sábado, outubro 16, 2010

Barnett Newman e Clarice Lispector ao pé de Coisas da Casa

Pegando na frase do Giorgio Morandi com que terminei o post anterior, "Nada é mais abstracto do que a realidade", junto hoje uma afirmação de Clarice Lispector - a quem voltarei um dia destes - escritora maior da língua portuguesa, que, imodestamente, uso para ilustrar a fotografia de objectos muitos reais que, ao isolar e descontextualizar, pretendi tornar quase abstractos.

"Criar não é imaginação, é correr o risco de se ter a realidade."

Clarice Lispector

(pormenor do gargalo da garrafa com jarra por trás que aparecem no post anterior)


Uma vez mais ocorreu-me a pintura de Barnett Newman - que já invoquei num post anterior - figura destacada do expressionismo abstracto (Nova Iorque, 1905 - 1970)
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Transcrevo do blogue da Laurinda Alves que, tal como eu, diz também amar e comover-se com o expressionismo abstracto,

"Barnett Newman dizia que as pessoas deviam ver os seus quadros de muito perto. Como se fossem entrar na tela. “Stand close enough to immerse yourselves in my paintings!”.
[...]
Há sempre riscas verticais nos seus quadros. Newman dizia que eram colunas de luz. Evocam, no seu entendimento e construção artística, uma presença sagrada minimalista que vem de um tempo muito lá atrás, descrito nos Génesis, onde as colunas de luz são sinais de divindade a incidir e a iluminar a humanidade."
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