domingo, outubro 26, 2025

A arte de que se tem dúvidas.
A natureza de que não se pode ter dúvidas: é arte em estado puro.
E a história do bravo quase-lobo que vai avançar sobre a enigmática e poderosa FLOTUS, obrigando-a a falar sob juramento

 

Dia de visita às artes, no Drawing Room na SNBA, sempre com aquele misto de perplexidade e interesse. Por um lado, face a muitas obras expostas, aquela eterna dúvida: é isto arte? não é isto uma preguiçosa maneira de tentar ganhar a vida? É isto, ao menos, bonito? ou interessante? Por outro, face a outras peças, a curiosidade, o gosto de olhar, a vontade de perceber como foi feito, por vezes até uma certa vontade de possuir.

É certo que não haverá áreas em que a subjectividade mais impere do que na arte. Por isso, é território arriscado, este. Do que eu gosto há quem se ria. No que eu não gosto há quem invista muitos milhares. Por isso, a mim própria me obrigo a bater a bola bem baixinho.

E, além disso, em lugares assim não é apenas a arte que se pode olhar, é também a graça de observar a fauna que se move em torno das galerias, dos artistas, incluindo os próprios galeristas e pintores. Há qualquer coisa que os distingue, que os aproxima entre si. Eu não me aproximo. Não gosto de conversar sobre arte. Para mim, não há conversa possível. Gosto de ver, gosto de me chegar perto ou de ver de longe, mas pouco mais do que isso. De quem eu gostava de ouvir falar era a Paula Rêgo. Falava displicentemente do acaso subjacente, de como apareciam aqueles personagens ou adereços, quase por acaso. Uns tomates pintados ao pé da cama só porque sim, só porque aquele espaço estava vazio e uns tomates ali ficariam bem. Não tinha paciência para alimentar dissertações.

E se isso era assim quando os quadros dela tinham personagens, tinham acção ou intensidade, imagine-se qual o sentido de dissertar sobre pinturas em que aparecem três manchas e dois riscos. Ou na tela grande, cinco pequenos salpicos. Não estou a exagerar. Que se pode dizer sobre obras de 'arte' desse calibre? Falar sobre isso é da ordem da fantasia, mas uma fantasia que só pode fazer sentido na cabeça de uma mente sub-ocupada. Só me apetece dizer para irem dar banho ao cão.

Enfim. 

Tenho ainda a registar o facto já aqui trazido algumas vezes. Não sei qual a explicação mas sei que é um facto: todas as pessoas que conheço de as ver na televisão, quando as vejo ao vivo verifico que são minúsculas. Hoje mais um. Imaginava-o grande. Talvez por ser desenvolto e por na televisão se mostrar uma figura com uma certa presença, imaginava-o grande. Não senhor, pequenino. Nada contra, nada mesmo. Só o refiro porque não percebo o fenómeno: parece que a televisão faz as pessoas parecerem maiores.

Tirando isso, a natureza. A bela natureza. As cores que se mesclam, a luz que as folhas guardam dentro de si, os tons que evocam o pôr do sol, agora que os dias estão tristemente pequenos. 

Debaixo desta chuvinha mansa, os líquenes saem à cena, os musgos aparecem, a caruma, ensopada, fica macia. Os passarinhos cantam, cantam. Uma paz acolhedora.

Caminho enlevada, fotografo e faço vídeos com tudo, tudo me encanta. As cores exuberantes que agora despontam fazem esquecer a secura dos dias em que os grandes calores ressequiram a terra. Os verdes estão de volta.


Ando debruçada à procura dos primeiros cogumelos, mas ainda não apareceram. Anseio por eles. É sempre um deslumbramento, um espanto perante o milagre que é ver aquelas criaturas silenciosas a levantarem-se da terra.

Agora, enquanto escrevo, uma coruja pia na noite escura. Gosto do seu canto.  É solitária. E noctívaga como eu.
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Entretanto, estive a ouvir o Michael Wolff. Autor de vários livros sobre Trump para os quais recolheu testemunhos de meio mundo e se tornou confidente de muita gente, Michael Wolff gravou muitas horas de conversa com Epstein, durante as quais o tema era Trump, Melania Trump e etc. Sem receios, tem divulgado muitos dos segredos que Epstein lhe contou, revelou as fotografias que viu com Trump com miúdas pequenas em topless ao colo, etc.

