Era óbvio, mais do que óbvio, que os números apresentados pelo stand up comedy, Fernando Alexandre, eram falsos. Não havia maneira de serem reais. Só por magia. Mas a magia está reservada a outro tipo de matérias, não a assuntos objectivos, concretos, mensuráveis.
Claro que qualquer pessoa com dois dedos de testa perceberia que não era possível que tivesse sido operado tamanho milagre. O PS veio logo desmontar a farsa e, pela explicação, logo ficou claro que a barracada que estava ali armada era inequívoca.
Pois, por muito óbvio que fosse que tudo aquilo era não apenas uma aldrabice como também bacorada da grossa, logo a carneirada cor-de-laranja veio jurar a pés juntos que os números do Governo estavam certos. Em coro, baliram loas ao Governo e, com os seus hábitos trauliteiros, atiraram à bruta sobre quem os desmentia.
Ainda me lembro quando aqui em casa o meu marido fez zapping a toda a força quando a Maria João Avillez, naquele seu insólito papel de arauto do Governo, veio dizer que tínhamos que acreditar nos 'números oficiais' do Governo. E disse aquilo como se fosse uma virgem inocente e não alguém com idade para ter o rabo mais do que pelado, como se não soubesse que os números não mentem... excepto se andarem às cambalhotas com eles e se quem os analisa for ignorante a ponto de não perceber que as estatísticas e os rácios foram martelados ou estão de pernas para o ar.
E no meio disto, aponto também o dedo ao Expresso. O Expresso já devia estar mais do que escaldado. O João Vieira Pereira não disse que o Governo não voltava a enganá-lo? Pois... é todos os dias... Se não me engano foi justamente o Expresso que anunciou o falso milagre em altas parangonas... A credibilidade do Expresso vai-se esfumando de cada vez que os seus jornalistas são apanhados de calças na mão, a fazerem fretes ao Governo AD.
No meio disto, menos mal que o ministro veio assumir que não atina com os números e já não faz ideia de nada. Ah pois é bebé... Mas, pelo menos, veio a público assumir. Mas o facto de ter acreditado naquele milagre e de ter vindo a público anunciá-lo faz-me duvidar muito da sua inteligência, da sua perspicácia, da sua agilidade mental.
Volto a dizer: não deve ser ministro ou secretário de estado quem quer mas quem tem competência para o ser. E, neste Governo, ainda não sou capaz de dizer se há algum competente no que anda a fazer. Em, contrapartida, incompetentes são à mão cheia, uma concentração de incompetência como não há memória.
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