sexta-feira, abril 18, 2025

Quando o fim do mundo chega cedo de mais

 

Hoje, quando vi no grupo de whatsapp uma mensagem em que uma amiga, ao lado do Nuno Guerreiro, ambos sorridentes, dizia que a fotografia tinha poucos dias, fiquei muito admirada. Ainda não tinha sabido da notícia. Fiquei triste.

E lembrei-me como, talvez há uns dois anos, andava eu a passear na cidade com a minha mãe, o vimos. Falámos da sua boa voz. A minha mãe disse que achava que ele era algarvio. Eu contrapus que achava que era setubalense ou que, pelo menos, vivia ou tinha vivido em Setúbal. Mas era indiferente. Falávamos por falar. Quando penso em momentos assim faz-me impressão. Lembro bem essa tarde. O sol estava dourada, a cidade estava florida. Passeávamos devagar. Parecia um dia tranquilo. E era. Não poderia adivinhar que tão pouco depois a vida da minha mãe teria chegado ao fim e a dele, tão mais novo e tão talentoso, hoje também já terminou.

Reajo assim, um bocado ilogicamente -- como se fosse suposto que uma pessoa tivesse estampado na testa o prazo de validade.

Sinto sempre uma certa perplexidade em torno destas coisas.

Fim do Mundo   --  Ala dos Namorados

1 comentário:

Anónimo disse...

Lamento tanto a perda do talentoso Nuno Guerreiro!