sábado, dezembro 17, 2022

Uma sexta-feira com pouco de friday

 


Chegar a uma sexta-feira e ter que madrugar é uma coisa pouco simpática. Diria mesmo: pouco civilizada.

Se há coisa que almejo é poder acordar às horas que acordar, não ter que me levantar cedo e andar em contra-relógio,  cronometrar o que faço, a contar os minutos, a ter que me aperaltar à hora em que deveria estar a entrar no segundo sono. E tudo à justa. Engolir o pequeno almoço à pressa, lavar os dentes, mal ter tempo para olhar para o espelho e... mal dou por mim já estou sentada e pronta para a primeira reunião do dia.

E, aí chegada, eis que, estando já todos, constatamos que todos menos o 'artista convidado'. Passa um minuto e nada. Passam dois minutos e nada. Fico impaciente. Alguém contacta o retardatário. Entra pouco depois, que não tinha reparado nas horas. Não consigo dizer que não faz mal. Faz. Cada vez estou menos tolerante a atrasos. Frequentemente começo as reuniões antes de estarem todos. Quem não está, estivesse. Não suporto que alguém disponha do tempo dos outros, forçando-os à inactividade indesejada. Quando chegam, está a reunião em andamento. Geralmente não voltam a atrasar-se.

Outra coisa que também me custa cada vez mais são as pessoas que falam pelos cotovelos e que, quando se apanham com direito de antena, o usam e abusam sem respeito pela paciência dos outros. Para dizer uma coisa que se diz em menos de um minuto, dão voltas e voltas ao bilhar grande e a gente tem que aguentar ´para perceber a que propósito vem tudo aquilo e até que resolvam chutar à baliza. E, então, acontece-me interromper, dizer que já percebi e que digam onde querem chegar. Outras vezes faço ainda pior: interrompo e digo eu, em três tempos, o que o outro para ali anda a rabear. 

Penso que, quem é interrompido, deve achar que sou mal educada. Se calhar, sou. 

Mas, sinceramente, que se lixe: também eu acho que são mal educados os que, sem respeito, abusam da paciência dos outros. Mas, enfim, esforço-me por me controlar. A verdade é que reuniões que poderiam duram meia hora acabam por demorar três e quatro horas.

À hora de almoço fui para junto da natureza. 

Desesperada por não ter que aturar gente faladora, procurei a companhia das árvores, dos pássaros, da aragem. 

Sol de pouca dura.

Uma sucessão de telefonemas e de maçadas forçaram-me a almoçar já passava das três. E à primeira garfada na boca chegou uma chamada pela qual esperava com uma certa expectativa.

Por isso, acabei de almoçar tarde e as restantes horas foram igualmente preenchidas. E, com isto, já ia a chegar a casa da minha mãe quando me lembrei que me tinha esquecido de uma chamada crítica na qual era suposto tratar de um assunto que me preocupava há tempo. Como foi possível? Como fui esquecer-me? Fiquei a pensar: desinteresse, cansaço? Alguma vez, antes, eu ia esquecer-me de fazer uma chamada daquelas...?

Depois, já em casa da minha mãe, e ainda estava com chamadas. Uma sexta-feira com muito pouco de happy friday. Um saco.

Sorte que, vinda de lá, tarde e más horas, fomos passear para a beira da praia. Noite. Quase sem vivalma. Frio, o ar húmido. Gosto do ar assim. O frio percorre-me e eu sinto que é uma injecção de saúde. Acelerei. Apetecia-me andar depressa. O mar imenso, majestoso, um som quase discreto. O cão feliz da vida, a correr, a andar apressadamente, o rabinho a dar a dar, a farejar as pedras, a aspirar a maresia.

Voltámos para casa tarde, o pobre do cão já deserto por dormir sossegado. Dorme agora, enroscado. E eu vou fazer o mesmo.

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Mas, antes, deixem que partilhe convosco um belo, belíssimo, jardim e, a seguir, um loft, estúdio de artista

Visitando os jardins murados isolados em Petworth House 

The World of Interiors apresenta o Livro de Visitantes com Caroline Egremont na Petworth House. Como atual guardiã da Petworth House, Caroline recebe-nos nos jardins privados murados, localizados na paróquia de Petworth, West Sussex.

À medida que percorremos a paisagem pitoresca, desenvolvemos uma compreensão de como e por que Caroline guiou o fluxo dentro do espaço por meio do uso de pérgulas e passagens habilmente definidas: “Existem três arcos alinhados, ao longo do jardim de seis acres. E a razão para os arcos estarem alinhados é porque os cavalos e as carruagens costumavam descer para pegar os produtos da horta para levar para casa. 


Esta casa é o sonho de todo o artista - ele mora num loft industrial tipo armazém gigante
Ele sonhava desde criança em morar num loft todo aberto, estilo industrial, armazém com pé direito alto, espaços amplos. Morar e trabalhar no mesmo lugar...

O artista plástico Sandro Akel recebeu-nos na sua casa incrível para mostrar o estilo de vida descomplicado e muito inspirador!
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As fotografias são algumas das belíssimas que fazem parte da série 50 Times People Snapped A Picture And It Turned Out To Be An ‘Accidental Renaissance’ e vêm na companhia de Iestyn Davies que interpreta Handel: Saul, HWV 53, Act I: "Oh Lord, Whose Mercies Numberless"

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Desejo-vos um bom sábado
Saúde. Boa onda. Paz

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