jeito Manso disse...

Olá Teresa-Teté,

O que eu gostava de ir no carro e ter um sujeito a apitar-me, a querer ultrapassar-me, enfim, essas coisas que tiram qualquer um do sério e, ao ver bem, ser o Passos Coelho. Acho que me esquecia do meu bom comportamento habitual e espetava-lhe o dedo. Assim mesmo, um dedo bem espetado. A mandá-lo para o sítio mais impróprio do mundo. Queria lá eu saber da educação esmerada que a minha mãezinha me deu...

Mas diga-me lá: como é possível termos à frente dos destinos do país um grupo de gente assim?

Ai, Teté, para o que haveríamos de estar guardadas...

Um beijinho e um grande dia é o que lhe desejo!

Maria disse...

Amiga:
Um gesto diz mais que mil palavras.
Completamente de acordo consigo, abraço-a
Mary

Maria Eduardo disse...

Olá,
Como sempre, encima do acontecimento com as suas análises certeiras e humorísticas sobre o que se passa no nosso País, desta vez muito bem ilustrado com a imagem de uma lady, com ar angélico, elegante e delicado, a indicar o caminho mais curto para muita gente!...provavelmente ela também estaria chateada, ou o pintor que a criou.
Um beijinho
ME
Gostei muito deste post.
Um beijinho

Um Jeito Manso disse...

Olá Mary,

Acho que um dia ainda vou convocar uma manif em que a condição é ir toda a gente a fazer este gesto. É que, com palavras, com números, com a evidência dos resultados, o Passos Coelho não percebe. Talvez se vir a rua cheia de gente de dedo espetado ele perceba.

Que tal? Bora lá...?

Um grande abraço, Mary!

Um Jeito Manso disse...

Olá Maria Eduardo,

A ver o país a ir para o buraco à força toda, estou capaz de pôr de lado a educação esmerada que os meus pais me deram e desatar a portar-me como um estivador...

Ontem quis ilustrar o que me está a apetecer fazer mas, como não estou habituada a dizer grandes palavrões ou a fazer gestos destes, resolvi escolher esta madame de ar tão angélico (como muito bem diz) mas a mostrar o caminho a quem a vê.

O que vale é que, apesar de fula, me dá para rir...

Um beijinho, Maria Eduardo!