quinta-feira, setembro 19, 2024

Marcelo aprecia o estilo Rambo de Espinho de Montenegro?
Não percebe que estamos entregues à ramboiada?

-- A palavra ao meu marido --

 

Temos um governo que, como disse o Marques Mendes 'até agora só passou cheques e baixou impostos' (obviamente que estava a incluir a baixa de impostos decidida pelo PS), um primeiro-ministro  que julga que é o Rambo e um PR que é o pior dos últimos cinquenta anos como afirmou o José Miguel Júdice. 

De facto, não parece haver razões para optimismos. Os que votaram AD acreditando no que o Montenegro disse na campanha eleitoral -- e rapidamente se percebeu que existe uma enorme diferença entre o que ele disse em campanha e o que (des)disse quando chegou ao governo -- não devem estar satisfeitos. 

Este Verão, nas áreas em que a comunicação social e a AD mais criticaram o governo do PS e fizeram crer que tudo se resolveria com a mudança do governo, a situação piorou. 

  • Na Saúde, a ministra, incapaz de assumir qualquer responsabilidade e originando conflitos desnecessários, criou o caos. Fecharam muito mais  urgências e, no caso da pediatria e da obstetrícia, a situação tem sido desastrosa. 
  • Na área da Justiça assistimos estupefactos à fuga,  em pleno dia, de cinco presos usando escadas e lençóis, pasmámos com a demora com que a informação foi transmitida às forças de segurança e quase arrancamos os cabelos quando nos informaram que o mandado de captura foi emitido oitenta e três horas depois da fuga. A ministra apareceu passadas alguns dias culpando os serviços, falando em inquéritos mas não se pode dizer que, para variar, tenha assumido qualquer responsabilidade politica. O costume. 
  • Na Educação, o regresso às aulas foi o que se viu. Dezenas de milhares de alunos sem professores e o PR a dizer que não percebia qual a razão de concurso extraordinário (?) ainda não ter sido lançado. Há um ano o Montenegro dizia que, para não haver problemas com o 'início das aulas', bastava mudar de governo. 

Montenegro foi para primeiro-ministro e os problemas aumentaram. 

Com a coerência que lhe é reconhecida, agora afirma que para resolver os problemas com a falta de professores é preciso uma legislatura. De novo, o costume. 

Após várias anos em que felizmente a situação com os incêndios foi menos gravosa, nos últimos dias o País passou por situações terríveis. E faço notar que estranhei não ter havido uma presença da MAI nos media nem que fosse apenas para termos a certeza que existe e que não serve só para passar cheques aos policias, e isto independentemente de haver um conjunto de causas que também contribuem para a situação, nomeadamente atividades criminosas,  desleixo das pessoas ou condições climáticas,

No meio da incapacidade dos diversos ministros, temos um PM/ Rambo que se faz fotografar em botes de borracha (uma atuação absolutamente inqualificável) e que refere, passando um atestado de incompetência aos serviços, que foi ele que, num acesso à autoestrada quando viu o fogo, mandou cortar estradas e contactou as autoridades locais (só alguém que não tem nenhuma noção de como se actua nestas situações pode ter proferido estas afirmações) e que, de punho cerrado, ameaça perseguir os criminosos que ateiam fogos qual justiceiro desrespeitador da lei. 

Até o André Ventura fez comentários menos tendentes a originarem atitudes irrefletidas por parte da população. Com este discurso do PM corre-se o risco da população tentar fazer justiça pelas próprias mãos. Tomara que uma notícia que li agora de que um grupo de 20 populares perseguiu e ameaçou de morte uma mulher, incendiando-lhe a casa, não seja já fruto disso.

No intervalo, o PM vai desdizendo tudo o que disse quando era candidato a presidente do PSD sobre a aprovação do orçamento. Nessa altura referiu que jamais aprovaria um orçamento do PS. Agora pede ao PS que aprove o orçamento e que não faça o País cair numa crise política, embora, dia sim, dia sim provoque o PS e tente humilhar a oposição. O PM é capaz de afirmar com a mesma convicção uma coisa e o seu contrário (foi assim com a baixa de impostos, com a resolução dos problemas do SNS em sessenta dias e com o início do ano escolar sem problemas). Para além desta incoerência ainda é capaz de utilizar situações dramáticas para fazer política, o que deveria ser motivo de penalização por parte dos portugueses. Não tem perfil para PM.

E o PR, tão contundente para com o Governo de António Costa nos incêndios de 2017, o qual, segundo os especialistas, ocorreram em situações mais gravosas que as actuais, agora, quando a situação também não correu bem, só sabe apoiar o governo e nem consegue proferir qualquer critica. Ainda bem que está quase a chegar som fim do mandato.

Não se pode esperar nada de bom destes protagonistas. 


PS 1 -- Por curiosidade, recomendo que se veja o CV do Secretário de Estado da Protecção Civil (advogado, presidente da distrital de Setúbal do PSD, com experiência num cargo qualquer do Vitória de Setúbal, num Centro de Emprego durante um Governo PSD, deputado, vereador em Palmela, etc). Ou seja, do que se vê, conhecimentos de Protecção Civil: zero.

PS: Uma coisa me espanta: não ter visto o Montenegro na Ponte 25 de Abril a chefiar os agentes policiais que detiveram os assaltantes da ourivesaria de Fátima.

1 comentário:

Corvo Negro disse...

Olá UJM.
O meu aplauso para o texto do marido. 5 estrelas.
Boa continuação