Pois bem. Nas costumeiras manobras de silenciamento de quem diz coisas desconfortáveis de qualquer dos membros do casal Trump, desta vez foi Melania que processou Michael Wolff por difamação, avançando com um pedido de indemnização de um bilião de dólares. Fazem isso embora saibam que não ganham, fazem isso apenas para intimidar os processados, para os calar, e para que, numa de acabarem com a perseguição, os processados aceitem fazer um acordo no decurso do qual os Trumps sempre ganham qualquer coisa. E com isso vão ganhando, no total, mais uns milhões. A ganância e a falta de escrúpulos daquela gente não têm limites.

Só que, desta vez, o tiro lhes saiu pela culatra. Michael Wolff virou a mesa e avançou ele com um processo contra Melania, por tentativa de lhe restringirem a liberdade de expressão. Desta forma, em tribunal, os factos vão vir para a barra dos tribunais e se verá se há difamação, ou se apenas relato de ocorrências. Melania Trump irá depor sob juramento. Espera Michael Wolff que seja também uma oportunidade dos famosos ficheiros Epstein virem para a luz do dia. Tenciona chamar como testemunhas Donald Trump, a sinistra e pérfida Ghislaine Maxwell e Steve Bannon que também sabe mais do que Trump gostaria que ele soubesse. E tenciona fazer ouvir as gravações em que Epstein fala de Trump. Ou seja, tenciona trazer Epstein do mundo dos mortos para depor contra Donald e Melania Trump.

Vai ser bonito de se ver e muita tinta vai ainda correr, muita, muita. 

Ao que consta, Trump foi apanhado de surpresa com esta reviravolta e está possuído. E, quando está assim, mais peripécias e tentativas de distração vão acontecendo, sucedendo-se as ameaças, as vinganças, os disparates, os desmandos.

Partilho um vídeo em que o corajoso Michael Wolff conversa com a simpática Joanna Coles. Vale muito a pena ver. É certo que se passa lá longe. Mas, não nos esqueçamos: nesta nossa aldeia global, o 'lá longe' é à porta da nossa casa.

Wolff: What I’m Going to Ask Melania Under Oath | Inside Trump's Head

Michael Wolff junta-se a Joanna Coles para abordar o seu novo e surpreendente anúncio: um processo de mil milhões de dólares contra Melania Trump. Os dois dissecam a amizade bem documentada de Jeffrey Epstein com Donald Trump e ligam os pontos à demolição da Ala Leste de Trump, expondo a estratégia de destruição do presidente. Wolff e Coles desvendam também as cruzadas linha-dura de Stephen Miller, expondo a estranha psicologia que move um dos membros mais maníacos do círculo íntimo de Trump. À medida que as barreiras legais se fecham, persiste uma questão: quanto do caos de Trump é cálculo e quanto é pura compulsão?


00:00 - Introduction
01:55 - Why Wolff Announced Melania Countersuit Beside The American Flag
04:21 - Wolff's Legal Action Against Melania Is An Anti-Slapp Suit
07:25 - First Time In History First Lady Has Sued A Member Of The Press
10:20 - Trump White House Demolition An Unscrupulous NYC Real Estate Strategy
16:43 - What Wolff Will Seek From Melania And Donald During Legal Discovery
19:23 - How Will Melania And Donald Perform During Depositions?
20:21 - Ghislaine Maxwell's Deposition Will Be Crucial In Melania Trial
21:04 - Wolff To Share Jeffrey Epstein's Comments About Trump During Melania Trial
24:30 - Inside Trump's Head Live Event Nov. 5, Buy Tickets At MCNY.org
25:30 - Why Trump Calls Stephen Miller "Weird Stephen"
28:48 - Stephen Miller Driven My Maniacal Anti-Immigrant Ideology
30:57 - Trump Has Used Stephen Miller As Cudgel
32:35 - Stephen Miller Gets Pleasure From Violent ICE Raids
34:40 - Trump Attempting To Undo Large Progressive Cultural Movements
35:54 - Stephen Miller's Lack Of Opportunities After Jan. 6th
39:08 - Trump Is Confused By Stephen Miller
41:10 - Viewer Questions Asked And Answered

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Desejo-vos um feliz dia de domingo

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