quarta-feira, dezembro 10, 2025

Debate Gouveia e Melo versus Tozé Seguro -- cá para mim, o sorriso do Almirante derrotou a simpatia violenta do Menino da Lágrima

 

Começo por relembrar que continuo limitada a nível informático, escrevendo num teclado virtual que me faz parecer uma galinha a picar as letras grão a grão.

Tenho sido minimalista no que escrevo pois odeio escrever assim, sem a minha usual liberdade de movimentos. Numa altura em que tenho mil assuntos de que gostaria de falar, forço-me à contenção para evitar ficar, enervadamente, até às tantas da manhã, pico pico sarapico.

Por exemplo, ando inquieta com as cavaladas demenciais de Trump, graves demais (e que podem influenciar os merdinhas europeus, que os há, sempre prontos a porem-se de gatas quando as bestas quadradas ameaçam). Veja-se os hipócritas (ou tontos) que por aí andam a atacar os europeus pela guerra desencadeada pela Rússia. Na Europa não há só democratas, gente boa, amante da liberdade, gente que apoia a inclusão, a diversidade, o desenvolvimento humanista - há por aí muito populista, muito amigo secreto de Putin, muito amigo secreto de Trump. 

Mas, se me ponho a falar disso, canso-me antes de chegar aos debates.

Portanto, debate. Bora lá.

Não sou como os comentadores amestrados, não sou avençada, não sou clubista nem carneira nem galinha decapitada. Penso por mim. 

Dito isto, relembro que não vejo os debates a ver quem produz mais bocas, quem dá mais caneladas, quem aplica o gancho mais certeiro, quem dá a canelada mais hematómica. Nada disso. Não pretendo que em Belém esteja um sarrafeiro.

Nos debates procuro apenas avaliar com quem mais concordo, quem me parece ter uma atitude mais inteligente e digna para a nobre função de Presidente da República.

Portanto, chego ao fim de um debate a gostar mais daquele a quem os avençados se apressam a pôr uma cruz em cima.

De longe, o Almirante pareceu-me o mais maduro, o mais digno, o mais apto para a função, e, ao mesmo tempo, mostrou não ser um totó, um joguete nas mãos dos especialistas em comunicação que aconselham alguns candidatos a entrarem ao ataque, a passar rasteiras, ou a fazerem habilidades de todo o tipo.

Pode por vezes mostrar que ainda não tem o rabo pelado nestas coisas. É natural, não passou a vida a bater bolas, a esgrimir argumentos, a aparar ou a desferir golpes. E isso não é grave. Com o tempo aprenderá melhor a lidar com a realidade partidária. 

Em contrapartida, o Totozé Seguro mantém-se igual a si próprio. Hoje migrou o estilo da abstenção violenta para os debates e apresentou -se agressivo, todo ele ao ataque. Mas, coitado, com aquela carinha de menino da lágrima, alguém acredita que aquele ali os terá no sítio se algum dia precisar de os usar? Eu não acredito. 

Claro que se ele for à segunda volta com o Ventura, acenderei mil velas para que ele se aguente como PR, e, enfastiada, farei o sacrifício de votar nele. E nessa altura lembrar-me-ei que foi mais uma argolada do Pedro Nuno Santos. Por que raio de carga de água foi ele lembrar-me deste bocado de pouca sorte...? Caraças.

De qualquer modo, duvido que lá chegue.

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