O presidente da Carris e o Moedas não podem continuar. O que soubemos ontem no inquérito preliminar é gravíssimo. Um equipamento de transporte público que funciona há 140 anos, com todos os riscos que acarreta um período tão longo de funcionamento, e transporta centenas e centenas de milhares de pessoas por ano num percurso com inclinação de 17 por cento, não tem sistemas de travagem que atuem no caso de falha no cabo que suporta o equipamento e permite que este trave. É inconcebível! Como é possível que um equipamento cujas condições de segurança são tão precárias transporte pessoas?
O dirigente principal da empresa tem que se demitir porque não garantiu que a empresa cumprisse a sua missão principal que é assegurar o transporte dos utentes em segurança.
O Carlos Moedas também devia ir-se embora por indecente e má figura: não só porque a CML tutela a Carris mas também porque vai para a SIC fazer figura de poucochinho e consegue dizer que tudo funcionou bem, dizer que não pensa em eleições, e, enquanto isso, põe-se a dar bicadas na concorrente eleitoral, e continua apelando aos sentimentos mais primários das pessoas e quase chora para conquistar votos. E porque ao longo deste processo demonstrou que tem zero de capacidade de liderança. Uma triste figura.
Além disso, depois de andar a pregar contra a insegurança na cidade, mostrou que se esqueceu de um aspecto tão fundamental como garantir a segurança de quem usa veículos de transporte, ainda por cima talvez dos veículos mais usados na capital. Afinal o grande problema para a segurança de Lisboa não são os imigrantes mas a falta de condições dos elevadores turísticos da cidade.
Indecente e má figura do Carlos é também seguir a cartilha do Montenegro e, quando tudo está a correr a mal, vir dizer que se gastou mais dinheiro com o problema e que ninguém se demite porque "estão lá para resolver os problemas" que de fato agravaram. É uma cartilha que, de tão gasta, fede.
Eu sei que vivemos num País cujo governo atual mandou a ética às urtigas. O PM, com a Spinunviva às costas, diz no Governo o contrário do que dizia na oposição, consegue dizer sobre o mesmo assunto três coisas diferentes no mesmo dia (foi o que fez quando falou sobre o acesso à matriz das propriedades que possui), mente quando lhe convém,... O ministro das finanças é o rei das cativações que tanto criticava nos antecessores. A ministra da saúde mantém-se no cargo apesar das sucessivas tragédias que têm ocorrido, mostrando que pensa que não tem nada a ver com as desgraças da área pela qual é responsável...
Só falta mesmo que, depois do horrível acidente que ocorreu em Lisboa, ninguém assuma a responsabilidade pela inconcebível situação em que a empresa que transporta milhões de passageiros por ano colocou os seus utentes. Mesmo no estado a que as coisas chegaram parece impossível.
Nota: quem é que garante que os outros equipamentos da Carris são seguros e não põem em perigo os utentes?
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