quarta-feira, dezembro 04, 2024

Quando o analógico volta a ser fashion

 

Como as minhas diversas máquinas fotográficas se encontram danificadas (crianças, cães, areia da praia, etc), agora não tenho nenhuma funcional. Por isso, quando quero fotografar uso o telemóvel. 

Nestas coisas de quererem saber o que eu gostava de ter pelo Natal e dizendo eu que não tenho qualquer ideia (a não ser que gostava que não me oferecessem coisas caras ou de que não precise), ocorreu-me que talvez o meu marido pudesse oferecer-me uma máquina fotográfica. 

Na minha ingenuidade, pensei que, com tanto avanço tecnológico, já houvesse alguma coisa razoável a baixo custo. Fomos a duas lojas e parece que as compactas básicas desapareceram. Ou há as mirrorless caríssimas ou há instantâneas ou analógicas. As instantâneas está bom de ver que são aquelas que imprimem logo a fotografia. Não dá para quem gosta de tirar muitas, quem quer guardá-las ou distribuí-las pelos outros. Ficam as analógicas que agora há todas fashion. Pensei: não podem ser as de rolo, de antigamente. O meu marido disse que devia ser. Não acreditei. O tempo não volta para trás. Fui perguntar. É mesmo. Máquinas de rolo, à antiga. Aparentemente são o último grito da moda. 

Desisti.

Perguntei pelas compactas, normais. Em todo o lado disseram-me que já praticamente não há. Falaram-me como se fosse coisa obsoleta.

Desisti.

Há coisas que não se percebem.

Portanto, vou continuar a tirar fotografias com o telemóvel. 

10 comentários:

Diogo Almeida disse...

As mirrorless valem muito a pena e não são aquela extravagância, pelo menos os modelos de entrada ou intermédios. Que fazem o trabalho muito melhor do que o telemóvel. Ou pelo menos que a maioria deles.

Comprei uma Sony da série alpha na black friday com um desconto precioso. Super-feliz. É versátil, criativa, acutilante. Experimente. E se não quer gastar muito, encontra facilmente nos usados a excelente preço, com pouco uso, muitas vezes. Uma alpha 6xxx.

https://500px.com/p/atafiop?view=photos

Fotos, com a nova e com outras, que eu nisto de máquinas ando sempre a trocar.

Um Jeito Manso disse...

Para cima de 1000€... Depois será preciso comprar uma objectiva... Fica caro. Além disso, enquanto houver crianças por perto a querer experimentar, a deixar cair, etc, não quero voltar a arriscar.

Já vi as suas fotografias. Excelentíssimas, claro, como sempre. Veem-se e adivinha-se o prazer de quem captou as imagens.

Diogo Almeida disse...

Bem, não sei que lojas frequenta a UJM, mas estão de facto carotas. Nas minhas, compro uma mirrorless Canon já com lente por 550 euros. E se for aos usados, consigo por cerca de 300, Canon, Sony... é só escolher.

Uma dica: se quer uma boa compacta, não há melhor do que a Sony rx100. Nos usados, a 1.0, arranja-a ao preço da chuva neste momento.

Obrigado pelas palavras. It means a lot.

Um Jeito Manso disse...

Olá Diogo. As lojas a que costumo ir são a Worten, a FNAC ou a Box. E costumo ver novas. Faz-me impressão comprar usadas, receio que estejam desgastadas, que se estraguem, que seja um 'barrete', etc.

Quando o Diogo diz 'a 1.0', isso é o quê? E onde é que (se) compram máquinas usadas? No OLX?

E uma pergunta: fotografa just for the fun of it ou trabalha na área? E participa em concursos ou exibe-as para além do que divulga no blog? Ou é mesmo apenas o prazer de captar o momento?

Eu, durante algum tempo, tive um blog de fotografia de rua. Adorava. Adorava fotografar pessoas que não sabiam que estavam a ser fotografadas. Mas tinha receio de estar a violar alguma lei, tinha medo que alguém se visse e me acusasse de ter violado a sua privacidade. Nunca consegui perceber até onde é que se pode ir. Como nisso sou um bocado medrosa e não quero aborrecer ninguém ou arranjar problemas, desisti. Mas sinto saudades de andar 'à caça' do momento perfeito.

Diogo Almeida disse...

Ah!, até estava a ver... sim, na Worten, a Canon R100 com lente de kit custa 550 euros. Comprar usado... já comprei e saí-me bem. Claro que não é só chegar e comprar. É perguntar pelo uso que teve, quantos clicks fez a máquina... o dado antiguidade também pode ajudar. Comprar o mais «nova» possível. Encontram-se bons negócios.

Sim, eu uso preferencialmente o OLX nas minhas compras de segunda mão. Para máquinas fotográficas, é marcar encontro com o vendedor e analisar o verdadeiro estado do objecto. A 1.0 é a primeira da série dessas compactas. Esta: https://www.photographyblog.com/reviews/sony_cybershot_dsc_rx100_review
Claro, é uma câmera lançada em 2012, mas continua a ser uma excelente escolha. Ao contrário da informática, o mundo da fotografia evolui lento. Há aparelhos com décadas muito melhores que coisas que se lançam hoje.

