Os mesmos que não conseguem condenar Putin pela absurda e injustificável matança e destruição levada a cabo na Ucrânia ou pelo seu inqualificável atentado contra o direito internacional e pelos seus incontáveis crimes de guerra são os mesmos que agora se insurgem por o voto popular ter premiado a canção ucraniana no festival da Eurovisão.
Há sempre alguns que se acham mais inteligentes que o resto do mundo e que sabem o que mais ninguém sabe: que a Covid é uma invenção, que as vacinas são uma golpada da indústria farmacêutica, que a Ucrânia é que fez tudo para ser invadida e destruída, que a chacina de uma dimensão inimaginável que jornalistas de todo o mundo aí testemunham em tempo real não passa de uma farsa, que o Elvis está vivo e, claro, que a terra é plana. A estas pérolas, juntam agora o pitéu conspirativo do momento: que isto da vitória ucraniana na eurovisão foi uma golpada. Não lhes interessa que tenha sido usado o mesmo método de apuramento já testado e sempre auditado em emissões anteriores. Não senhor, agora é mais estava bola que têm para tirar do saco.
Pois eu não me canso de me admirar com a coragem ucraniana. Os jovens vencedores, depois de terem ganho o troféu, foram entretanto para o terreno minado em que o combate se faz com outras armas. Abraçados às mulheres em lágrimas, com os filhos ao colo, emocionados, lá foram eles depois da despedida.
Ei-los a explicarem o que significa a canção Stefania.
A mãe do vocalista vê, assim, o seu nome tornar-se a bandeira de um novo hino de resistência.
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