Já escrevi várias vezes, e não foi há pouco tempo, que os três principais responsáveis pela subida do populismo associado à extrema direita em Portugal são o MP, o Marcelo que desestabilizou o País durante o governo do António Costa (agora nem coragem tem para criticar o caos na Saúde) e a comunicação social que tem trazido o Ventura ao colo (a inenarrável perseguição à ambulância do Ventura fica para os anais dos canais por cabo como a reportagem mais cretina que já foi feita).
Tinha uma ténue convicção de que o MP, embora utilizando golpes baixos e truques sujos, não saltava para o lado da ilegalidade durante os inquéritos (embora ficasse em cima do muro). É certo que emitem comunicados que originam a demissão do PM, sabe-se que não respeitam a lei no que ao segredo de justiça diz respeito, que existem demasiadas "coincidências" entre as datas das investigações do MP e ocorrências determinantes para os investigados e que, sempre que temos eleições, é certo e sabido que aparecem novidades sobre inquéritos com n anos ou que são abertos novos inquéritos geralmente á malta que acham mais do "reviralho". Mas esta cena de escutarem o PM e guardarem as escutas na gaveta em vez de cumprirem a lei põe em causa o funcionamento do regime democrático como, aliás, já tinha sido posto em causa com as investigações ao juiz Ivo Rosa.
Alguém já investigou se as informações obtidas nas escutas telefónicas são usadas pelos procuradores apenas para os processos e para divulgações cirúrgicas a jornalistas escolhidos ou são também usadas para outros fins?
Estes são casos que vieram a público -- mas quantos serão os que continuam escondidos na opacidade do MP?
Agora vêm com desculpas esfarrapadas sobre erros técnicos que não convencem ninguém. Tenham dó, não somos mentecaptos!
A situação tem que ser investigada de forma isenta, têm que ser apuradas responsabilidades e os responsáveis têm que ser punidos.
Os procuradores não estão acima da lei têm que ser responsabilizados e punidos como qualquer outro cidadão. A situação é tão, mas tão grave, que afeta o normal funcionamento do regime democrático - pelo que se impõe a intervenção do PR.
Também o PM e a ministra da justiça deviam tomar uma posição de condenação inequívoca do que aconteceu, mas, por isto ou por aquilo, duvido que o façam.
O MP não é um estado dentro do Estado. Tem que se submeter à lei ou, então, ser corrido à vassourada e substituído por outra estrutura mais eficiente, mais competente e que cumpra escrupulosamente a legislação em vigor.
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Nota à margem: hoje noticiaram que faltam medicamento nos hospitais. Não há nada, mas nada, que corra bem na Saúde desde que esta mulherzinha é ministra.
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