A noite do bebé foi boa. Ficou tranquilamente na sua casota. O colchão é ligeiramente almofadado e de um tecido macio e quentinho que parece de flanela. Mesmo assim receei que tivesse frio e pus uma toalha turca. Acho que ficou aconchegadinho. E o lugar em que ficou é abrigado. Mas as noites estão frias. A minha mãe diz que vai fazer-lhe uma mantinha de lã.
De manhã ainda dormia. Depois andou atrás do meu marido pelo jardim, como se o conhecesse desde sempre. Tal como acontecia com a nossa cadelinha boxer, também este parece que vai estabelecer uma relação com o meu marido diferente da que estabelece comigo. Com ele, segue-o e já obedece à chamada. Comigo, dá freneticamente ao rabinho, salta e dá latidos de desafio, quer brincadeira.
Não temos daquelas caixas em que acho que se transportam os animais no carro.
Com a nossa boxer não havia cá coisas. Geralmente ia no banco de trás, entre os 'manos', na mariquice ou na brincadeira com eles. Quando vínhamos do campo, como comia de tudo o que apanhava, incluindo erva, dava puns horríveis. Tínhamos que vir de janela aberta. Toda a gente se zangava, lhe dizia que pusesse uma rolha, e acabava por ser uma risota. Quando ia só connosco, abríamos a cobertura do porta bagagens e ia lá atrás. Era carrinha e, portanto, ia ali à larga.
Tenho ideia que isso agora já não é permitido. Como este ainda é bebé, não dá para lhe pôr aquela coisa que vi na loja para prender ao cinto de segurança. Por isso, para ir ao veterinário, voltámos a pô-lo no caixote de cartão, no banco de trás. Mas não gosta.
Quando fomos buscar a minha mãe, punha-se de pé virado para mim. Vou também no banco de trás para verificar que vai bem. Com as curvas, lombas ou abrandamentos, caía. Um desassossego. O meu marido disse que era melhor levá-lo ao colo. Foi o que ele e eu quisémos ouvir. Aconchegou-se e adormeceu. Um tufinho de pelo quentinho ao meu colo.
Claro que, ao fim do dia, tenho forçosamente que tomar banho e pôr toda a roupa para lavar. Com um raposinho mal cheiroso ao meu colo, não posso correr o risco de ir para a cama a cheirar a cão.
De manhã, quando saímos do veterinário, vinha o meu filho e família a chegarem a casa. O veterinário é na rua dele. Entrámos para o jardim, por breves minutos pois estávamos com pressa para ir ao supermercado, almoçar e ir buscar a minha mãe. E, às tantas, a minha nora lembrou-se de rebolá-lo num arbusto de alecrim. Uma bolinha peluda, a ser rebolada e perfumada .A verdade é que ficou bem menos mal cheiroso.
E, escuso de dizer, esta tarde estivemos todos juntos a 'curtir' a coisa mais fofa.
Tendo vir a dormir profundamente para cá e para lá, quando se viu no jardim rodeado por pernas e mãos, brincadeiras, colinhos, festinhas e carinhos espertou e parecia ele que já conhecia toda a gente desde que tinha nascido. Há menos de vinte e quatro horas estava no monte, no meio de outros cães e de ovelhas. E agora aqui está, entre crianças e adultos, ao colo, a receber presentes e mimo. E sociável, saltitão, brincalhão, feliz da vida.
Não está toda a gente nas fotografias que aqui partilho mas, já agora, informo que numa das fotografias sou eu que ali estou. Noutra está a minha mãe. Estão os meus filhos, a minha nora, estão as pernas ou braços de alguns dos meninos. Tirei umas muito engraçadas com ele enleado nas pernas do meu marido. Mas mexia-se tanto que ficaram todas muito desfocadas. Aliás, parte das fotos padeceu desse mal pois ele mexe-se muito rapidamente e, como é escuro, torna-se mais difícil de focar quando está em grande movimento.
Mas, mais ou menos focado, aqui está o nosso novo familiar no primeiro dia passado integralmente connosco.
Lots of love.
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