quinta-feira, janeiro 09, 2025

Compreender as coisas difíceis --- ou rirmo-nos delas...?

 

Devo dizer que uma das coisas que academicamente mais gostei de estudar foi a Física da Matéria, a Física Quântica, a Física das Partículas Elementares. Acontecia-me por vezes atingir aquele patamar de prazer em que tudo flui de uma forma orgânica, em que a matéria e a ausência dela, a ciência e a poesia, o que percebemos ser infinitamente pequeno e o que intuímos ser infinitamente grande se tocam, se interpenetram. Dito assim, pode parecer disparate ou impossível, pode parecer um daqueles absurdos em que nem dá para a gente se deter. Acredito que sim. Mas é a verdade, era o que sentia.

Numa altura em que não havia internet nem as Amazons desta vida, eu mandava vir livros de fora, da Universidade de Berkeley, por exemplo. Tudo o que lia era fascinante para mim.

Hoje já não acompanho estas matérias pois a minha vida profissional levou-me para outros universos. Mas são ainda temas que vejo como belíssimos, atraentes, mágicos.

Tenho contudo um apontamento que aqui quero deixar: que me lembre quer os meus professores de Física quer os dos meus filhos sempre foram um bocado esquisitos, alguns até meio amalucados. 

E tive um colega, bom amigo, com quem fiz inúmeras viagens de várias horas cada que tinha uma prima maluca. Mas maluca de ter que ser internada no Júlio ou de os vizinhos chamarem a polícia dado o banzé que ela fazia em casa, com vassouras a bater na parede para caçar bichos imaginários. Por diversas vezes ouvi os telefonemas entre eles. O telefone ia em alta voz e eu ia encolhida para não soltar um espirro ou uma gargalhada que denunciasse a minha presença no carro. E eram as conversas mais delirantes que se possa imaginar. Professora de Física.

O que hoje aqui trago tem um pouco a ver com isso. Ou não.

Philomena Cunk é das personagens que mais me agrada na actualidade. Tem aquele toque de surrealismo, de humor, de destempero que me agrada por demais. Diane Morgan consegue, quando encarna a desconcertante Phiomena Cunk, dizer as coisas mais inesperadas, mais malucas, mais hilariantes. E sem se desmanchar. Claro que aqueles que ela entrevista ficam, frequentemente, de cara ao lado, sem saberem minimamente como reagir. Outras vezes riem-se. 

Acho delicioso. 

Philomena Cunk encontra-se com o Físico Teórico Professor Jim Al-Khalili 
| Cunk on Life - BBC

Pioneering documentary-maker Philomena Cunk (Diane Morgan) returns with her most ambitious quest to date; venturing right up the universe and everything, to find the definitive answer to the ultimate question – the meaning of life.

1 comentário:

Unknown disse...

Ela é mesmo maluca. Ou pelo uma maluca convincente. Adoro as ciências físicas.
LS