sexta-feira, outubro 17, 2025

Momentos bizarros no mundo da parvalheira, numa cerimónia que era esperada há mais de 3.000 anos

 

Vamo-nos habituando. Agora, quando uma dada pessoa é apanhada a fazer parvoíces, já ninguém se choca ou critica: normaliza-se, diz-se que é a pessoa a ser a pessoa que é. Como se isso justificasse tudo ou desculpasse alguma coisa. Aliás, no que aqui me traz, a pessoa em causa, cândida na transparência com que se confessa ao mundo, até já fez saber que poderia sair à rua e dar um tiro num tipo qualquer que nada de mal lhe aconteceria.

E se já fez das suas... Tantas, tantas, que já não têm conto. E todas más de mais para serem verdade. Até conseguiu enterrar uma ex-mulher num dos seus vários campos de golf para, com o assim adquirido estatuto de cemitério, o campo de golf pagar muito menos impostos. Não há limites para ele. E há a impressão de que o que se sabe é ainda uma pálida ideia do que um dia se haverá de saber. 

Agora engendrou (à pressa -- a ver se ainda ia a tempo de lhe darem o nobel da paz) o acordo de reconstrução de Gaza -- a que deu o nome de acordo de paz -- e, para a fotografia, qual rei, para sentir que meio mundo lhe presta vassalagem, sem aviso prévio mandou que voassem dos seus países para estarem ali a ouvir as suas parvoíces, presidentes e primeiros-ministros de vários países. E ali estavam eles a prestar-se a destratos, a alarveiradas, a bocas foleiras, a tontices sem qualquer nexo. Em vez de o mandarem dar uma grande curva, não senhor, ali estão a compactuar com as anormalidades que ao narcisista-demente lhe ocorrer levar a cabo. Uma coisa triste de ver.

[Não obstante, tal como ontem referi, acho que é importante que a destruição brutal que Israel estava a levar a cabo tenha sido suspensa, acho importante que se abram corredores humanitários e que, mutuamente, se devolvam prisioneiros. As minhas reservas têm a ver com a sustentabilidade disso e com a indefinição política que pode levar a que isto, que é bom, não dure muito tempo]

Daqui por uns anos, quando os historiadores quiserem analisar este período terão que recorrer ao humor louco, ao estilo João César das Neves, ou à densidade das instituições psiquiátricas, ao estilo Voando sobre um ninho de cucos, para conseguirem retratar minimamente o período que atravessamos, que não sei se é das trevas, se é dos entrevados morais e mentais.

Há numerosos vídeos dos diferentes momentos, todos entre o hilariante, o patético, o grotesco, o aparvalhado, o aviltante. Escolhi este aqui como poderia ter escolhido vários outros. Aqui fica pro memória numa altura em que Trump agora já diz que, se for preciso, vai para lá caçar os do Hamas e matá-los um a um. Faria se não houvesse o tão celebrado acordo de paz...

Awkward Moments You Missed From Trump's Gaza Summit


Desejo-vos uma feliz sexta-feira

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