Just for the fun. Eu sou muito discreto. Não participo em nada além da partilha altruísta online.

Hum. Sim, estou a ver. A fotografia é um mundo fascinante. O que é uma boa foto, o que não é; a teoria que há por trás de cada disparo, a teoria que já se produziu e continua a produzir, a que a UJM não deve ser alheia. Há excelente fotografia/fotógrafos nessa área do urbano. A mim, é mais pelo avant-garde fora, que modelos humanos cansam-me. E não gosto de ir ao encontro de fotografias dadas, feitas no olho. Gosto de explorar um bocado na pós-produção.

:)

Um Jeito Manso disse...

Não me convenço... Ir falar com um desconhecido...? E se ele me disser que só usou a máquina 4 vezes como é que eu sei se é verdade ou se usou 4.000? Mas vou averiguar.

Quanto à fotografia já vi que o Diogo se interessa mais pela estética, pelo design da própria composição. Há qualquer coisa de experimentalismo, de aventura, nas suas fotografias. Poderiam ser pinturas. Eu também me sinto atraída pela abstração. Mas em mim há qualquer coisa de contraditório: o que eu faço não corresponde às minhas predilecções. Gosto muito de composições abstractas a nível de fotografia mas, quando as faço, o que mais me motiva é 'apanhar' pessoas à má fila, observá-las, captar as suas expressões.

Seja como for, o que é bom é a gente fazer aquilo de que gosta, não é?

Abraço, Diogo.

VXYZ disse...

Permita-me uma resposta, como se a UJM, fosse (ou não fosse) uma menina prendada. A sua ingenuidade, o carisma divertido e a sua propensão experimentalista , espicaçam os meus neurónios, com uma dúvida de fundo -não sei se as três letras são realistas ou simples navegantes de um mundo mais complexo. O tio António considerava as máquinas fotográficas como artigo de luxo, e eram taxadas com 40% adicional (or so).Agulhei ,pudera, por textos escritos. Autor de referência: Michael Langford (vários) e Digital Photography de TOM ANG. Aos matemáticos o software da edição de fotos com Álgebra de Matrizes (quem diria!) e aos físicos duro trabalho para a construção do sensor e LCD. Cada máquina, cada modelo maximiza objectivo pretendido. Como também é experimentalista , uso uma margarida pequena(CanonSX740HS) e uma outra para registar passarinhos enamorados mas distantes. Vou reabilitar a velha analógica Asahi Pentax (ME super), por influência alheia recente e antigo desejo. E, ora, ora...para gente prendada, fluxo de cobres não é questão séria e todo o matemático (ou afim)n que se preze, "banca", como sói dizer-se! E não estámos na sombra de um governo, com início em Abril, que prometeu o Paraíso das Delícias Terrestres neste mundo complexo! Voilá, ou como se pode explicar a simples gambozinos a mudança de cor dos trajes das bailarinas dançantes? Ou admitir (La Croix 04.12.2024) que o Bolero de Ravel quer expressar em primazia os movimentos da bailarina (Mecânica), sendo a música uma outra faceta?

Um Jeito Manso disse...

Sou uma menina prendada, claro que sou. E as letras são sempre realistas. Se está a referir-se a UJM, realidade maior não pode haver (Um Jeito Manso c'est moi).
Na fotografia sou, como em quase tudo na vida, uma total amadora. Quase tudo o que faço é por amor. Evito a técnica (pelo menos, faço de conta que sim). Fiz certamente muitos e muitos milhares de fotografias mas sempre me recusei a ler livros técnicos sobre fotografia. Não tenho pachorra. Quero-me imperfeita, inocente, capaz de errar. Em contrapartida, tenho montes de livros de fotografia mas com fotografias, com arte. Por exemplo, Robert Mapplethorpe, Annie Leibovitz e tantos outros.
E também tive uma Asahi Pentax... Ainda para aqui deve estar, já sem funcionar. Tenho esperança de descobrir nalgum saldo milagroso alguma digital, compacta, boa, por 100 e tal euros. Não quero gastar muito dinheiro enquanto não estiver segura que os miúdos, à socapa, não pegam nela e andam, por onde querem, a fazer das deles...?
E, por falar em andar aos gambozinos, fui ver onde é a Angueira e até no Maps me vi grega. Nunca tinha ouvido falar mas parece ser um paraíso.
E agora uma confissão: de tudo o que era ciências, aquilo com que nunca atinei foi com geologia, mineralogia... Não sei se tive maus professores ou se são os meus santos que não cruzam com os que regem a ciência das pedras. E, no entanto, adoro os rochedos, as pedras sob o efeito da erosão, tudo.
E uma noite descansada!

Um Jeito Manso disse...

O ponto de interrogação para ali num parágrafo apareceu por conta própria. Por mim, não o que está ali a fazer.

Um Jeito Manso disse...

Já estou meio a dormir. Ainda por cima, estou a escrever e a ver televisão ao mesmo tempo. Agora faltou o verbo (Não sei o que estáali a fazer). Caraças. Que desatino...