quarta-feira, outubro 25, 2023

Mosab Hassan Yousef, filho do fundador do Hamas, depois um dos principais agentes secretos ao serviço de Israel, diz o que pensa (e sabe) sobre o que está a passar-se
[E Yuval Noah Harari reflecte sobre a situação]

--- E a palavra ao grande Eugénio Lisboa ---

 

Nestas guerras sangrentas, somos todos vítimas. 

Mas as vítimas não são todas iguais.

Umas morrem, outras são violadas, estropiadas, roubadas, agredidas, humilhadas, ameaçadas, forçadas a ver o horror.

E depois há as que estão a ver de longe -- nós.  

Estamos no bem bom das nossas casas, perto dos nossos, livres de perigo. Somos vítimas mas vítimas numa escala que, de forma alguma, se pode comparar com as que sofrem com o corpo e com a alma a dor e o medo das guerras sangrentas. Somos, isso sim, vítimas da verdade, vítimas de manipulação a que diariamente estamos sujeitos. 

Perde-se a perspectiva histórica, opina-se sem se conhecer a total verdade dos factos, fala-se do que não se sabe. O pó que nos entra em casa através das televisões não cobre apenas os corpos ensanguentados: cobre também a verdade que nunca conseguimos, realmente, ver.

Como sou ignorante, tenho dificuldade em dissertar sobre tema tão complexo. Mas tento adquirir informação para conseguir navegar neste mar encapelado e com tão fraca visibilidade.

Nos dois vídeos abaixo, pode pôr-se legendagem automática para português (mas, se o fizerem, não se espantem com gralhas que são de gargalhada...).

Hamas leader's son who became a spy explains what Hamas really wants

Mosab Hassan Yousef, the son of Hamas' founder who later became one of Israel's top informants, speaks with CNN's Jake Tapper about Israel's war on the terror group and the situation in Gaza


Yuval Noah Harari & Rosemary Barton - Israel's war with Hamas


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Recomendo a visita e a leitura de um texto do Grande Eugénio Lisboa no qual me revejo em absoluto: 

Começo, para não haver dúvidas sobre aquilo a que venho, por dizer que condeno com a maior veemência, o comportamento arrogante, brutal e invasivo que Israel tem demonstrado, ao longo dos anos, para com os palestinianos da faixa de Gaza. Mesmo tendo em conta que Israel passou por períodos altamente perigosos, no começo da sua formação, quando foi atacado por todos ou quase todos os Estados árabes da redondeza, o que lhe terá criado um complexo de “excesso de resposta”, este excesso tem ultrapassado todas as linhas vermelhas de uma desejada proporcionalidade. 
(...)
O fanatismo só pode levar à destruição e faz pena ver uma certa esquerda a pôr-se embevecidamente ao lado de fanáticos religiosos, que os devorarão, assim que tiverem oportunidade. Por detrás destes está um país infernal, tirânico, retrógrado e misógino, que a esquerda – uma certa – não gosta de atacar, porque financia os delírios revolucionários de grupelhos mais ou menos genocidas. Dizia o grande Umberto Eco que “as pessoas nunca são tão completamente e entusiasticamente más, como quando agem em nome das suas convicções religiosas.” Ficam aqui estes avisos destinados àqueles que se referem sempre à triste tragédia do povo palestiniano, esquecendo-se de mencionar o HAMAS, como um dos encenadores dessa tragédia. Com Israel, sim. Juntos.

Peço que o visitem e leiam o texto na íntegra

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Desejo-vos uma boa quarta-feira

Saúde. Boa sorte. Paz.

3 comentários:

Paula disse...

Não compreendo as escolhas no dia em que o Secretário Geral da ONU teve a atitude decente até agora não ousada por nenhum lider deste ocidente. Sim, lamentavelmente , neste mundo livre, constata-se ser uma ousadia - com elevado preço económico - caro - publicitar o que se pensa da politica do estado de Israel e nas consequências da mesma. Seriamos todos vitimas, caso não fosse aviltantemente desmesurado comparar esse condicionamento às agruras e humilhações infligidas há decadas a um povo.

ccastanho disse...


Guterres teve uma das melhores intervenções politicas da sua história enquanto figura publica de enormes responsabilidades. Guterres está a ser vitima do fanatismo.

O fanatismo religioso digladia-se entre israelitas e palestinianos. Sim, porque independentemente de pertencerem ou não, a milícias militares ou para militares, nenhum deles aceita o outro, na razão de existência enquanto país. Os dois se odeiam visceralmente, e os dois são culpados nos crimes praticados a ambos os povos.

Não ataco nem defendo nenhum a favor de outro. A luta é religiosa, mais que tudo, sempre o foi, desde a sua existência, é só ler um bocado de historia. Israel está a fazer aos Palestinianos o que estes (palestinianos), fariam a Israel, se tivessem o mesmo poder e apoio do mundo ocidental com eles como Israel tem. Mas a verdade, é que são os palestinianos, que não têm um estado com autonomia própria, e quando o tiveram, ou esboçaram ter pelo menos no papel, o fanatismo do Amás apareceu a controlar com mão de ferro. Os dois se odeiam até á morte.

Declaração de interesses: Jamais vivia num país judeu, ou muçulmano, com as regras sociais de cada um. Jamais. Nada tenho a ver com tais culturas e sobretudo religiões. Sou graças a Deus, Ateu.

ccastanho disse...

emenda:Hamas