sexta-feira, janeiro 28, 2011

Acordar e ver um navio sobre um telhado e depois ouvir sobre o Almocreve das Palavras de Henrique Segurado

De manhã gosto de ir à janela e todos os dias há "matéria de facto" para registo. Claro que geralmente tenho a decência de poupar os meus caros leitores a essas minhas visões diárias. Mas às vezes não resisto.

Para ser rigorosa na descrição da imagem abaixo dava-me jeito a diferença entre os british "on" e "above" porque o navio que aqui vemos claro que não está assente no telhado. Mas parece pairar sobre ele.

O que eu gosto de fotografar o rio tal como o avisto da minha janela...

O Tejo ao amanhecer: navios pairando num céu imenso
À ida para o trabalho ia ouvindo a Antena 2, onde se entrevistava Henrique Segurado àcerca do lançamento de Almocreve das Palavras livro de poesia, ilustrado pelo genro, o escultor Rui Sanches, e editado pela Joana Varela. Gostei tanto de ouvir. A sabedoria, a simplicidade, a graça, a franqueza de Henrique Segurado são cativantes. Jornalista no Século, administrador de O Jornal, livreiro (quantas e quantas horas passei na simpatiquíssima livraria Castil), não sabia que era poeta. Mas é. Ao longo de toda a vida tem escrito poemas que ia guardando. Aparecem agora, neste livro, os poemas de 1969 a 1989. A julgar pelo que ouvi na Antena 2, gosto. A ver se daqui a nada adquiro o livro.

Disse atrás laconicamente 'gosto' porque foi pouco o que ouvi mas confesso-vos que, ao volante, hoje de manhã - e bem feliz depois de ver o navio pairando no Tejo - um poema em particular me fez ficar arrepiada e com lágrimas nos olhos, um poema sobre amigos que estão longe.

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