sábado, janeiro 28, 2023

Uma inesperada capa em rosa chique, uns saudosos pastéis de massa tenra, palcos para todos os gostos e, para se ver o que é bom, a casa de um mafioso viciado em sexo (salvo seja, claro)

 


O dia não foi fácil, cheio de imprevistos e stresses. Mas, a bem da verdade, o que tenho a dizer é que se lixem as dificuldades quando o desfecho é feliz. 

A saber: apesar de já noitar, andando ali para as bandas da Avenida da Igreja da boa memória, ei-la feliz da vida a flausinar pelas montras, a velha graça de espreitar as oportunidades e os bons preços e, esquecida do seu firme propósito de que mais roupa jamais (leia-se: jamé), a entrar numa loja, a adrenalina já a embalar-lhe as intenções, e, depois, toda cheia de boas emoções... a ir provar uma bela capa em rosa glamour...  Ao ver-se ao espelho, a pecadora, nem quis cá saber de misérias: gostou de se ver e isso bastou. Pecou que deu gosto.

Ah, que ninguém duvide: mulher que tem um gostinho por coquetterie jamais (jamé) se recupera. 

Depois, não lhe bastando ser vaidosa, recaiu numa outra perdição: pastéis de massa tenra, eterna saudade, eterna rendição. E se bem o pensou melhor o decidiu. E aí vai ela, pernas para que te quero, a caminho da Frutalmeidas. 

Ali chegada, ah cheirinho bom, aguinha na boca mais promissora, jantarinho mais belo em perspectiva.

[Reparem: dissociei-me de mim e estou a falar na terceira pessoa. E isto porque amanhã, quando me passar a alegria do retrocesso, voltarei a mim e baterei no peito a jurar que vaidosices e gulodices jamé.]

Chegada a casa, já nada cedo, resolvi que bom bom era um arrozinho de legumes (coisa simples: cebola, feijão verde, talo de brócolos, cenoura, tomate e salsa). Foi servido, fumegante, com os gostosinhos pastéis de massa tenra aquecidos e salada de alface. Ah, souberam-me pela vida. 

E, se querem que vos diga, tudo o que me maçou durante o dia já se evaporou porque já estamos no fim de semana e porque para a semana logo se pensa em coisas maçadoras.

No meio disto só tenho pena de estar tanto frio. Senão, amanhã vestiria calças brancas, blusinha de malha rosa com a capa nova por cima. Nem sei é se não terei mesmo que cortar um bocado o cabelo e pô-lo, à frente, com uma madeixa cor de rosa para toda eu ficar pink fashion. Assim, com tanto frio, tenho que pôr o glamour em stand buy.

Sobre o tema dos malfadados palcos papais que tilintam moedas (pun intended) e demais desvarios o que tenho a dizer é que se é para estar a funcionar no início de Agosto e requer construção de espaços e envolventes, nomeadamente acessibilidades e demais infraestruturas de apoio, diria eu que já devia estar a caminho de estar tudo pronto para passar à fase da instalação de equipamentos, testes de bom funcionamento, inspecções técnicas, procedimentos de segurança e etc. 

Portanto, tal como ontem referi, não consigo perceber nada do que se está a passar. Não apenas não percebo quem é o dono da obra, figura crucial neste tipo de projectos, como também não consigo perceber como é que nesta fase ainda se estão a discutir conceitos, projectos, orçamentos, etc. Claro que, na brincadeira, dá vontade de dizer que, com tanta omni-intervenção e tanta omni-boca, o dono da obra, a partir daqui, só pode ser o omni-Marcelo. Mas, num projecto globalmente orçado em 80 milhões e com a repercussão internacional e a responsabilidade que representa, não se deveria brincar com coisas sérias.

Para não ser uma monumental barracada e não se transformar na gargalhada geral, é bom que atinem e se organizem. Senão, daqui por um bocado está aí o Papa e mais os magotes e magotes de devotos e ainda o Moedas por aí anda feito betinho sonso apanhado em falso e a fingir que é valentão, o Marcelo a atirar tiros à esquerda e à direita, o Auxiliar Américo a fazer de conta que a bem dizer não é nada muito com ele e os comentadores já sem saberem o que mais dizer. E ainda o Papa tem que ficar em cima de um atrelado e a malta estendida pelo chão, numa de Zambujeira peace ando love. Ámen.

Tirando isso, não tenho mais a dizer a não ser que amanhã tenho que me levantar cedo e, para encarar isso na desportiva, tenho que ter uma certa dose de optimismo. 

E, para não sair daqui directinha para a cama (que o sono já está a fazer-me trocar os dedos) sem dar um arzinho da minha graça, partilho um vídeo com uma casa extraordinária. Não é coisa que eu esperasse dele, não. Visualizo-o nos Sopranos e agora no White Lotus, todo ele quase low profile mas com muito carisma e sensualidade mal contida. E agora uma casa assim... incrível, fantástica, coisa do além.

Na casa cheia de história de Michael Imperioli em New York 
| Open Door | Architectural Digest

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'Olhai o mundo' é da autoria de Alfredo Luz. Vanessa Wagner interpreta Before 6 de Ezio Bosso

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Um bom sábado

Saúde. Gostinhos bons. Paz.

2 comentários:

ccastanho disse...

Caríssima, UJM

Para esse stresse, esta receita pode ajudar,
Um bom fim de semana.

https://www.youtube.com/watch?v=xmbh4gTJ4Ag


Um Jeito Manso disse...

Ccastanho

Que coisa impressionante! Imagino o que seja assistir a um momento assim, ao vivo! A emoção deve ser bem palpável. Extraordinário. Um coro a 2000 vozes... incrível.

Gostei. Muito obrigada!