quarta-feira, fevereiro 16, 2011

Como se começa um tapete de Arraiolos + um tapete de modelo clássico

Tenho recebido muitas visitas para ver os tapetes de Arraiolos e são várias as questões colocadas. Uma das que mais tem aparecido prende-se com 'como se começa um tapete de Arraiolos?'.

La-paliceanamente comecemos então pelo início.

Terá que ter a base (eu agora uso base marcada pois facilita as contagens) e as lãs (que, obviamente, terão que ser as apropriadas para terem cores firmes e tratamento anti-traça). Claro que a agulha adequada é indispensável e o dedal também. Uso também um daqueles dedais de plástico que se usam para folhear e que se vendem nas papelarias (não deve chamar-se dedal...). Ajuda a puxar a agulha.

Se o tapete for de modelo clássico ou se espelhar uma pintura, terá que ter um desenho para se guiar. Caso seja de modelo moderno mas de desenho livre, então pode partir à aventura.

Comecemos então a bordar e vou explicar para o caso mais complicado, que é o dos modelo com desenho.

Começo sempre pela fiada que faz o contorno externo da barra. A orientação do ponto acompanha as arestas do rectângulo. O vértice tem que obedecer ao preceito dos cantos (ver post sobre o assunto).

A seguir, conto o número de 'carreiras' que constituem a barra e faço o contorno interior da barra, que segue o mesmo preceito do contorno exterior.

A seguir, faço o contorno do centro. Isso vai ajudar a fazer as contagens para o desenho.

A partir daí, uma vez que já tenho várias referências, começo a desenhar os contornos do desenho. Geralmente faço primeiro os desenhos do interior da barra e, só a seguir, os desenhos do interior do tapete.

É preciso não esquecer também os contornos do desenho do interior do centro.

Quando os desenhos estão todos feitos, coomeça-se, então, a encher. Começo pela barra, depois o centro e o interior.

Finalmente os fundos.

. & .

Para que este post não seja apenas texto, aproveito para vos mostrar uns tapetes de quarto que fiz a partir de um desenho de uma revista. São os únicos que fiz com base nas revistas.

Há muito tempo que não compro nenhuma mas, quando comprava, achava os modelos hiper-pirosos. De todos os que vi, apenas aproveitei estes que são simples mas clássicos.

A fotografia ficou péssima, torta e com luz, mas, apesar disso, acho que dá para ver como é o tapete

Qualquer outra questão que queiram que eu responda, não hesitem em colocá-la porque, se eu souber, responder-vos-ei.

Este é o último (last but not the least....) de vários posts sobre tapetes de Arraiolos. Se pretenderem ver os restantes, sugiro que pesquisem nas etiquetas do lado esquerdo ou na caixa de pesquisa do topo do blogue.

1 comentário:

Maria Helena MaTera disse...

Achei suas explicações otimas. Muito me ajudou.
Como vc faz os cantos? Ponto espinhado, quadradinho? E as carreiras precisam acompanhar este ponto de canto.?
Agradeço suas orientações.